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Língua Afiada

Não politizem a tragédia, mas exijam responsabilidades

Esta mania de os portugueses fazerem de tudo uma questão política, de cor, enoja-me.

Não podemos pedir a demissão da Ministra porque somos logo apelidados de laranjinhas.

Não podemos questionar as declarações do Secretário de Estado porque somos imediatamente acusados de querer ver a Direita no poder.

Não podemos criticar a atuação de António Costa que somos prontamente acusados de querer derrubar o Governo.

 

Esta mania da perseguição é doentia, criticar um Governo não implica por si só ser de outro de partido ou que se quer ver outro partido na liderança.

Criticar a atuação de um Governo ou de algum dos seus membros é ser exigente, é pedir responsabilidades, é defender o que entendemos ser melhor para o país independentemente da nossa ideologia política.

 

Ao criticarmos António Costa não estamos automaticamente a defender Passos Coelho, será que é assim tão difícil perceber isso?

Será que os portugueses são incapazes de se isentarem da sua cor? Serão assim tão fanáticos? Tão cegos? Tão incapacitados?

Será que os portugueses não percebem que há questões que ultrapassam qualquer cor política?

Será que os portugueses são tão cegos pela doutrina que não entendem que independentemente da cor, o desgoverno, a irresponsabilidade, a negligência perpetua-se no poder?

 

Achar que a culpa dos incêndios é exclusiva deste Governo é tão ingénuo como achar que a culpa foi apenas das condições climatéricas adversas.

 

Há muitos anos que a floresta não é cuidada, protegida, diversificada, o problema não é de hoje e se nada mudarmos os cenários de horror voltarão a repetir-se no futuro como António Costa vaticinou.

António Costa que quer que aceitemos estas mortes como sendo normais, consequências naturais do clima, deve achar que somos todos uns incultos e mal informados que acreditamos cegamente no que diz, pois não acreditamos, pois houve negligência, não aprenderam a lição de Pedrógão, quantas tragédias terão de acontecer para que perca essa expressão trágico-cómica de quem não tem nada a ver com o assunto?

 

Retrate-se, humilhe-se perante os factos, não teve coragem de demitir Constança Urbano, já que ela não o fará por si, faça-o agora, antes que tenha de se demitir por inação.

 

A Geringonça veio-lhe mesmo a calhar, já que o BE e PCP andam mansos, alimentados a doces não protestam, não exigem. Uma pena que não se revoltem, pois se dessem o mote tenho a certeza que existiriam muitos portugueses que independentemente da cor política aceitariam o repto de sair à rua em protesto, tal como aconteceu na Galiza.

 

Cabe a nós cidadão exercer cidadania e não calarmos a revolta e exigirmos responsabilidades, cabe-nos a nós deixar os protestos das redes sociais e avançarmos para algo mais concreto, seja uma petição, uma manifestação, com certeza que haverá algo que se possa fazer para não deixarmos estas tragédias caírem no esquecimento.

 

Não podemos deixar a culpa morrer solteira, não podemos, basta, é preciso tomarmos uma atitude, uma posição, é preciso dizer de forma audível e bem clara que queremos os nomes os dos culpados e queremo-los julgados.

 

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