A vida é colorida por sonhos que tentamos transformar em planos que criam expetativas.
O problema surge quando essas expetativas são defraudadas não por nós, mas por quem nos rodeia.
Não há como controlar o que não nos compete a nós controlar.
Não há mais nada a fazer para além de aceitar a realidade e seguir em frente, conscientes que o mundo é simplesmente o mundo e que é muito diferente do mundo que imaginamos, o mundo raramente é aquele que desejamos, fiquemo-nos pelo nosso mundinho, mais pequenino, mais íntimo e que temos o poder de controlar, pode ser só nosso, pode ser a dois, a três ou a quatro, mas nunca será muito povoado.
É pequeno, mas é nosso e é dele que temos de cuidar.
O resto? É apenas isso, resto.
Com o tempo aprendemos a transformar as desilusões em lições, aprendemos a não sofrer com o que não podemos controlar, com o que não podemos mudar. Aprendemos a relativizar, a arrumar o que não é importante, a deixar de lado o que nos deixa tristes.
É um processo duro de aprendizagem, com tempos e métodos diferentes para cada desilusão, mas com a idade vamos adquirindo ferramentas, fibra e sabedoria para lidar com cada processo de desapego, alguns custam muito, é como se estivéssemos a cortar um pedaço da própria carne tal é a forma como estão entranhados em nós.
Custa, mas nunca ninguém disse que seria fácil, a vida não é fácil, é a vida.
Amadurecer é transformar as desilusões em lições.
A felicidade reside na sabedoria de perceber que essas lições são a base da nossa felicidade.