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Língua Afiada

As minhas neuras #3 – Com as doenças

Não sou queixinhas, não sou daquelas que pessoas que se queixam muito e que quando estão doentes estão sempre a dizer, doí-me isto, doí-me aquilo, estou tão mal, não me consigo mexer.

Não costumo estar muitas vezes doente, mas este ano já tomei antibiótico suficiente para 10 anos de vida, mas tirando a dor de dente que mesmo assim não fez queixar muito, andei sempre bem, consegui trabalhar sem dificuldades e com paciência tudo se curou sem grandes problemas pelo menos audíveis.

Mas tenho uma neura com dois sintomas, há dois sintomas que me deixam de rastos:

 

- A febre que, felizmente, já não tenho há muito tempo, porque sou igual às crianças, não faço febre, faço febrões de 40 graus, daqueles em que é preciso colocar panos frios na testa e tomar banhos gelados.

 

- O nariz tapado, não conseguir respirar direito deixa-me impaciente, rezingona e aquém das minhas capacidades, juro que sinto que o meu cérebro não recebe o oxigénio na dose certa e isso faz com que fique mais lenta.

 

Hoje estou assim de nariz tapado e era capaz de fazer qualquer coisa para o destapar!

Já tomei o anti-histamínico, diz que só posso tomar um por dia, será que faz muito mal tomar dois? Faz, não se preocupem que o Tico e Teco estão lentos, mas ainda funcionam.

Não posso ir a lado nenhum sem os lenços, as gotas e o letibalm que garante que não fique com o nariz em sangue.

Não consigo dormir direito, a comida não tem sabor, tenho os olhos fundos, o nariz vermelho e parece que o cabelo decidiu fazer pandã e está em total desalinho.

Pensava eu que este ano já me tinha safado das alergias, mas as doidas são como o tempo e resolveram aparecer no Outono em vez da Primavera.

Vá lá minhas queridas invernem até à Primavera e depois falaremos mais tarde, sim?

Se quiserem ficar a dormir para sempre também não se preocupem, o meu nariz não irá ter saudades vossas e eu também não.

Para bem dos meus amigos

A minha relação com o Facebook tem vindo a dar de si com o tempo, isto já não é novidade, mas decidi deixar de publicar na rede social mais anti-social de todos os tempos para bem dos meus amigos, colegas e conhecidos. Porquê?

Porque não os quero ver deprimidos ao verem a vida fantástica que tenho.

 

A verdade é que eu tenho uma vida fantástica, ora vejamos por pontos:

 

1 - Tenho um marido que amo e que me ama, que me acompanha nas aventuras e desventuras e que me apoia incondicionalmente, divertido e inteligente, meigo e preocupado, é muito mais do que aquilo que eu poderia imaginar concentrado numa pessoa e mais um pouco ainda. A juntar a isto tudo é jeitoso e fica muito bem nas fotos.

 

Poderia terminar o texto por aqui, mas vou dar mais uns detalhes.

 

2 – Tenho uma família um pouco disfuncional mas que é minha e que com todos os defeitos é linda e como não podia deixar de ser fica bem nas fotos.

3 -Tenho um emprego que adoro, não é perfeito, poderia ganhar mais uns euros, mas gosto do que faço, é divertido, não me custa ir trabalhar, há dias menos bons em que fico cansada, mas nunca saturada ao ponto de desejar que empresa entre em falência, longe disso. O meu emprego permite-me fazer coisas interessantes e proporcionou-me conhecer pessoas ainda mais interessantes que curiosamente também ficam bem nas fotos.

4 - Tenho uma casa para me abrigar da chuva e do frio, que mesmo não sendo especialmente bonita tem um ar acolhedor e detalhes tão nossos que a tornam especial, detalhes que ficam bem nas fotos, como já seria de esperar.

5 - Faço férias, todos os anos fazemos pelo menos uma viagem para fora do país, trabalho, poupo, organizo-me e vou de férias, não é assim tão difícil, a sério que não, experimentem ver mais mundo que o Algarve irão surpreender-se. É claro que as férias são fotogénicas.

6 - Gosto de comer e de beber, em casa ou fora, a comida tem fotogenia é por isso que dizemos – come-se com os olhos.

7 - Gosto de sair, de passear, a dois, a quatro ou em multidão de preferência em dias de sol e no meio da Natureza, dias bons na Natureza igual a fotografias bonitas.

8 - Gosto de conviver com amigos de longa data, com amigos recentes, com amigos de circunstância, com conhecidos que ficam marcados pela partilha de pequenos instantes, procuro a companhia de pessoas bem-dispostas, pessoas bem-dispostas dão origem a fotos bem-dispostas.

9 - Tenho duas gatas lindas e ainda cães lindos em casa da mãe e da sogra, tudo animais muito fotogénicos e lá poderia ser de outra forma.

10 – Sei tirar fotos, que é todo um detalhe muito importante, ter instinto para os momentos, ter atenção ao pormenores, ver para além do óbvio e claro gostar de fotos e consequentemente estar sempre a disparar ajudam a ter fotos de qualidade.

 

Por isso os invejosos, raivosos e desdenhosos que escrutinam as páginas na busca de material para escárnio na minha não encontrarão grande coisa.

As pessoas seriam mais felizes se vivessem a sua vida em vez de indagarem sobre a dos outros, mas como elas não conseguem evitar a maledicência, mesmo quando não há motivo para tal, eu faço-lhes o favor de não lhes mostrar nada, assim irão pensar que tenho ficado fechada em casa, sem conviver com ninguém sem comer e sem beber e ficarão muito mais sossegaditas e sentir-se-ão muito melhor nas suas vidas fúteis e mesquinhas.

Sabemos que as pessoas são felizes na sua ignorância, sabemos que conseguem ser felizes com a sua realidade se a aceitarem, mas estar constantemente a levar com a felicidade dos outros chateia muito, faz moça, faz indagar, provoca inveja. E nós não queremos invejosos, as energias deles são muito negativas.

Eles até podiam ser felizes se não achassem que os outros são mais.

 

Já dizia a música dos James:

“If I hadn't seen such riches
I could live with being poor”

 

Isto antes das redes sociais, agora 1000 vezes pior.

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