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Língua Afiada

Coisas que adoro no Verão #3

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Piqueniques.

 

Existe coisa mais romântica que um piquenique a dois?

Já estou a imaginar o cenário perfeito, a toalha de xadrez estendida à sombra de uma árvore, a garrafa de vinho ou de champanhe, as frutas partilhadas, o bolo caseiro, todos aqueles salgadinhos saborosos, silêncio apenas interrompido pelos pássaros e pelo som da água corrente do riacho.

 

Haverá coisa mais divertida do que um piquenique com toda a família ou um grupo de amigos?

Muita gente, muita comida, muita bebida, longas conversas de circunstância, recordar peripécias antigas, contar umas contas piadas, rirmo-nos e zangarmo-nos com os jogos de cartas, pregar uma partida, fazer poses ridículas para as fotos, partir ou estragar alguma coisa de uma forma que não lembra ao diabo.

Um dia de histórias que fica para a história.

 

Por mim faria piqueniques todos os fins-de-semana de preferência à beira rio para juntarmos um banho a todas as outras coisas maravilhosas.

Muitos dos dias mais felizes da minha vida foram passados neste contexto, memórias boas que guardarei para sempre.

Espero ainda acrescentar muitas mais às que tenho.

Filhos de quatro patas?

Adoro animais, cresci rodeada deles, sempre tive animais de estimação cães, gatos e mais do que uma espécie de pássaros, houve também um pato selvagem, para além dos animais de estimação tínhamos os animais de criação, coelhos e galinhas e na quinta da minha tia a estes juntavam-se ovelhas, vacas, porcos, cabras, chinos, granizos, patos, gansos, perus e todos os animais que podemos encontrar numa quinta.

 

Deixei de comer carne de coelho porque lhes criei tal afeição que simplesmente não consigo conceber essa ideia, seria incapaz de comer carne de cavalo e só como outras carnes porque entretanto deixei de conviver com animais de criação, pois o próximo passo seria provavelmente deixar de comer cabrito e assim sucessivamente.

 

Tenho um profundo respeito pelos animais, mas cresci a vê-los serem criados para matar e comer, por isso a exploração pecuária para mim é natural, não me repudia e não me incomoda, incomoda-me sim que sejam criados muitas vezes em condições deploráveis e alimentados à força para crescerem rapidamente.

 

Nas pequenas criações, pelo menos as que conheço e conheci, os animais são criados com respeito e até amor, isto pode parecer estranho para quem não conhece esta realidade, mas não é incomum os donos falarem com eles, darem-lhes nomes e até carinho, os cabritos por exemplo são animais muito dóceis e é quase impossível não os acarinhar.

Todo o carinho e respeito não impede que tenham o destino traçado, são criados para comer, muitos apenas para consumo próprio, outros para realizar pequenas vendas na comunidade local.

 

A matança do porco é sempre uma festa em qualquer casa, junta-se a família e os vizinhos e é um dia onde a comida e a bebida não faltam, se esta festa tem um lado grotesco e primitivo? Hoje, tenho consciência que sim, já que o animal sofre, especialmente se o matador não for experiente.

Como é possível conviver com isto e ter um amor desmesurado pelos animais?

Não em perguntem pois não sei explicar, mas sei que tenho.

 

Também não consigo entender quem chama filhos aos animais e quem diz que os ama como tal, compreendo que os animais fazem parte da nossa família, os meus fazem, as minhas gatas fazem parte da minha vida e o amor que sentem por nós é mágico e comovente, mas daí a chamar-lhes filhas, para mim, vai uma longa distância.

 

Depois de muito pensar sobre o assunto penso que os coloco noutro patamar por uma razão prática, não é natural os pais verem os seus filhos morrerem, é suposto os filhos darem continuidade aos pais, por isso como encarar como descendência um ser vivo que sabemos à partida não sobrevirá a nós?

 

Todos sabemos que os cães os gatos têm uma esperança de vida muito inferior à nossa, tenho uma ligação especial com gatos e lembro-me do meu primeiro gato, acompanhou-me nos primeiros anos de vida e quando morreu foi um trauma tão grande que a minha mãe só me deixou ter outro gato um par de anos mais tarde, quando morreu a história repetiu-se só muito mais tarde tive outro, pois o desgosto foi tão grande que era preciso tempo para fazer o luto e a história voltou-se a repetir uma e outra vez, os gatos são animais livres, caçadores, a probabilidade de lhes acontecer algo é muito grande.

 

Com os cães passou-se o mesmo, a primeira cadela morreu quando tinha 3 anos, tenho vaga memória dela, mas segundo a minha mãe, falava dela todos os dias, adotamos outro cão, era uma alegria, brincava connosco como se fosse nosso irmão, um dia soltou-se e morreu atropelado, ficámos desolados, dias depois trouxeram-me um cachorrinho lindo, andava com ele para todo o lado como se fosse um bebé, infelizmente adoeceu e morreu uns meses depois, não quis mais cães.

 

Quem adota uma animal deve ter para com ele a mesma responsabilidade que tem com um filho, pois tal como os filhos quando nascem dependem de nós para se alimentarem, carecem de abrigo e proteção.

Os nossos animais devem ser bem tratados e respeitados, devemos retribuir-lhes o carinho e amor que nos dão incondicionalmente.

 

Mas chamar-lhes filhos? Só mesmo em sentido figurado.

Não consigo conceber a dor que é perder um filho, conheço a dor de perder um animal e não pode sequer ser comparável, dói, deixa saudades, deixa um vazio, mas não é a mesma coisa.

A responsabilidade é a mesma, o amor pode ser comparável por ser infinito, mas a dor?

A dor de perder um animal, por mais amor que lhe tenhamos, jamais pode ser comparada à dor de perder um filho ou um ente querido.

Por isso para mim não existem filhos de quatro patas, existem amigos, companheiros, família se quiserem, mas nunca filhos.

Coisas que adoro no Verão #2

Festas!

 

Eu gosto de todas as festas, mas gosto particularmente das festas de Verão.

Inauguram-se com o São João e daí para a frente é uma atrás das outras, há fins-de-semana que até temos duas à escolha.

Nada melhor do que aproveitar as noites quentes com um grupo de amigos, passear pelas barraquinhas de artesanato e das pechinchas, sentir o cheirinho das pipocas e do algodão-doce, assistir a um concerto, cruzar-nos por amigos e colegas que já não víamos há imenso tempo, degustar farturas, beber uma bebida fresquinha, sorver um sorvete*, ver um espetacular fogo-de-artifício e terminar a noite a comer um pão com chouriço.

Tudo coisas espetaculares que se tornam ainda mais fantásticas se a noite estiver quente e se estivermos na companhia certa.

 

* Este ano provei sorvete de maracujá com limão e só de pensar no sabor fico a babar, como é que ainda não conhecia isto? Como?!