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Língua Afiada

Palavras novas #1

Estava eu a ler uma notícia e tenho a infeliz ideia de ler os comentários, tão ricos e fofos que no seguimento do post anterior lembrei-me de fazer uma lista das "novas" palavras que descubro por essa Internet fora.

Só numa notícia, apenas nos comentários de uma só notícia, encontrei diversas palavras, umas novas outras com significados completamente desconhecidos:

… também avia dele….

Avia agora não é do executar é mesmo ser, para quê escrever um h se ele não se lê? É uma só perder tempo.

…escomalha…

Fiquei dividida entre o verbo escomalhar – verbo que designa a ação de escorregar e malhar de seguida e entre um objetivo que simultaneamente a escova e pinta ao mesmo tempo, poderia ser um sinónimo de pincel.

…incente…

Que linda palavra nova para aquele que incentiva, incentivador é muito complicado, é muito mais giro dizer incente.

…talvés…

Mais uma novidade fantástica, o talvés é uma pessoa que é a tal e que se vê.

Exemplo: Não vês que ele é o teu talvés!

…restanos…

Os restanos são claramente os adeptos de restos.

… a juventude de hoje que creche a ver estas figuras…

Creche do verbo crecher que significa frequentar uma creche.

… PORTUIGAL…

Portuigal – abreviatura de por ti é igual.

 

Sempre a aprender.

Embirro com o há e o à trocados

Longe de mim pensar que tenho uma escrita perfeita, dou alguns erros ortográficos, erros de digitação e às vezes gramaticais, mas faço um esforço contínuo para melhorar.

Uma das vantagens do blog é exercitar a escrita, percebi que estava cada vez mais a usar muletas desnecessárias, caraterísticas da linguagem oral, quando escrevia, uma situação que tenho tentado evitar.

Escrever Eu antes de um verbo, usar pronomes de e que em excesso estão entre os erros que mais vezes cometia e que por vezes ainda cometo.

Conjugar dois verbos seguidos na terceira pessoa do plural era outro erro frequente, que, confesso, continua a ser uma dificuldade.

É curioso como coisas simples podem alterar a beleza e a correção de um texto, curioso também é a capacidade do nosso cérebro em lembrar-se das regras gramaticais à medida que vamos escrevendo.

Tenho recordado muitas regras, outras vou pesquisando e quando não tenho certezas procuro exemplos concretos ou peço mesmo uma segunda opinião.

 

O erro que me tira do sério é a confusão que as pessoas fazem com o a preposição à e a conjugação do presente do indicativo do verbo haver na terceira pessoa do singular – .

Quando a troca é entre o à e respira-se fundo, mas quando escrevem á sinto suores frios porque a palavra não existe.

A culpa, em parte, é dos corretores que não corrigem o á, o que faz com que muitas pessoas assumam que está correto.

Os erros que vemos espalhados pela Internet devem fazer Camões revirar o olho e são um claro exemplo que vivemos num país em que taxa de analfabetismo é realmente muito superior às estatísticas. Saberão as pessoas realmente escrever?

A maioria, definitivamente não sabe escrever corretamente, todos sabemos que o português é das línguas mais difíceis de escrever sem máculas, mas é necessário ser tão crítico que temos portugueses que escrevem como se não tivessem frequentado a escola? Pela amostra do que leio há realmente uma grande percentagem de pessoas que não sabe efetivamente escrever, leem-se comentários em alguns jornais que de tão mal escritos perdem até o sentido.

A maioria dos erros são facilmente detetados por quem lê, mas o à e são um caso particular, se já é difícil distinguir qual dos dois usar, com o aumento considerável das vezes que vemos estas duas palavras mal empregues acentua e escala o problema.

Não há uma explicação muito simples, no português nunca há, mas existem regras e truques que podemos usar. Aqui ficam alguns:

 

À

A forma à corresponde a uma contração da preposição a com o artigo definido feminino singular a. A preposição a pode ocorrer contraída com todas as formas flexionadas do Artigo definido: à, às, ao, aos.

à: implica uma direção, sentido ou ação

 

Três processos simples para verificar que se trata da contração da preposição com o artigo:


1.º: Altere a frase substituindo a palavra que se segue a "à" por outra de género e número diferente. Se o puder fazer, e tiver que alterar a forma à, contraindo a preposição com outro artigo definido, é sinal de que se trata da contração da preposição com o artigo:
   Ex.:
   1. Vou à praia. (a + a)
   2. Vou ao jardim. (a + o)
   3. Vou às compras. (a + as)
   4. Vou aos saldos. (a + os)


 2.º Veja se pode substituir esse à por "a uma". Se o puder fazer e a frase ficar correta, é porque se trata da contração da preposição.
   Ex.:
   1. Fui à loja. / Fui a uma loja.
   2. Respondi à menina. / Respondi a uma menina.
   3. Ela fugiu à pergunta. / Ela fugiu a uma pergunta.


3.º Essa contração da preposição "a" com o artigo definido no feminino singular "a" (= à) tem de anteceder sempre uma palavra no feminino singular. Repare nos exemplos anteriores, todos palavras desse género e número: escola, minha irmã, Patrícia, biblioteca, praia, loja, menina, pergunta.

 

A forma corresponde à 3ª pessoa do singular do presente do Indicativo do verbo haver. Este verbo pode ocorrer como principal, na categoria dos transitivos diretos, e os significados com que é utilizado com mais frequência são existir, acontecer, passar.

: implica que existe ou que se tem algo.

 

Um processo simples para verificar se se trata do verbo haver: tente substituir essa forma verbal por outra do mesmo verbo, mas em tempo diferente.
   Ex.:
   1. Hoje há aulas.
   2. Ontem houve aulas.
   

Uma regra: com expressões de tempo, trata-se do verbo haver.
   Ex.:
   1. Ele foi-se embora há uma semana.
   2. Isto aconteceu há dias.
   3. Fui há quinze dias a Lisboa e...
   4. Há muito tempo que ele andava doente.
   5. Há anos, estava ela no jardim...
   6. Ela festejou o aniversário há pouco tempo.
   

Uma chamada de atenção: quando significa existir, o verbo haver não tem plural.
   Ex:
   1. Hoje há aula de... / Hoje há aulas de...
   2. Não o vejo há um mês. / Não o vejo há tempos.
   3. Há um político que... / Há muitos políticos que...
   4. Houve uma pessoa... / Houve várias pessoas...

 

Espero que estes exemplos ajudem na clarificação de algumas dúvidas.

 

Fonte: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt

Muito mais do que um animal de estimação

É com as coisas mais simples que podemos aprender a superar-nos, o relacionamento com animais é sem dúvida uma delas, é incrível como conviver ou não com eles altera todo o nosso comportamento e visão do mundo.

Crescer com animais de estimação é um privilégio, interagir, brincar e aprender com eles ensina-nos tanta coisa, muda-nos para melhor e faz-nos bem.

Todas as crianças deveriam ter esse privilégio.

Este vídeo é um exemplo fantástico de como um animal pode mudar a vida de um ser humano para melhor.

 

The Present from Jacob Frey on Vimeo.