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Língua Afiada

Thor existe e chama-se Lasse Matberg

O norueguês Lasse Matberg de 30 anos tem dado que falar nos últimos dias pela sua popularidade que cresce exponencialmente. Custa a acreditar que um desconhecido chegou aos 400 mil seguidores no instagram.

Este desconhecido que é tenente do exército demonstra ter um coração sensível e preocupação social e há quem diga que é a encarnação de Thor.

Mas se pensam que é pela sua bondade esqueçam que isso é só um bónus, é que Lasse Matberg não é chamado de viking por acaso, o seu cabelo comprido e louro, a barba, os músculos e os penteados que usa é que lhe dão a fama.

Licenciado em nutrição desportiva, entre seus hobbies, estão o surf, o snowboard e viajar, para completar o pacote ainda gosta de andar de moto nos dias quentes de verão.

Depois de ganhar o título "Barba Norueguesa 2015 acabou mesmo por se tornar modelo.

As imagens que partilha conquistam seguidoras e não é para menos já que partilha fotos em tronco nu, a correr, na praia, a fazer exercício no ginásio, de cabelo solto e de cabelo apanhado, a olhar o pôr-do-sol, vestido com roupa clássica e com roupa desportiva e até de uniforme.

Esta crescente popularidade e histeria de algumas fãs faz-me acreditar que afinal as mulheres estão a ficar fartas dos metrossexuais de os homens de aspeto mais polido. A verdade é que já estávamos a cair no exagero.

Já aqui tinha dito que os atores influenciam as modas, e a série The Vikings tem influenciado tanto que até inventaram um acessório Clip On Man Bun para os homens usarem.

A culpa é em grande parte da personagem Rollo interpretada por Clive Standen, se tivesse de adivinhar diria que do lumbersexual iremos passar ao vikingsexual.

E, excetuando as tatuagens na face, bem que podia virar moda, já que homens suficientemente másculos para usarem tranças sem cair no ridículo são sempre de apreciar.

Na galeria o primeiro moço louro é o Lasse Matberg os outros que aparecem no final são atores da série, qualquer semelhança é pura coincidência.

 

As mentiras são vaidosas

Uma mentira, ou uma história distorcida podem alterar o rumo da história da nossa vida, é impressionante como uma conversa maldosa influencia as pessoas que a ouvem, tolda-lhes a perceção e o discernimento.

Moldar conversas, antecipar assuntos e encaminhar a visão das pessoas para aquilo que lhes convém são características das pessoas manipuladoras, estas não contam grandes mentiras, preferem antes distorcer a verdade e contar pequenas mentiras que per si são inofensivas, mas que em conjunto têm um poder imensurável.

 

As manipuladoras para além de intriguistas e mentirosas combinam a serventia com a bajulação, sempre prontas a ajudar, sempre a anuir, apenas como o intuito de se tornarem indispensáveis, confidentes e amigas.

 

As manipuladoras são um perigo, podem facilmente colocar as pessoas que as rodeiam umas contra as outras, criar inimizades e ódios de estimação aparentemente espontâneos, quando na verdade todos os desentendimentos que criam têm um único propósito darem-lhes o poder de controlar o ambiente onde se inserem.

O que as manipuladoras se esquecem é que contam mentirinhas pequenas, e há uma grande diferença entre as pequenas mentiras e as grandes, ao contrário das grandes, as mentiras pequenas não ficam trancadas a sete chaves, não implicam um cuidado especial, não fazem corar as pedras da calçada.

As mentiras que contam refletem o seu ego vaidoso e egocêntrico e por isso são mentiras vaidosas, que mais tarde ou mais cedo surgirão em conversas casuais e serão ouvidas por alguém que as reconhece como mentiras, alguém que dará a importância devida à sua presumível simplicidade.

 

Mas nem só as mentiras traem as manipuladoras, a natureza humana também, quando elas envenenam alguém, vão construindo cuidadosamente uma teia à volta de quem querem controlar, alimentam-na constantemente, tecendo pequenos fios translúcidos, de pequenas mentiras, confidências, histórias mal contadas, eventos distorcidos e piadas. As pessoas que tentam manipular deixam-se envolver na sua teia e começam a não ver o alvo da maledicência com os mesmos olhos, tendem a afastar-se, a criar um desamor por essa pessoa, que parece ter-se desenvolvido naturalmente.

Os sentimentos de antipatia que os seus alvos desenvolvem pelas pessoas que as manipuladoras não gostam não são reais, são fruto da manipulação e por isso mais tarde ou mais cedo a natureza humana irá fazer com que os verdadeiros sentimentos aflorem.

 

Com o passar do tempo as pessoas esquecer-se-ão dos motivos do afastamento, quando se encontram com as vítimas da maledicência não conseguem achar motivos para serem antipáticas, agem normalmente e são amistosas pois não têm verdadeiramente motivos para não o serem.

Entre uma coisa e outra podem ocorrer duas situações, as pessoas manipuladas e as afastadas reatam a relação pois não há de facto nada que explique o afastamento ou o afastamento inexplicado cria uma barreira intransponível e são as pessoas que foram afastadas sem motivo que não se aproximam.

A verdade é que é quase impossível defendermo-nos dos ardis das manipuladoras porque estas são extremamente cautelosas e inteligentes e quando nos apercebemos do estrago já não há realmente muito fazer.

 

Como podemos defender-nos de um conjunto de situações estranhas e distorcidas das quais não temos conhecimento?

 

O truque das manipuladoras é precisamente esse, nunca disseram que eramos más pessoas, que tínhamos feito algo grave, algo que levasse as pessoas a questionarem-nos ou a virarem-nos a cara, isso provocaria um confronto que elas tentam evitar a todo o custo. Elas pintam um quadro subtil, minuciosamente depreciativo para que não nos identifiquemos com o grupo, mas suficientemente inocente para que ninguém corte relações connosco.

Durante a minha vida experienciei este processo algumas vezes, umas vezes de fora, outras de dentro, nunca manipulei ninguém neste sentido, mas fui vítima da manipulação e vítima das manipuladoras. Na altura não me apercebi da situação, há coisas que exigem uma maturidade e um poder de análise diferente que só adquirimos com a idade.

Só me apercebi da situação mais recente, mas demorei ainda algum tempo a perceber quem era a responsável pela manipulação, não é fácil, porque é sempre a pessoa do grupo que fez questão de manter algum contacto, é a mais simpática e a que parece mais inocente.

Curiosamente ao perceber isto percebi também quem teria sido responsável por outra situação há uns anos atrás, também a pessoa que menos se esperava e percebi também que algumas vezes teria sido manipulada docilmente para me afastar de algumas pessoas.

Acredito que existam situações em que a pessoa que manipula não está totalmente consciente do que está a fazer, mas noutras situações a pessoa que manipula está admiravelmente consciente, mede cada passo, cada ação, está constantemente a jogar, constantemente a analisar e a fazer acontecer, estas são as mais perigosas, mas também são as que quando dão um passo em falso não têm escapatória.

 

É tudo uma questão de tempo, um dia baixam a guarda e a sua vaidade irá trai-las, as mentiras são vaidosas e gostam de aparecer deixando a verdade à vista.