La La Land – A cidade dos suspiros
Queria ver La La Land desde que ouvi falar do filme, adoro os dois atores e por isso fiquei de imediato com vontade de o ver, depois de ver o trailer e conhecer os prémios que vem vindo a ganhar fiquei cada vez mais curiosa para ver a película.
Sabia que não era um filme consensual, é um musical e isso basta para que deixe de fora uma grande parte das pessoas, as muitas que não acham piada a filmes cantados e dançados.
Não sou propriamente fã do estilo, prefiro diálogos intensos, cenas mais detalhadas, mas La La Land também tem momentos fortes e diálogos profundos.
Não é um filme para todas as pessoas, é preciso alguma paciência para ultrapassar os primeiros minutos do filme até a história desenvolver e captar-nos a atenção, se conseguirem chegar até esse ponto é certo que adorarão o filme.
La La Land é um filme para pessoas sonhadoras, românticas e com imaginação, é uma forma diferente de contar uma história de amor, onde as cenas musicais entre os protagonistas simbolizam claramente o que se sente, o que se imagina nos momentos mais intensos do início de uma relação, quando nos estamos a apaixonar sem nos apercebermos e a nossa mente viaja aos lugares mais mágicos.
Quem nunca cantou e dançou à medida que se apaixonou, nem que fosse mentalmente, que atire a primeira pedra, é claro que não andamos a cantar e a dançar na rua, mas só e apenas porque não o sabemos fazer como o Ryan e a Emma.
O filme é bonito, alegre e triste e consegue relatar de forma elegante, simultaneamente descontraída e intensa a dificuldade entre escolher o que nos faz felizes ou ficar com quem nos faz felizes.
A vida não é um sonho, muito menos em Hollywood, terra onde existem muitos La La La, mas onde esses La La La não suficientes para encontrar a felicidade.
Spoiller Allert
O filme é também um valente murro no estômago, é um acordar para a realidade, nunca conheci forma mais bonita de apresentar um futuro alternativo, em demonstrar em como um encontro, uma simples escolha determina todo o nosso futuro.
A música do filme, que é simplesmente inebriante, faz-nos viajar, faz-nos calçar os seus sapatos e sentir todas as emoções.
Aquela última troca de olhares faz rachar até o coração feito da pedra mais dura, afinal existem amores para sempre, só que nem sempre ficam juntos para sempre.
Não imagino o que seja viver com essa sensação, mas sei que há quem viva com ela todos os dias, acredito que a essas pessoas o filme lhes tire o sono e as faça questionar toda a sua vida e decisões, talvez por isso as reações ao filme sejam tão intensas.
Os atores tiveram atuações irrepreensíveis, a banda sonora é fantástica, a canção principal é arrebatadamente linda, uma nota para o guarda-roupa que é soberbo, a realização é espetacular.
Para quem diz que La La Land é o queridinho de Hollywood por homenagear velhos clássicos está a ser injusto, La La Land é mesmo bom porque tem todos os ingredientes que fazem um bom filme, excelentes atores, um argumento espetacular, uma realização exemplar e acima de tudo tem a capacidade de nos deixar a pensar, de nos deixar em suspenso por algum tempo, ficamos inertes a absorver a história, aquele final é simplesmente assombroso e é isso que faz de La La Land um grande filme.
Uma boa sugestão para o Dia dos Namorados, mas preparem-se porque as mulheres (quase todas) ficarão a suspirar com o filme.
Ainda não vi os restantes filmes nomeados, mas este é claramente um sério candidato, não sei se ganhará os prémios de melhor filme e de melhores atores, mas as categorias técnicas dificilmente alguém lhas rouba.
E com La La Land está aberta a época oficial da visualização de todos os filmes candidatos aos Óscares, mais opiniões em breve.
Querem poupar na prenda de São Valentim?