Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Língua Afiada

Momento profundo

Parabéns a mim.

Festejo 427 meses.

Tão bom!

Estou muitíssimo feliz por este amor que sinto por mim própria.

 

A sério ninguém tem paciência para os festejos mensais que fazem dos bebés e crianças, entendo que seja muito importante para os pais, mas acreditem mais ninguém está a contar os meses, só vocês, nem os pais das outras crianças querem saber dos meses dos vossos filhos, só dos deles.

E não é bonito alguém perguntar - Que idade tem?

E vocês responderem - 38 Meses!

A sério? Qual o problema de dizer que tem três anos?

É para parecer ainda bebé? Não vos adianta de nada, ele já não é propriamente um bebé e não voltará a ser.

Eu sei, eu sei que há roupa de criança que vai até aos 36 meses, até essa data ainda se entende que a vossa mente esteja formatada para pensar em meses, depois disso é só estupidez.

O tempo está estruturado em dias, quando dos dias perfazem uma semana, falamos em semanas, quando as semanas perfazem um mês, falamos em meses, quando os meses perfazem um ano falamos em anos.

É assim tão difícil?

Séries #6 The Crown - A série que há muito fazia falta.

the-crown-julian-broad-ss07.jpg

 

Há imensos filmes sobre a monarquia, uns mais idílicos, outros mais verídicos, o cinema é rico e prodigioso em dramas monárquicos e até em alguns contos de fadas.

A Realeza inspira e faz sonhar, há curiosidade sem ver o que acontece por de trás da cortina, há essa curiosidade em relação às monarquias atuais e há também um certo fascínio sobre como viveram e governaram as monarquias do passado.

A série The Crown e a série Victoria vieram preencher esse imaginário. Já tive oportunidade de ver a The Crown, talvez veja Victoria mais tarde.

Sobre The Crown devo dizer que como consumidora ávida de séries, esta é uma obra-prima, goste-se ou não do estilo, do tema, é incontornável que é uma grandiosa produção com excelentes prestações de um elenco soberbo.

 

A história não é desconhecida, é inspirada na vida da Rainha Elisabete II e é sobre um passado relativamente recente no que respeita à história da casa real inglesa.

Não sei até que ponto o relato da vida familiar da Rainha Elisabete II é verídico, mas a forma como a sua vida é contada é ao mesmo tempo cativante e intrigante. A série dá-nos uma perspetiva completamente diferente da monarquia, da sua importância, do seu papel na história de Inglaterra e do Mundo.

A primeira temporada surpreende porque vai muito além do óbvio, aborda dilemas, dramas e incertezas de uma vida que de romântica tem muito pouco, uma visão crua mas polida das ligações da família real.

Se gostam de séries históricas irão com certeza devorar os 10 episódios que apesar de terem mais de 50 minutos passam rapidamente, se não são fãs da temática vejam à mesma, é uma produção incrível que vos irá cativar pela beleza dos detalhes e pelas interpretações.

 

Considerada por muitos a melhor série de 2016, roubou o Globo de Ouro de melhor série dramática a Game of Thrones, mas para além da série da HBO tinha outros dois correntes à altura West World e Strangers Things, mas deixemos estas para mais tarde.

Poderia dar-vos milhares de argumentos para ver a série mas derrotar estas três séries é suficiente, especialmente sendo uma série Netflix.

O véu de Marine Le Pen

Há muito que quero falar sobre da líder da Frente Nacional, o partido de extrema-direita francês, teria muito a dizer sobre as propostas de Marine Le Pen.

Mas hoje, e apesar de não concordar em nada com a sua ideologia, tenho de dizer que fez muito bem em recusar-se a usar véu no encontro com o mufti de Beirute.

Aplaudiria de pé a atitude, caso não percebesse o perigo da disseminação desta atitude, este tipo de comportamentos aplaudidos colocam-na mais perto da vitória.

Esta ilusão que ela defende os valores da República, das mulheres e outros similares é perigosa, ela até pode defender, a verdade é que todos os candidatos defendem sempre o melhor para o seu país, mas é um melhor à sua imagem, de acordo com os seus valores.

Queremos um país, uma Europa forte, mas a que custo?

Valerá a pena sacrificar décadas de liberdade, igualdade e fraternidade para conseguir um país mais forte?

E será realmente um país mais forte? Ou será um país mais fechado? Culturalmente mais pobre? Mais triste?

Há muito que falo do poder de contaminação da eleição de Donald Trump e do Brexit, se esta ideologia se propagar à França esperam-se tempos tumultuosos na União Europeia, a França sempre teve um papel determinante na defesa da liberdade e da igualdade, será que a Europa estará preparada para assistir a uma inversão de papéis?

Passará a ser a Alemanha a defensora da igualdade? Resistirá Angela Merkel?

Estas questões parecem estar longe do mundo dos portugueses, mas estão muito próximas, estão mesmo aqui no nosso quintal, e não, não é porque temos muitos portugueses espalhados pelo mundo, é mesmo porque Portugal faz parte da Europa e do Mundo e se o Mundo ficar doente nós sofreremos as consequências, se não formos contagiados pelo vírus do protecionismo, seremos afetados pelas sequelas dos outros países, especialmente da Europa.

Estaremos a regressar às fronteiras? Ao protecionismo? À concorrência? À exclusão? À discriminação? À segregação? À desunião de nacionalidades, credos e raças?

Esperemos que este tempo de incerteza sirva para reforçar os valores que uniram a Europa e não para a dividir e separar.

Que este véu negro que cobre a Europa se rasgue e voe para bem longe.

Pág. 1/9