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Língua Afiada

Adeus noites à lareira

Adeus noites à lareira

Até sempre serões aquecidos pelo lume crepitante

Esqueçam-se os copos de vinho amornados

Deixemos as conversas partilhadas entre labaredas

Acabou-se cheiro a lenha e a borralho

Fiquem esquecidas as acendalhas, as cinzas, as faúlas e o fumo

Neste Inverno não há lareira

Não, infelizmente não irei viver para um país tropical, com muita pena minha terei de suportar o frio invernoso.

Apenas troquei a lenha pelos pellets, aqueles pedacinhos de detritos comprimidos em formato do penso para os coelhos que ninguém sabe pronunciar.

Adeus acendalhas e castelos de lenha milimetricamente empilhados para que se acendam sem fumo e rapidamente aqueçam.

Acabou-se o carvão e as farpas, ficam apenas as cinzas fininhas que se aspiram em segundos.

Olá tecnologia da programação, da definição da temperatura e da ecologia.

Casa quentinha mesmo antes de chegar a casa, comando à distância e programação remota pela Internet.

Adoro lareiras, mas rendi-me à comodidade.

Troquei o encanto, o romantismo e o tradicional pelo prático e moderno, continuarei a adorar o fogo crepitante de uma lareira, mas deixo-o para ocasiões especiais.

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