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Língua Afiada

Homicidas são o espelho da sociedade.

Toda a história do desaparecimento do triatleta Luís Grilo era estranha, mas quando o seu corpo foi encontrado a história assumiu contornos surreais e que assumem agora factos que mais parecem ficção.

O crime passional motivado por dinheiro não é novidade, dinheiro e amor são as principais causas de homicídio deste sempre e é previsto que continuem a ser.

Se existiu um tempo em que ficaria surpreendia com esta notícia, hoje não me surpreendo, num Mundo em que os valores foram completamente colocados de parte, onde o dinheiro dita o caminho, não é surpreendente que se cometa um homicídio por razões financeiras embrulhadas de amor.

Não nos esqueçamos que o amor tem muitas facetas, nem sempre saudáveis, nem sempre benignas e felizes, a ideia de ficar com a pessoa amada e bem de vida, com todos os problemas financeiros resolvidos pode ser apelativa.

Felizmente que quem tem a frieza e o distanciamento necessários e a loucura e a doença de pensarem assim não primam pela inteligência, é por isso que são facilmente apanhados nas próprias mentiras, na sua própria teia.

 

Devemos olhar para estas situações e refletir se é esta sociedade egoísta, sem valores, sem escrúpulos ou remorsos que pretendemos ter, a maior crise que atravessamos é a de valores, e não julguem os puritanos ou fundamentalistas que se trata de um problema de promiscuidade ou de descrença, o problema não reside no que se deixou de acreditar, reside nas motivações e prioridades das pessoas, quando a felicidade é medida em dinheiro, sucesso e reconhecimento, quando se vive para mostrar e não para sentir o vazio apodera-se do ser humano e não há nada pior do que uma pessoa desprovida de sentido e sentimentos.

Quando valores como empatia, generosidade, compaixão, amizade, amor, ternura, companheirismo, altruísmo, entreajuda são substituídos por egoísmo, egocentrismo, narcisismo, ambição, ganância, inveja, competição não se auspiciam coisas boas para a Humanidade.

Estamos a atravessar um período tumultuoso, conturbado, delicado, as pessoas acreditam que a democracia tal como a conhecemos falhou, esquecendo-se que o capitalismo é o responsável pelo problema, não foi o sistema de valores de liberdade e inclusão, mas sim o sistema financeiro que nos encaminhou para esta situação económica débil e instável, é preciso distinguir os dois conceitos.

O descontentamento tem sido bem usufruído e explorado pelos radicais e é com receio que percebo as fações políticas extremas ganharem cada vez mais terreno, a memória coletiva e histórica nunca foram pontos fortes da Humanidade que repete sistematicamente os mesmos erros esperando fazer funcionar um sistema que nunca funcionou.

 

O que me surpreende não é dois amantes assassinarem uma pessoa para ficarem com o dinheiro do seu seguro de vida, o que me surpreende é que as pessoas sejam indiferentes a todo o mal e injustiça que prolifera no mundo, que encolham os ombros perante as diversas tragédias que assolam pessoas que tiveram o azar de nascer no local errado do Mundo, as imagens que nos chegam dos migrantes, da Venezuela, do Iémen são devastadoras, como continuamos todos os dias indiferentes a esta realidade?

Não se surpreendam com a frieza de dois homicidas frios e calculistas, todos nós carregamos o nas costas o peso de sabermos que temos tudo quando outros morrem por não terem nada, todos nós contribuímos para este sistema de valores, para o consumismo, para o despesismo, para a acumulação de riqueza de uns mesmo que isso custe a vida de tantos outros, somos egoístas, escolhemos viver alienados da realidade para conseguirmos dormir à noite, sabendo que pensar no estado do Mundo não nos permitiria viver descansados, escolhemos ser egoístas e pensar apenas no que nos rodeia para conseguirmos ser felizes.

 

O problema é que enquanto vivermos no nosso mundinho nunca seremos capazes de mudar o Mundo.

Pedrógão Grande: Responsáveis da Proteção Civil e da EDP acusados de 63 homicídios por negligência

Espero que se faça história em termos de justiça em Portugal, que finalmente a culpa não morra solteira apenas suportada em demissões e que os culpados sejam exemplarmente punidos, que seja um exemplo, um marco para que a neglicência, esse crime tantas vezes esquecido e enterrado em processos, inquéritos e comissões deixe de ser desculpa e passe a ser efetivamente um crime.

Só no dia em que as pessoas sejam efetivamente responsabilizadas pelos seus atos é que este país funcionará bem, altos cargos implicam responsabilidade em todas as ocasiões e não só apenas quando é para receber os louros, é preciso assumir a responsabilidade quando são cometidos erros e arcar com as consequências.

Aguardarei desenvolvimentos, mas apesar de todos os casos polémicos e acórdãos absurdos que saem dos nossos Tribunais, parece existir nas forças de investigação vontade e motivação para mudar o panorama nacional, que perdure esta sede de Justiça e que seja imune à política e à influência das grandes empresas.  

É urgente que se investigue, prove, condene a neglicência com que somos geridos, espero um dia ainda assistir à responsabilização de quem nos governa e que essa responsabilização afaste oportunistas e corruptos com ânsias de poder e ganância da gestão do país.

 

Notícia completa no Sapo aqui.

Fujam! Tudo de mau dos anos 60, 70, 80 e 90 regressou!

Felizmente não tenciono comprar roupa nos próximos meses, espero conseguir manter este plano, porque se me vir obrigada a comprar uns trapinhos vou andar literalmente à nora para os encontrar.

Conselho de amiga - Preservem bem os vossos trapinhos, estimem-nos porque pelo andar do desfile não terão tão cedo oportunidade de os renovar, a menos que gostem de roupas sem formas, tecidos manhosos e cores pavorosas.

 

Quando percebi que os anos 70 seriam inspiração, bati palminhas, mas enganei-me redondamente, conseguem arruinar as peças mais icónicas e mais elegantes com apontamentos medonhos, um coordenado que teria tudo para ser chique e feminino é enxovalhado por umas meias brancas, meias brancas! Socorro!

 

Atentem só nas propostas que nos entram pelos olhos adentro que mais parecem cebolas ácidas que nos fazem chorar desalmadamente.

 

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Para os saudosistas a coleção de Outono é um rebuçado, não falta nada, nadinha, é animal print dos pés da cabeça, soquetes brancas, camisolas com mangas de balão, botarras grossas, fatos-de-treino 100% poliéster arco-íris, calças de meter debaixo do pé, casacos sem corte, peças que parecem feitas de plástico com costuras enormes e horrendas.

 

No meio deste desastre vá lá que se encontram alguns vestidos e blusas elegantes e para mim que adoro ainda bem que regressaram as boinas, nunca saíram realmente de moda, os lenços à francesa também são um detalhe elegante, mas aqueles cintos de pedras eram dispensáveis.

Moderação nas compras, porque com esta oferta é muito fácil sair de casa em modo vídeo-clip dos anos 80!

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