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Língua Afiada

Francisco Aguilar, o retrato da misoginia portuguesa no seu melhor.

Não é a primeira vez que se mistura em Portugal, que refiro uma vez mais é um Estado laico, Justiça com Religião, não é a primeira vez que se tentam branquear comportamentos de violência doméstica contra mulheres através da religião.

Não é segredo também que os órgãos de Justiça e outros organismos públicos, não sendo diferentes do resto do país, contam nos seus quadros com pessoas altamente misoginias, racistas, preconceituosas, retrógradas e com perturbações comportamentais não diagnosticadas.

O que não é normal é que façam disso bandeira e que lhes sejam dadas honras de publicação em revistas prestigiadas.

 

Francisco Aguilar, Professor de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa publicou um texto na revista de Direito Civil editada pela mesma instituição no qual expõe as suas ideias sobre a "miopia moral da fêmea", no qual refere que o feminismo "é o mais criminoso regime da história" e outras pérolas dignas de uma múmia do século passado, ora atentem às observações geniais:

"as mulheres cospem no prato - a civilização ocidental, designadamente o cristianismo - que não apenas lhes deu de comer mas que permitiu a sua ascensão"; "

 "ocorre na grande maioria das mulheres, por força da tendencial não-superação da inveja do pénis resultante da diferença estrutural do complexo de castração feminino em face do masculino"

o "nazismo de género" tem um ódio genético daquele "que é visto como o privilegiado genético, isto é, o biologicamente privilegiado por Deus"

 

Só me apraz dizer que ele cospe no ventre que o gerou, que não apenas lhe proporcionou o ambiente ideal para passar de embrião a bebé como ainda teve a bondade de o parir, de o alimentar e de lhe limpar o rabo.

Tanta conversa só para legitimar que o tamanho é que importa!? A sério que é preciso uma dissertação para justificar que o pénis é importante, deve ser mais importante para si do que para a maioria das mulheres, tenho novidades, um pénis é apenas um acessório de prazer que pode facilmente ser substituído por um modelo mais avançado tecnologicamente, mais duradouro e com tamanho e feitio à medida da cliente ou do cliente.

Um pénis só por si não vale nada, a menos que venha acompanhado de outros atributos como inteligência, educação e valores.

 

Biologicamente privilegiado por Deus? E aqui poderíamos estar a debater o sexo dos anjos, para nunca chegar a uma conclusão, pois as mulheres não são menos, nem mais que os homens (mentira são mais inteligentes*), somos todos diferentes, mas devemos todos ter direitos iguais.

Tenho de concordar que há homens biologicamente privilegiados, seja por Deus, pela genética, pela sorte, aqueles que são dotados de beleza exterior e ainda têm de presente inteligência, simpatia e talento, assim como há mulheres que têm a mesma sorte, especialmente aquelas que comem 30 kg de comida por dia e não engordam um grama.

 

Pior do que este pensamento é vê-lo publicado, pior do que isso é ainda dizerem que o texto saiu porque é um "texto assinado que responsabiliza apenas o seu autor".

Jura? As publicações excluem-se agora de responsabilidades editoriais porque os textos têm autores? Se assim fosse seria possível publicar tudo, textos nazistas por exemplo e dizer que a culpa é do autor.

O diretor da revista diz ainda que os artigos " têm que ter nível científico, devem ser autênticos, originais, e ter determinada apresentação gráfica".

Suponho que a justificação científica deste artigo seja a citação da bíblia que diz que Deus criou primeiro o homem, curioso que existem duas narrativas e os machistas escolhem sempre a que mais lhes convém.

Contra a autenticidade nada contra, é claro que este texto é autêntico, tenho sérias dúvidas que existam duas mentes tão distorcidas que pudessem ter escrito tamanhas barbaridades.

Original? Lamento mas não é, culpar as mulheres por todos os males do mundo já está descrito na bíblia, precisamente a base científica que justifica este artigo? Em que ficamos?

É muito triste constatar mais uma vez que as mulheres são desprezadas, subjugadas e maltratadas, apenas porque nasceram com uma vagina em vez de um pénis. Começo a achar que isto tudo se deve não ao sexo, mas à sexualidade, pois tanto desprezo e ódio às mulheres só pode ser derivado a sérias dificuldades em satisfazer as mulheres, as mulheres são seres complexos, muito mais sensoriais e emocionais que conseguem ter orgasmos múltiplos e de diferentes estilos e não precisam de descanso entre relações, acho que alguns (muitos) homens com os seus complexos de virilidade não conseguem lidar com esta situação.

