Adeus noites à lareira
Adeus noites à lareira
Até sempre serões aquecidos pelo lume crepitante
Esqueçam-se os copos de vinho amornados
Deixemos as conversas partilhadas entre labaredas
Acabou-se cheiro a lenha e a borralho
Fiquem esquecidas as acendalhas, as cinzas, as faúlas e o fumo
Neste Inverno não há lareira
…
Não, infelizmente não irei viver para um país tropical, com muita pena minha terei de suportar o frio invernoso.
Apenas troquei a lenha pelos pellets, aqueles pedacinhos de detritos comprimidos em formato do penso para os coelhos que ninguém sabe pronunciar.
Adeus acendalhas e castelos de lenha milimetricamente empilhados para que se acendam sem fumo e rapidamente aqueçam.
Acabou-se o carvão e as farpas, ficam apenas as cinzas fininhas que se aspiram em segundos.
Olá tecnologia da programação, da definição da temperatura e da ecologia.
Casa quentinha mesmo antes de chegar a casa, comando à distância e programação remota pela Internet.
Adoro lareiras, mas rendi-me à comodidade.
Troquei o encanto, o romantismo e o tradicional pelo prático e moderno, continuarei a adorar o fogo crepitante de uma lareira, mas deixo-o para ocasiões especiais.