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Língua Afiada

Não é ressaca, é exaustão

Sentia-me cansada, esgotada, pensava eu que com umas férias a coisa voltava à normalidade, só que estava redondamente enganada.

Isto já não é cansaço ou esgotamento, a princípio ainda pensei que seria ressaca das férias, mas não é ressaca, é mesmo exaustão.

Pela primeira vez na vida estou cansada de trabalhar no mesmo lugar, diria que estou mais cansada das pessoas e dos processos do que da empresa em si, a minha equipa é excelente, adoro o que faço, mas tudo o resto sugou-me toda a paciência que tinha e até a que julgava que não tinha.

As tramas, as desconfianças, o sacudir das culpas e da responsabilidade, o tentar queimar o colega, a falta de solidariedade, de apoio, de interajuda fazem-me mal.

Sinto mesmo vontade de abraçar um novo projeto, com pessoas novas, com rotinas diferentes, mas depois lembro-me do passado e recordo que o que tenho agora é um pedaço de céu comparado com o que já tive.

Há sempre este desânimo quando se regressa à rotina, depois de duas semanas sem horários, sem rotinas, sem tarefas, sem e-mails constantes e telefonemas diversos, custa voltar à realidade dos dias.

Ainda tive a benesse de nos primeiros dias andar fora em reuniões, mas o que pareceu ser um presente, acabou por ser envenenado, já que se traduziu em mais trabalho acumulado no regresso ao escritório.

Pensava eu que as férias me iriam dar ânimo, enganei-me redondamente.

As férias só serviram para provar que não fui feita para estar presa, contida e confinada, pode ser que depois de uns dias fechada e compenetrada no trabalho me habitue de novo às rotinas, afinal somos criaturas de hábitos, ou então não.

Talvez um dia tenha um emprego de sonho, um que me permita estar e fazer sempre o que me apetece.

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