Estamos a regredir, a passos largos, em todas as vertentes da igualdade, seja de género, seja de cultura ou proveniência e parece que isso não é importante, é como se isso não nos afetasse no nosso dia-a-dia, não se esqueçam que só estamos protegidos até ao dia em que não estamos, basta mudar a maioria do parlamento e passamos rapidamente de uma democracia para uma ditadura, de liberdade de expressão para repressão.

A culpa do estado das coisas é de todos nós, não é das mulheres, não é dos homens, não é dos partidos, não é das minorias, não é dos presos e não é dos beneficiários de rendimento mínimo é de todos nós que como já é habitual assistimos à corrupção e aldrabice instalada neste país e nada fazemos, assim como nada fazemos para travar estes pensamentos retrogradas e humilhantes para uma sociedade evoluída como deveria ser a nossa.

Continuem impávidos e serenos, pode ser que um dia a vossa mãe, mulher ou filha seja vítima dessa vossa inércia estúpida de quem só olha para o próprio umbigo, incapaz de ver o panorama geral e global.

 

* Sim, as mulheres são mais inteligentes, é científico, não é por acaso que morrem muitos mais homens em acidentes, é que os homens têm dificuldade em pensar antes de agir, têm dificuldade em perceber o perigo e fazem coisas que qualquer pessoa com dois dedos de testa não faria, se colocar sistematicamente a vida em perigo não é cúmulo da burrice e da estupidez não sei o que será.

 

Podem ler um resumo do texto aqui, preparem o estômago.

A desonra (petulância) de António Costa

Nunca gostei de António Costa, não tenho uma boa opinião dele enquanto político e acho-o até um político perigoso porque é astuto, inteligente e acha-se superior aos demais, mas em tempos de pandemia, devo dizer que subiu uns pontos na minha consideração, o que convenhamos não foi difícil dada a impreparação das restantes pessoas que falavam ao país.

Mas a revelação que faz parte da comissão de honra de Luís Filipe Vieira aniquilou qualquer simpatia que podia nutrir pela sua pessoa, não é só pela atitude irresponsável, pelo mau exemplo, mas pela petulância com que faz as coisas, afirmando que faz parte da comissão de honra enquanto cidadão, se não fosse de tão mau gosto, quase que seria uma piada.

Em primeiro lugar Luís Filipe Vieira e honra nunca deveriam aparecer na mesma frase, a não ser para dizer que essa pessoa não tem qualquer honra, ética ou moral, em segundo lugar porque o poder político, não pode, não deve misturar-se com dirigentes desportivos em geral e em particular com um que é acusado de fraude.

Em Portugal perdeu-se completamente a vergonha, é que nem sequer tentam disfarçar, é mesmo à descarada, talvez para que os portugueses percebam de uma vez que nada podem fazer contra os poderosos corruptos que nos assaltam os bolsos com a conivência da justiça e dos governantes.

Não se trata de clubismo, como andam os cegos e paranoicos a acusar quem se indigna com esta situação, não tem nada a ver com o Benfica, tem a ver com a pessoa que preside ao clube e que continuará a presidir porque se vale de todas as artimanhas e mais algumas para ser reeleito presidente.

Espero que Luís Filipe Vieira seja condenado e que arraste com ele os amigos, os conhecidos e todos aqueles que permitiram que este nos roubasse a todos descaradamente e sem qualquer vergonha ou remorso.

Espero que António Costa perca o apoio e se afunde na sua própria vaidade.

Mas acima de tudo, espero, mas espero mesmo que os portugueses comecem a abrir os olhos e se deixem de preocupar com insignificâncias para perceberem que a sua vida só vai realmente melhorar quando exigirem mais e melhor de quem os governa, nem que para isso seja preciso uma nova revolução.

Que abram os olhos antes que os analfabetos em manada, grunhos e cordeiros façam chegar ao poder uma extrema-direita que se alimenta de notícias falsas e tendenciosas e propostas de medidas populistas, completamente ineficazes só para agradar o povinho revoltado que acha que o que leva o país à falência são os beneficiários de RSI e os reclusos!

Mandem trabalhar os beneficiários de RSI e os reclusos, mas protejam os cães grandes que roubam milhões e ainda têm o desplante de se rirem na nossa cara.

António Costa deveria no mínimo retratar-se já que pedir a sua demissão nesta altura não seria prudente, mas Marcelo Rebelo de Sousa podia pela primeira vez tomar uma atitude digna de Presidente, ao menos salvava o mandato, pedir explicações não é suficiente, é manifestamente insuficiente.

Traição – Será que é tendência? Necessidade? Medo?

Ultimamente tenho tido conhecimento de vários casos de traições conjugais, quer por parte de homens, quer por parte de mulheres, se alguns casais optam por terminar a relação e seguir em direções opostas, outros entendem-se, existe um perdão e permanecem juntos.

Não crítico qualquer uma das atitudes, cada um saberá o que é melhor para si e se valerá ou não a pena continuar a lutar e a alimentar a relação.

