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Língua Afiada

A minha colega é mais parva que a tua! - Parte II

Depois de com o episódio de ontem ter provado que não restam dúvidas que eu tenho a colega mais parva (e ignorante) da blogosfera.

Deixo-vos aqui o seguimento.

Logo pela manhã entra no meu gabinete com a cara mais sofrida do mundo, com o lado esquerdo da face dobrado em dois a suspirar.

O meu colega – Está tão inchada a tua cara.

Ela – Nem consegui dormir direito, está mesmo muito inchada.

O meu colega – Ficou mesmo feio.

Ela – Estou a fazer medicação agora é esperar. E olha para mim para ver a minha reação.

Eu impávida e serena – Agora só te resta aguentar.

 

Não foi preciso dizer mais nada, deu meia volta e saiu ainda mais cabisbaixa do que entrou.

Armou-se em médica agora que aguente.

A verdade é que fiquei preocupada porque a cara dela está mesmo muito inchada e tenho receio que o antibiótico que está a tomar não seja suficiente.

Mas demonstrar-lhe preocupação?

Nunca!

 

Cidadão ou Cidadania? Masculino ou feminino?

O Bloco de Esquerda apresentou projeto no parlamento para alterar nome do Cartão de Cidadão para Cartão de Cidadania.

Segundo os mesmos o atual nome – Cidadão, não respeita a igualdade do género porque refere-se, segundo eles, só a homens.

Eu acho que eles deveriam ir mais longe e abolir o feminino e o masculino de todas as palavras, reformular toda a língua portuguesa e não haveriam mais descriminações.

Já agora aproveitem e eliminem o novo acordo ortográfico também.

 

Eu quanto a vocês não sei, mas a mim sempre me ensinaram que quando nos estamos a referir a um conjunto ou a algo geral devemos usar a palavra no masculino.

É verdade que existem algumas palavras que não têm definição de género mas o género acaba por ser definido pelos pronomes que as antecedem.

Dizemos utente, palavra sem género, mas quando usamos a palavra na generalidade usamos sempre o utente, os utentes.

 

Anda por aí um texto nos centros de saúde que diz:

“Os direitos do utente” – Descriminação e então as utentes não têm direitos?

O mesmo se passa com cliente, parece que só os homens são clientes.

 

Uma palavra que se usa muito é utilizador, mas é melhor deixarmos de usar porque é descriminação.

O utilizador poderá bla bla

A pessoa que usa poderá bla bla

Muito mais bonita a segunda opção.

Ah espera a pessoa será feminino?

 

Acho que devíamos reformular toda a língua portuguesa, já que ela maioritariamente favorece o género masculino, o que é perfeitamente natural dado que descende do galego-português que derivou para o português depois de, em 1113, se ter formado o reinado de Portugal, numa altura em que eram os homens a governar e a mandar.

Resumindo toda a língua descende de uma linhagem machista e discriminatória, é essa a sua essência, não temos outra solução se não rever toda a nossa língua para que deixe de ser discriminatória em relação ao género.

 

O que os deputados do Bloco de Esquerda parecem ter esquecido é que cidadania é um substantivo feminino, será que não é uma descriminação para os homens?

 

Só me ocorre um pensamento.

Com tanta descriminação contra o género feminino os deputados do BE focam esforços nisto?

 Não faltará muito para que quando se fale em descriminação de género as pessoas desatem a rir.

 

Por falar nisto tenho de terminar a história ou estória do Catarina.