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Língua Afiada

Jejum! Mas qual jejum?

Vai querer carne ou peixe? Carne, mas é dia de jejum.

Ai é? E isso quer dizer que não vou almoçar hoje?

Tive esta discussão milhares de vezes com a minha mãe, esta tradição de não se comer carne é só a coisa mais parva de sempre. Longe vão os tempos em que a carne era um luxo e o peixe o alimento mais barato, agora é precisamente o contrário comer peixe é quase sempre mais caro do que comer carne.

Além disso que lógica tem eu negar ao palato um belo naco de vitela se depois me vou deliciar com uma, igualmente bela posta de bacalhau?

E as pessoas que não gostam de carne, que só comem peixe, fazem o sacrífico de comer carne ou comem legumes?

E os vegetarianos? Não é justo têm a vida facilitada, não têm de fazer sacrifício nenhum?

Nunca entendi como farão.

A tradição de jejum, inspirada pela vida de Jesus, serviria para preparar o nosso organismo para uma eventual época de fome, a privação torna-nos mais resistentes. O tempo do Quaresma apresenta-se também como um período de reflexão e análise.

Eu acho que se esta tradição fosse levada a sério como os nossos primos afastados Muçulmanos levam, até poderia ser uma coisa boa, primeiro se estivéssemos umas boas horas sem comer ou se comêssemos realmente menos, só ajudava a nossa dieta, segundo pensar na vida e refletir é coisa que muita gente nunca fez e que se fizesse evitar-se-iam muitas más decisões.

O jejum, penitência ou reflexão como lhe queiram chamar pode ser muita coisa, mas de certeza que não se pratica por deixar de comer carne à sexta-feira durante 40 dias, se querem mesmo alinhar nisto, privem-se de pequenos luxos, pequenos prazeres durante esses 40 dias.

E por favor não me voltem a perguntar se quero carne ou peixe só para me responderem mas é dia de Jejum. Se fazem tanta questão sirvam só peixe, era a técnica da minha mãe lá em casa e nunca falhava.

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