A minha colega é mais parva que a tua!
Eu tenho excelente ambiente no trabalho, especialmente no meu gabinete, mas como em todas as empresas há colegas melhores do que outros e pessoas mais parvas do que outras.
Eu tenho uma muito parva e burra.
Hoje não sou só eu que tenho dores de dentes, uma colega de trabalho está com uma infeção num dente partido desde segunda-feira e hoje de manhã estava com a cara muito inchada e muito queixosa.
Acabamos por confidenciar as duas, num reconforto do não há nada a fazer se não esperar.
Na hora de almoço achei que ela estava pior, a cara estava visivelmente mais inchada.
Entrei no gabinete dela e perguntei-lhe se não se sentia melhor, respondeu que não.
Perguntei-lhe se estava medicada, disse que sim, que estava a tomar antiflamatório e antibiótico. Fiquei preocupada porque já tinha ido ao dentista na segunda, pergunto-lhe desde quando é que está tomar e é aqui que conversa fica interessante:
Ela – Desde hoje.
Eu – Só te mandou tomar hoje?
Ela – Não, mandou tomar logo.
Eu – E não tomaste?
Ela – Não, só comprei ontem e só tomei hoje.
Eu – Mas andas com infeção desde segunda e só hoje tomas o antibiótico? És doida?
Ela – Não gosto de comprimidos, prefiro sofrer a tomar comprimidos.
Eu – Mas sabes que a infeção não passa sem antibiótico? Isso é uma irresponsabilidade.
Ela – É nada estava a ver se passava. Detesto comprimidos e estes são grandes.
Eu – Se fosse o teu filho como farias? Partias a meio e tomavas metade de cada vez.
Ela – Seguia as instruções do médico. Com as crianças é diferente.
Eu – É diferente nada é igual, estás aí com dores sem necessidade, como sabes as infeções não se curam sozinhas. Os médicos não receitam antibiótico sem motivo.
Ela – Eu sei. Tomei dois compridos logo de manhã, agora passa rápido.
Eu – Tomaste dois comprimidos do antibiótico juntos?
Ela – Comigo é tudo ou nada.
Eu – Eu nem te digo mais nada, nem acredito que fizeste isso! Foste muito irresponsável.
Ela – Arranja mas é um filho para repreenderes!
Ora ela é conhecida pelas respostas tortas e mais uma vez como percebeu que estava errada terminou a conversa com uma parvoíce, típico dela.
Eu olhei-a nos olhos e respirei fundo.
Passaram-me duas respostas pela cabeça uma mazinha e outra muito má.
Mas limitei-me a fuzila-la com o olhar. Preocupação com ela novamente? Nunca mais.
Se quer continuar a ser burra força nisso.