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Língua Afiada

Planos para o fim-de-semana – Votar

Estão cansados da estagnação da vossa Freguesia ou Concelho?

Querem uma mudança?

Votem.

 

Não acreditam nos políticos?

Não se identificam com os candidatos?

Votem branco em protesto.

 

Independentemente das cores, das preferências este Domingo tirem 30 minutos do vosso tempo para exercerem o dever cívico de votar.

Lembrem-se que não há muitos anos não erámos livres de votar, de escolher, de dizer o que pensávamos.

Nunca deem por garantido este direito que custou tanto a tantas pessoas ganhar e que ainda hoje é proibido a tantas pessoas no mundo.

Temos voz, temos obrigação de dar-lhe manifesto através do voto.

Lembrem-se que o vosso voto é mais do que a vossa opinião, é a vossa vontade, quem não vota não tem vontade de participar, não tem voz ativa.

 

No dia 1 de Outubro façam-se ouvir, sejam ativos, votem.

O coração do Salvador e a estupidez dos portugueses

Li agora no Sapo a notícia que Salvador Sobral está à frente na lista de espera para transplante, nem queria acreditar quando li os comentários.

Quando se recebe a notícia que alguém passou à frente na lista de espera ao contrário do que muitos possam pensar não é uma boa notícia, é mesmo má, é sinal que o prazo de validade do órgão está a terminar e que a vida do doente está por um fio.

 

A notícia apresenta a justificação de Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia "Não passou à frente de ninguém. Mas, devido à gravidade da situação e ao tempo em que já se encontra à espera, o Salvador já está à frente na lista".

Mas nem a declaração do médico acalma os ânimos destes portugueses que só por se tratar de uma pessoa famosa esperam automaticamente que tenha tido algum tipo de favorecimento.

 

Se estar dependente da morte de uma pessoa já deve ser terrivelmente assustador, ter que lidar com este tipo de comentários deve ser devastador para o cantor e para a família.

Não faço ideia do que será estar numa situação destas, mas deve ser um sentimento de impotência e revolta enorme, um misto de esperança e culpa, afinal espera-se a morte de uma pessoa para salvar outra.

Há sempre mortes inesperadas e que não podem ser evitadas, se essas vidas ceifadas precocemente podem salvar outras é um legado inestimável que deixam neste mundo, mas é sempre um sentimento dúbio e contraditório.

 

Estes portugueses que se apressam a julgar tudo e todos serão os mesmos que elegem políticos corruptos, que levam materiais da empresa para casa, que compram bens sem fatura, que registam a casa por um valor patrimonial abaixo do real, que passam à socapa à frente das filas, que estacionam nos lugares para deficientes e grávidas, que provam a fruta no supermercado antes de pagarem, que favorecem a empesa do amigo, que têm TV Cabo pirata, que compram sapatilhas contrafeitas das marcas da moda?

 

Dou por mim a pensar se o desenrascanço e o chico-espertismo não é uma espécie de praga da qual todos reclamam, mas só quando não lhes é dado um quinhão.

Ser reto, idóneo, honesto, franco e honrado não é difícil, chega a ser impossível no meio de tanta estupidez.

O sorriso que disfarça a desgraça mental

Nunca a expressão feita num oito fez tanto sentido para mim, quando uma pessoa pensa que já não possível sentir-se ainda mais cansada eis que por alguma congeminação do demónio consegue sentir-se ainda mais desgastada e agastada, é que não basta o cansaço da nossa vida ainda temos de aturar com os desvarios da vida dos outros.

O ritmo tem sido tão frenético que já dei por mim várias vezes com os olhos fixos no nada e pensamento vazio, uma espécie de sono acordado em que desligo o cérebro sem me aperceber.

 

Depois de uma fase em que dava por mim a queixar-me do cansaço, da falta de tempo, do trabalho, da necessidade de férias, lamúrias que nem são características minhas, dou por mim agora com um sorriso estampado nos lábios, gargalhada fácil e aparente bom humor, isto pelo menos até colocar um pé dentro de casa, depois disso a minha irritação regressa com requintes de malvadez e suga-me qualquer energia que tivesse de reserva.

 

A ser verdadeira melhor andar de sorriso estampado no rosto do que olheiras até ao umbigo, nunca me dei muito a desesperos e não será agora, por mais que a minha vida esteja num novelo, que o farei.

Mas custa, custa muito manter a leveza de espírito, quando nos deixam na nossa vidinha sossegados tudo corre bem, mas quando alguém interfere com ela está o caldo entornado, digamos que por incompetência terem-me deixado uma hora e meia à espera é coisa para me desalinhar os chakras durante umas horas ou até dias.

Acho que nem dormi bem tamanha a explosão de stress, mas acordei com o sorriso estampado no rosto, porquê?

Não faço ideia, mas é sempre melhor ter um sorriso como acessório do que má cara.

 

Não andava em mim nos últimos tempos, mas a nossa personalidade acaba sempre por vencer, é por isso que não adianta tentar ser ou parecer algo que não se é, a nossa verdadeira essência virá sempre à superfície.

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