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Língua Afiada

A culpa é das mulheres

A propósito do panfleto distribuído em Lisboa que difama uma mulher por ter tido um caso com um homem casado.

Não vou aqui reproduzir a imagem ou sequer escrever a sua mensagem porque é um verdadeiro atentado à privacidade.

 

A mulher traída culpa a outra, a culpa é sempre da outra, às vezes é da esposa e raramente é do homem, esse ser fantástico, espetacular que pobrezinho é coagido a trair, vítima dos seus instintos mais primários sucumbe perante o charme de “Eva” a mulher sedutora e pecadora.

Às vezes penso que as mulheres sofrem do complexo do Paraíso, justificando todos os males do mundo com a sua mordida na maçã, como se tudo fosse culpa desse pecado, a mulher esse ser vil, traiçoeiro que só serve para levar os homens a cair na tentação.

Seria de esperar que nos dias de hoje as mulheres soubessem mais, soubessem que alguém que trai é porque quer, é porque tem vontade e não porque alguém seduz ou alguém negligencia.

Ver a quantidade de mulheres que apoia e aplaude esta atitude ilegal e totalmente despropositada revolve-me o estômago, há ainda uma grande maioria que embora não concorde com o ato de difamação, continua a culpar a outra pela desgraça familiar.

 

A culpa não é da outra, a culpa é das mulheres que se culpam umas às outras e lutam por homens que não merecem sequer que pensem duas vezes neles.

 

Quando há uma traição cabe ao casal decidir se há motivos ou razões para continuar, nestas situações cada um sabe de si e todas as histórias são diferentes e ninguém, ninguém tem direito de julgar seja porque a relação acabou, seja porque a relação continuou.

Independentemente do rumo da relação, a culpada nunca deverá ser a outra ou o outro, quem comete adultério é que é responsável pela sua conduta, pela traição, é essa a pessoa que não é digna de confiança.

Há a questão moral, alguém entrar numa relação sabendo que está a contribuir para um adultério é sempre uma posição dúbia, mas só entra numa relação quem é convidado ou quem encontra espaço para entrar, e se um momento de fraqueza todos podemos ter, repetir esse momento e perpetuá-lo numa relação extraconjugal é inteiramente responsabilidade de quem trai.

 

Reivindicamos a igualdade e depois numa questão tão simples, são as próprias mulheres que se atacam umas às outras, desculpando os homens, juro que não entendo, nunca consegui entender esta atitude e nunca entenderei, passam de feministas a machistas em 2 segundos.

 

Acredito que no meio do choque se possa atirar e disparar raiva para todos os lados, mas sou suficientemente adulta e lógica para saber que o maior culpado é quem trai, esse que trai muitas vezes as duas, que loucas se atacam uma à outra para gáudio do garanhão.

 

Aprendam a valorizar a vossa condição de mulher, a vossa dignidade e integridade, arrastar a vida íntima para a rua não é de todo o mais sensato e mais correto a fazer, esta vingança não atenua a raiva e o ódio, apenas causa mais estragos.

 

Espero que a esposa seja veemente punida por difamação e por violação de privacidade, expor foto, nome, morada, contacto telefónico e ainda fazer um comentário tão maldoso e mesquinho, se queria devassar a vida de alguém que fosse a vida do traidor, sempre servia de aviso a outras, agora cometer um crime por despeito, que estupidez e ignorância tão grandes.

 

A culpa é das mulheres, é das mulheres por se culparem umas às outras em vez de se unirem para dar uma lição ao espertinho que trai.

 

Para as mulheres que acham que correr atrás de um homem ou defender um homem sem escrúpulos é uma causa nobre deixo-vos aqui a opinião interessante de um homem sem problemas em dizer o que os homens pensam sobre as mulheres:

“Pare de idolatrar os homens sua pamonha”

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