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Língua Afiada

Cães de Fila

Há um tipo de pessoa, correção, pessoazinha, pequenina e mesquinha que parece um cão de fila, daqueles cães feios, desgrenhados com os dentes à mostra num sorriso postiço e cerrado.

Sempre à escuta, sempre à procura de uma presa para tentar morder.

Não perdem uma oportunidade de ataque seja uma presa importante ou não, o que interessa é atacar, com motivo, sem motivo, por cobiça ou por desporto desde que estejam à caça estão felizes na sua morbidez sórdida.

Atacam para se distraírem das suas frustrações, dos objetivos que não conseguem alcançar, da sua vida sem sentido. Perdessem eles esse tempo a dar sentido à vida seriam tão mais felizes.

Os cães de fila, tal como outros tipos de pessoas que têm um íntimo maldoso, são miseravelmente infelizes e atacam na esperança de disseminarem a infelicidade.

Quem vive a escrutinar os outros e a desejar a sua infelicidade não pode de todo ser feliz, acumulam demasiada energia negativa e não há inteligência, dinheiro, posição ou posto que os console, serão sempre uns insatisfeitos errantes de dentes serrados na esperança que alguém lhe sorria abertamente.

São os cães que alimentamos de restos, que mantemos ali por pena, afinal todos têm direito à vida.

Iludidos ainda não perceberam que a sua felicidade depende de si e não da infelicidade dos outros, que os seus feitos não se medem pelo fracasso dos outros, que a sua inteligência não se enaltece a realçar a ignorância dos demais.

Medir-se e vangloriar-se pelos erros dos outros não é só mau, é estúpido e contraproducente, pois só gera mais frustração.

Quão frustrante deve ser ter de rebaixar todos os que os rodeiam para poder brilhar por uns instantes para logo depois regressar à escuridão tenebrosa da sua alma.

O que sinto por estas pessoas? Gostaria de não sentir nada, mas sinto pena e às vezes esperança, uma esperança parva de que com carinho e compreensão elas possam sair da sua prisão escura.

O que a vida me tem ensinado? Não há luz que lhes ilumine o espírito, serão sempre assim, superiores aos seus olhos e umas pobres coitadas aos olhos dos outros.

Vida triste a dos cães de fila.

 

(Cão de fila é empregue aqui como expressão e não tem qualquer relação com a raça Cão de Fila de São Miguel)

 

10 comentários

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    Psicogata 29.09.2016 16:47

    Tens razão cada vez são mais novos, está directamente ligado às altas expectativas que as pessoas têm da vida.
    As novas gerações são criadas com a ideia que são especiais, quando percebem que não são tentam mostrar as falhas dos outros para sobressair.
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    Andy Bloig 29.09.2016 17:05

    É a parte competitiva e do vale tudo que tem crescido para tudo.
    Quando não podes ganhar por gestos, a outra forma é humilhar os outros para não lutarem.
    Em parte é um regresso à escola primária onde as crianças gozam com outros por qualquer diferença física e para,alguns, acabam por humilhar os outros em todas as hipóteses para se sentirem os reis do grupo.
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    Psicogata 29.09.2016 17:08

    Será regresso? Eu acho que as pessoas não saem de lá, não crescem, continuam crianças.
    Quando olho para pessoas mais velhas uns anos que eu conheço poucas assim, olhando para pessoas mais novas vejo muitas, vejo muitos adultos a agirem como crianças.
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    Andy Bloig 29.09.2016 17:16

    É mesmo regressar. Porque na adolescência e ali até perto dos 30, conforme se vão procurando um posto de trabalho e criar vida para o futuro, a forma de o fazer já é mais no estilo "eu tenho e posso". Depois disso (e que está a ficar mais próximo ou mesmo para baixo dos 20 do que chegar aos 30), é que volta o "Eu tenho e tu não." Como já não funciona, passa-se para a fase mais negra que é essa do "eu sou e tu nunca poderás ser".
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    Psicogata 29.09.2016 17:28

    Eu entendo o teu ponto de vista, mas já conheço pessoas com 20 e poucos assim ao estilo "eu sou e tu nunca poderás ser" mesmo que não sejam ninguém.
    Juro que não entendo essa atitude, depois são de uma arrogância irritante.
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    Andy Bloig 29.09.2016 17:32

    Também conheço. Era por isso que estava a dizer que estava cada vez mais baixo. Mesmo não sendo nada, cada vez mais a competição leva a que se espezinhem os outros para se parecer.

    Se quiseres uma analogia, é o mesmo que acontecia aqui há 6 anos atrás, quando vias alguém tirar um Iphone do bolso, ficava tudo a olhar, porque quem tinha aquilo só podia ser muito rico e estar muito bem na vida. Agora, já toda a gente tem um. Já não dá para criar inveja com um objecto. A parte do saber também já não existe para a camada mais jovem... basta usar o telemóvel e sabem tudo. Resta a humilhação do outro lado, porque é o que os faz grandes.
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    Psicogata 29.09.2016 17:41

    Para mim começam na primária, pioram na adolescência e depois em adultos escondem mas continuam a ser crianças mimadas.
    Resumindo daqui a uns anos teremos uma sociedade fútil, focada nas aparências onde o importante é parecer em vez de ser.
    Onde todos se acham os maiores e no fundo são uns insatisfeitos que nunca estão bem com nada.
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    Andy Bloig 29.09.2016 17:48

    Quando os objectivos são simples, não há recompensa.
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    Psicogata 29.09.2016 17:59

    Sem dúvida.
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