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Língua Afiada

Estou nomeada! Oh yeahhhhhh!

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Obrigada a todos os que me nomearam é uma honra estar entre os mais votados da categoria Opinião, se bem que acho que deveria estar na categoria – Revoltados e Inconformados, mas depois não teria mais ninguém para concorrer comigo e seria uma chatice.

Ouvi dizer que andam à procura de gestores de campanha e por isso quero deixar à disposição os meus serviços, apesar de serem impagáveis, gomas e chocolates, livros ou cremes de beleza podem perfeitamente servir de pagamento, tudo porque os meus vizinhos são espetaculares, por isso MariaFatia não procurem mais.

 

Podem votar até ao dia 14 de Dezembro de 2017 nos blogs da mentora do projeto Magda Pais que teve imensa paciência para organizar isto em conjunto com o P.A. e com a Mariana Sofia.

Votem com consciência, não é que da votação dependa o futuro do país, mas todas as votações devem ser respeitadas em nome da democracia, por isso não vale votar duas vezes ou fazer batota.

Cheguei a temer ver vencer um blog dos grandes, seria muito mal, mas esta malta afinal percebeu que o intuito era divulgar blogs anónimos, por isso aproveitem a oportunidade para conhecer novos blogs, é o que farei.

 

Votem, não deixem de passar esta oportunidade para agradecer aos blogs que acompanham diariamente, muitos e tão bons ficaram de fora, e se foi difícil nomear blogs para cada categoria, mais difícil será agora escolher apenas um porque a qualidade dos nomeados é inquestionável, cada um no seu estilo e registo.

Parabéns aos meus colegas nomeados, as minhas nomeações, os blogs que acompanho diariamente estão quase todos a votação o que tornará a minha escolha muito difícil em algumas categorias.Ups!

Toca a votar.

Boa sorte a todos.

Work, Work, Work.

Work, Work, Work.
Work, Work, Work.
Work, Work, Work.
Work, Work, Work.

Duty is down so come to town
Set your mind free
Hold tight – I won’t sleep tonight
Tell me you delivery

Everybody work love
You'll remember that
Everybody work love
Always work - always slaver

Work, Work, Work.
I'm looking for some time
Work, Work, Work.
I'm not ready for more work

Stay around
Get the task done
Work I'm not feeling right
Take a chance with work
Have some nightmares tonight

All workers in the deadline work
Deadline work is a bitch tonight
Said hey say you say me say what
Everybody has gotta work
Don't stop, work fast
And just get your body in the mind-set
I said hey said who
I said me I said you
Gotta get in the mood

Work, Work, Work.
In the deadline work (bis)
Work, Work, Work.
In the deadline work (bis)

Sou especial, mas serei mais especial que os outros?

Algures no tempo não sei precisar quando, mas terá sido pouco depois de ter consciência de mim, assumi que era especial, especial porque era diferente, muito desenrascada, muito determinada, muito senhora de mim mesma quando ainda me faltavam mais dentes dos que tinha.

Não tinha grandes certezas, apenas a certeza que queria fazer a diferença, meti na cabeça que o futuro me reservava grandes coisas, que iria ser grande de alguma forma, famosa talvez, tinha aptidão natural para as artes e à vontade para o público.

Gostava de ser o centro das atenções e era-o muitas vezes, demasiadas vezes tenho noção agora, não que os meus pais me incentivassem, pelo contrário, mas fazia parte de mim ser assim e procurava a atenção porque gostava dela.

 

Na escola continuei com a mesma sensação, era excelente aluna, protegida pela professora e querida pelos colegas, mas percebi que não era sempre a maior porque haviam literalmente alunos maiores do que eu e até uma que não gostava nada que eu fosse o centro das atenções.

No liceu a minha perspetiva do mundo e de mim não mudou muito, continuava crente nas minhas capacidades e dotes, nem as desilusões amorosas mudaram o cenário, só uma alfinetada na amizade me fez perceber que as coisas talvez não fossem tão cor-de-rosa.

 

No secundário deu-se uma lenta transformação do sonho para a realidade, mais motivada pelas hormonas do que pela consciência, no turbilhão de emoções e sentimentos contraditórios, eu era realmente especial, mas nem sempre um especial bom, muitíssimo complicada e complexa no que sentia e exprimia era completamente impossível entenderem-me quando eu estava completamente perdida.

Algures entre o secundário e a faculdade quebrou-se o sonho, deu-se a minha primeira frustração, depois de 12 anos a ser boa aluna vi o meu percurso manchado por uma nota má, um ano perdido num caminho que tinha tão bem traçado.

Na altura não tive consciência do que este contratempo tão simples implicou na minha vida, mas a verdade é que diminuiu a minha confiança, fechei-me, contive os sorrisos e tornei-me muito mais introspetiva e soturna.

Nada que não fosse curável com a adrenalina da juventude, após um período a viver para dentro voltei a viver para fora e o resultado extravasou mais do que desejaria, resquícios da rebeldia que sempre tive.

 

Não demorei a entrar no mercado de trabalho e não foi preciso muito tempo para esquecer que era uma pessoa especial, o especial deu lugar ao normal, mais uma pessoa a tentar singrar no meio de tantas, a tentar um lugar ao sol.

Lentamente a normalidade e a rotina conquistaram mais espaço do que deviam, alargaram-se a outros campos da vida e perdi algumas qualidades e sendo franca alguns defeitos que me davam um carisma de rebelde, passei a ser uma pessoa regular com uma vida normal.

 

Hoje tenho uma vida tão normal como qualquer outra pessoa e sinto-me mais uma pessoa que só faz diferença na vida de quem me rodeia, nada de grandezas, de fazer grandes coisas, de sonhos e ilusões megalómanas.

Olho para trás e penso na criança que era e na adulta que me tornei, tento encontrar respostas no caminho que me trouxe até aqui, penso de quem foi a culpa de ter seguido este caminho, tento culpar os outros, as circunstâncias, tento fugir da responsabilidade de me ter tornado naquilo que sou hoje, mas sei que estou onde estou porque escolhi estar aqui.

É difícil não me reconhecer nos meus sonhos e assumir as culpas por isso, mas seria uma infantilidade culpar o mundo, quando a culpa é exclusivamente minha.

Eu que sempre quis ser diferente, que sempre me considerei especial, mesmo que nunca o tenha dito em voz alta, que sempre tive a ilusão de seguir um caminho alternativo, acabei por tomar todas as decisões contrárias a isso, seguindo o curso natural da vida, deixando-me levar pelo normal, pela lógica dos acontecimentos.

 

Hoje, sinto sentimentos contraditórios, se por um lado não tenho forças nem vontade para traçar um caminho alternativo, para fazer algo diferente, por outro sinto-me insatisfeita e defraudada pela vida, que teima em negar-me algumas coisas básicas e lógicas.

Sempre disse sonhar é em grande, deixei de sonhar, deixei de ser especial.

Ou nunca terei sido mais especial do que os outros?

Fui apenas uma criança sonhadora que não viu o seu sonho concretizado.

Isso é mau?

Não, é apenas a vida.

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