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Língua Afiada

Politiquices # 3 – A indignação dos faqueiros

Os faqueiros estão muito indignados e as suas amigas baixelas também, então não é que agora os portugueses não querem que eles se apresentem no seu melhor aos convidados dos banquetes?

Dizem as contas que se gastaram 300 mil euros em copos, pratos e talheres nos últimos 6 meses, despesa repartida entre o Governo de Passos Coelho e o de António Costa.

O escândalo, o drama porque anda tanta gente a passar fome, é um despesismo, o país está em crise, o rol de indignações não para, só na notícia do Diário Económico existem 45 comentários.

Curiosamente no mesmo jornal na notícia que o Governo iria entrar com 700 milhões no Banif não existe um único comentário!

Na primeira operação em que o banco entra como acionista num banco com a esperança que este se salve não existe um único comentário, sou sincera só soube disto depois da falência do Banif.

700 milhões que apenas serviram para prolongar o inevitável que saírem do meu bolso e de todos os contribuintes.

E estão chateados com 300 mil euros em talheres, copos e pratos? Então não sabem que a cada festa, o mais certo é que se partam copos e pratos e que os talheres ganhem novos donos?

 

Manter o património, o protocolo e a classe fica caro toda a gente sabe, se não sabe deveria saber.

 

Será que alguém já fez conta às flores?

Nem quero imaginar o dinheiro que se gasta em flores? Já viram bem aqueles arranjos na Assembleia da República?

Fiz uma pesquisa assim por alto e vi uma parcela de 4.048,50 € da Universidade de Coimbra na Aquisição de flores naturais para ornamentação.

Outra da Camara Municipal de Oeiras de 15.000€ na aquisição de flores para diversos eventos.

Chamou-me também a atenção os 7.425,00 € que o Município de São João da Madeira gastou em bolbos de tulipas. Durante uns meses os habitantes devem ter pensado que teriam emigrado para a Holanda.

 

Isto admite-se? Tanta gente a passar fome e andam a gastar dinheiro em flores!? Uma coisa que morre.

Ao menos os talheres perduram por lá ou em casa dos comensais como brinde.

Férias 2016 - O choque dos 22 dias

Acabei de analisar o meu calendário de férias de 2015, tirei 28 dias de férias, tinha 6 dias do ano anterior que juntei aos 22 e limpei todos os dias de férias.

O que quer dizer que este ano tenho apenas 22 dias de férias, o que entre prémios de assiduidade, dias acumulados dos anos anteriores e recompensas por trabalho ao fim de semana já não acontecia há uns bons 7 anos!

Quando recuperar do choque tenho de programar as férias ao milímetro, já que este ano não há margem para erros!

 

Deveríamos ter no mínimo 25 dias para conseguirmos ter 5 semanas completas!

Ou trabalharmos só 35h ou as duas coisas e ainda mais diuturnidades o que acham?

Politiquices – Novela do Costa #2 – A estupidez das 35 horas semanais

Eu não consigo entender como é que o Tribunal Constitucional chumbou tantas medidas por não respeitarem os direitos de igualdade e não faz nada contra esta desigualdade tão grande, tão brutal que chega a ser anedótica.

Não basta os funcionários públicos não poderem ser despedidos, salvo raríssimas exceções, mesmo que sejam incompetentes, cometam erros atrás de erros e sejam um peso morto para os serviços onde trabalham.

Não basta os funcionários públicos ganharem acima da média do mercado, terem tido progressões de carreira só porque sim e terem um sistema de reforma mais vantajoso.

Não basta terem um sistema de saúde diferente e mais uma vez mais vantajoso.

Não basta terem mais férias e tolerâncias de ponto.

Agora querem que voltem a trabalhar menos horas que o setor privado novamente.

Mas em que base? O que diferencia o setor público do setor privado?

Porque é que nas empresas privadas o regime máximo de horas semanais previsto é de 40 e não de 35 como no setor público?

Ah deixa-me cá pensar não vão fazer leis que prejudiquem a sua própria classe.

Os cortes que o Governo de Passos Coelho queria fazer não eram inconstitucionais, na verdade iriam repor alguma igualdade, iriam finalmente nivelar as coisas, nunca consegui perceber qual a lógica para os funcionários do Estado terem mais direitos do que os restantes.

O mais correto seria nivelarem as regalias dos funcionários privados pelas regalias dos funcionários públicos, o que dado o estado da economia seria impensável, mas se os particulares continuam a pagar esta crise ao menos que repartissem a fatura equitativamente pelos outros.