 

O que não entendo é a quantidade absurda de mulheres que desconfia dos maridos, falo de mulheres porque foi num grupo só de mulheres que percebi essa realidade, estamos a falar de um grupo com mais de 20 mil membros o que é uma amostra considerável, especialmente quando publicações deste teor chegam facilmente aos 400 comentários.

Para mim uma relação onde não existe confiança não é relação, sei que existem mulheres que sabem das traições dos maridos e convivem pacificamente com isso por várias razões, pelos filhos, por questões monetárias, por medo, por comodismo, se eu não seria capaz de o fazer, consigo entender quem o faça.

Entender como vive uma mulher sempre à espera de ser traída, a tentar clonar o telemóvel do marido para ter provas, a engendrar mil um planos de vingança, isso não consigo entender, porque ou a mulher tem um problema de confiança e deve ser tratada ou existem realmente fortes motivos para desconfiança e nesse caso não é preciso provas é enfrentar a situação e resolver.

 

Por outro lado dos homens ouve-se muito o chavão – “Quem não trai, é traído” como se ser um homem decente, respeitador e leal fosse requisito para ser traído.

Isto seria muito fácil de resolver é juntar os traidores com traidores e traídos com traídos e como se diz só se estragava uma casa.

Outra realidade chocante é perceber a quantidade de mulheres que se assumem como amantes, como se isso fosse motivo de orgulho.

 

Ainda mais chocante é criticarem uma amante por querer solidariamente desmascarar o traidor, não por despeito mas porque o esperto estava na verdade a trair a duas e ela descobriu que não estava a ser traída mas a ser usada para trair.

A desculpa é que vai estragar o casamento, a sério? Se a esposa já sabe que ele a trai vai continuar a permitir isso, se não sabia o casamento já estava estragado, ou alguém acha que uma relação onde um dos membros do casal trai compulsivamente sem o outro saber é alguma relação amorosa? Até pode ser uma relação mas não é amorosa de certeza.

Pessoalmente não consigo conceber uma relação onde existam traições, consentidas ou não, a partir do momento que a pessoa demonstra disponibilidade para se interessar por outras pessoas a relação está condenada, quem ama verdadeiramente não tem disponibilidade emocional ou sexual para outras pessoas, se por algum motivo isso acontece, deve-se fazer um balanço e perceber se a relação tem ou possibilidade para continuar.

 

Na minha opinião muitas pessoas recorrem às traições porque é uma forma fácil de quebrar a rotina, de sentir adrenalina e de se sentirem bem consigo próprias, o que esconde uma enorme frustração pessoal e com a vida, é um subterfúgio para os problemas e para não implementarem reais mudanças nas suas vidas, é por isso que depois do estrago feito, muitas se arrependem pois afinal a única coisa estável e de confiança que tinham era a esposa ou o marido.

Não faltam divorciados arrependidos, embora poucos o admitam sem reservas, mas na verdade, tirando casos de violência psicológica e física, a maioria das pessoas nunca mais amou ninguém como amou a esposa ou o marido que traiu e por algum sentido poético, karma ou castigo a pessoa traída encontra muitas vezes um amor à sua altura.

 

Podem chamar-me de ingénua, romântica, o que quiserem, acredito que um amor pode ser para toda a vida, e o argumento da vida selvagem não é um argumento pois não faltam espécies que escolhem um parceiro para a vida.

O Homem não foi feito para ser monógamo dizem muitos que por medo, receio, incapacidade, inabilidade não conseguem manter uma relação, ter apenas uma relação de cada vez implica dedicação e empenho e isso não é trabalho, não é esforço, é amor, é carinho, é saber que aquela pessoa vale cada cedência e cada agrado porque a sua felicidade nos faz felizes.

 

Amar sem amarras, sem receios, sem medos, sem preconceitos implica uma entrega que não está ao alcance de todos, é preciso coragem, é saltar de um precipício sem ter certezas que a rede não vai rebentar, mas não existe nada no mundo mais gratificante, mais enriquecedor e mais verdadeiro que um amor incondicional.

O único amor que escolhemos verdadeiramente é o do nosso companheiro/companheira, porque é que então é o que é mais desvalorizado, renegado e colocado em segundo plano?

Felizes aqueles que amam incondicionalmente, mesmo que se magoem, têm mais sorte do que aqueles que nunca conheceram esse tipo de amor.

Antes de traírem pensem se é isso que realmente querem fazer, se calhar seria melhor mudar de emprego, de casa, afastarem-se de pessoas tóxicas ou até separem-se, quem trai, trai em primeiro lugar a si próprio ou vive em permanente traição, pois se está com uma pessoa que não ama trai-se todos os dias.