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Língua Afiada

Adeus noites à lareira

Adeus noites à lareira

Até sempre serões aquecidos pelo lume crepitante

Esqueçam-se os copos de vinho amornados

Deixemos as conversas partilhadas entre labaredas

Acabou-se cheiro a lenha e a borralho

Fiquem esquecidas as acendalhas, as cinzas, as faúlas e o fumo

Neste Inverno não há lareira

Não, infelizmente não irei viver para um país tropical, com muita pena minha terei de suportar o frio invernoso.

Apenas troquei a lenha pelos pellets, aqueles pedacinhos de detritos comprimidos em formato do penso para os coelhos que ninguém sabe pronunciar.

Adeus acendalhas e castelos de lenha milimetricamente empilhados para que se acendam sem fumo e rapidamente aqueçam.

Acabou-se o carvão e as farpas, ficam apenas as cinzas fininhas que se aspiram em segundos.

Olá tecnologia da programação, da definição da temperatura e da ecologia.

Casa quentinha mesmo antes de chegar a casa, comando à distância e programação remota pela Internet.

Adoro lareiras, mas rendi-me à comodidade.

Troquei o encanto, o romantismo e o tradicional pelo prático e moderno, continuarei a adorar o fogo crepitante de uma lareira, mas deixo-o para ocasiões especiais.

Unhas de gel – Quem avisou

Nunca gostei de unhas de gel, tirando os casos raros em que a profissional tem dotes de artista plástica e consegue dar-lhes um aspeto natural, a maioria não são unhas, são unharras que mais parecem saídas de um filme de terror. Se à falta de jeito para esculpir juntarmos a falta de gosto o resultado são as unhas mais parolas que alguém algum dia já inventou.

 

As coisas pavorosas que por aí se veem são um atentado a qualquer vista mais sensível ao pimba e brejeiro. Quando as unhas acompanham leggins a fazer de calças e soutiens cor-de-rosa à mostra claramente estamos perante um caso perdido e o melhor nem é olhar duas vezes porque o nosso sensor estético sofre. O meu coitadinho sofre imenso ao vislumbrar semelhante andor enfeitado dos pés à cabeça com excesso de detalhes, berloques, apliques e postiços e com falta de tecidos nos locais certos, enquanto tecidos que deveriam estar escondidos se mostram orgulhosos da sua presença.

 

Como dizia um amigo meu no outro dia:

- Quando vejo uma mulher com um soutien cor-de-rosa à mostra associo a imagem imediatamente a uma prostituta.

 

Depois das unhas de gel simplificaram para o verniz gel, menos horas de trabalho, mas mais idas à esteticista o que se analisarmos bem no fim do ano, as horas e o dinheiro gasto iam dar ao mesmo, a vantagem era só uma, como para o verniz gel a base era a própria unha, as unharras passaram ser menos frequentes para bem dos nossos olhos.

Experimentei, apesar de gostar do resultado do verniz nas unhas, não gostava do resultado nas unhas quando o tirava, unhas arranhadas, fragilizadas e tenho unhas fortes e resistentes, imagino quem tenha unhas de papel.

Entretanto descobri o verniz efeito gel e a minha vida mudou, quando tenho paciência para pintar as unhas o resultado é excelente, a durabilidade é maior do que o verniz normal e se estragar uma unha não tenho de ir a correr à esteticista, posso simplesmente retirar o verniz com um removedor normal, com a vantagem de que quando se remove o verniz as unhas continuam normais e sãs.

O melhor de tudo? Seca ao ar e em cinco minutos, nada de lâmpadas.

 

Ah as lâmpadas! As lâmpadas são o motivo deste post, é que as lâmpadas são UV, UV como os raios do sol, aqueles que raios que fazem mal e dos quais nos estamos sempre a tentar proteger e que nos fazem gastar fortunas em protetores solares, são esses mesmos.

E o que é que a mulherada anda a fazer? A meter as mãozinhas diretamente debaixo dos raios UV sem proteção sequer, ali a uma distância mínima da fonte. O meu marido, sempre atento e sábio, disse-me assim que viu a geringonça:

- Isso não faz mal? Isso são raios UV.

- Acho que não.

 

Não ia assumir a minha burrice assim à primeira, mas depois de pensar melhor deixei de usar e comecei a evangelizar as amigas, acham que resultou? Nada disso, continuam a usar.

É claro que o marido pensava, até ler este post, que deixei de usar a geringonça por dar muito trabalho e ser uma seca estar ali a aguardar que as unhas secassem. Amor tinhas razão.

 

As mãos que são, a par do pescoço, o espelho da velhice, são só a parte do corpo mais exposta, mais mal tratada e a que envelhece mais rápido e o que é que o mulherio faz? Envelhece-as mais um bocadinho à custa de andar com as unhas mais compostinhas.

Esqueçam lá isso, com as mãos enrugadas e cheias de manchas acham mesmo que umas unhas boinitas vos safam?

Se o envelhecimento não for suficiente para assustar pensem na outra consequência associada aos raios UV, o cancro, não há necessidade de agravar a propensão que todos já temos ao expor-nos a mais um fator de risco.

Se mesmo assim o espírito rebelde e aventureiro persiste em vocês coloquem ao menos protetor solar nas mãos antes de as meterem debaixo das luzes.

Ou então deixem-se disso e usem verniz normal, sem apliques, purpurinas e todas essas piroseiras.

Façam favor de divulgar esta informação, não, não é pela saúde das mãos, é mesmo pela saúde dos meus olhos, que dispensem olhar para unharras.

O Brad insiste em ligar-me!

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Não adianta fazeres esse pranto todo, já te disse que já tenho um Brad em casa.

Não insistas.

Vá lá enxuga as lágrimas, toma um banho, veste uma roupa bonita e vai dar um passeio.

Ouvi dizer que até estão a fazer fila para te ver na tua rua.

Eu sei que sou única, não precisas de me dizer.

Vá lá querido, não fiques assim eu apresento-te umas vizinhas que andam doidas para te conhecer.

Pode ser?

Pronto, melhor assim.

Vemo-nos daqui a uns dias em LA, descobrimos uma promoção jeitosa.

Vá, beijinhos.

Sossega, as minhas amigas irão tomar bem conta de ti.

 

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