Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Língua Afiada

Mãe desnaturada #1 – O nome da bebé!

dicas-escolher-nome-bebe.jpg

 

Decidi fazer já uma rubrica deste tema porque não me faltam assuntos para explorar nesta aventura da maternidade.

 

O primeiro tema é o nome da minha filha, devo ser uma mãe muito desnaturada, muito impreparada e muito esquisita, não é que a gravidez já vai a mais de meio e a pequenita ainda não tem nome!?

Admiro imenso aquelas pessoas que mesmo antes de terem filhos já escolherem os nomes deles, para todos os casos, menino, menina, gémeos, trigémeos, têm tudo pensado, há até quem tenha o cuidado de combinar os nomes dos filhos uns com os outros para tudo ser perfeito e harmonioso.

 

A escolha do nome de um filho é um assunto sério, afinal estamos a definir como uma pessoa será tratada durante toda a sua vida, existirão exceções que lhes permitirão alterar o nome, mas regra geral depois de a criança estar registada no registo civil é esse nome que irá usar para sempre.

Não é o nome que define a pessoa, mas a pessoa que define o nome, gosto de acreditar que sim, mas depois não conheço um Tomás, um Diogo, um Pedro e um Tiago que sejam calmos, isto só para dar alguns exemplos, para além disso todos conhecemos pessoas das quais não gostamos e os nomes dessas pessoas vão imediatamente para a lista negra, por mais giros que possam ser, por melhor que soem, ninguém vai colocar à filha o nome daquela colega de escola ranhosa, malcriada, presunçosa e impertinente que atazanava a vida a toda a gente.

Se conhecermos muitas pessoas e tivermos boa memória a situação pode tornar-se complicada, porque há sempre alguém de quem não gostamos com determinado nome, a juntar a isso ainda temos de imaginar a possível chacota e trocadilhos que alguns nomes dão oportunidade, regressamos novamente à escola e às lengalengas que infernizavam a vida de tantos colegas.

O dilema cresce quando não gostamos dos nomes mais comuns, nunca apreciei os nomes da moda, acho uma falta de imaginação terrível, pior ainda quando também não gostamos de nomes muito estranhos e estrangeiros.

 

Gosto de nomes marcantes, com história e com impacto, mas não é nada fácil encontrar aquele nome que nos enche as medidas, ainda não descobri um nome que ao pronunciar em voz alta me fizesse sentir e dizer – é este, é este o nome da minha filha.

Nem a mim, nem ao pai, se o Moralez tivesse uma clara preferência a situação seria bem mais fácil, mas somos os dois esquisitos no que toca a nomes e ainda não encontramos o tal.

Entretanto a situação ou dá para rir com as sugestões mais inusitadas, aqui a família tem ajudado à festa, ou para desesperar porque sentimos vontade de a tratar pelo nome.

Se tiverem sugestões façam o favor de dar, quem sabe se não poderemos encontrar assim o nome para a nossa princesa.

 

Não me venham para aqui com a história que não devemos associar as meninas às princesas, as pessoas já nascem com vontade e gostos próprios, tenho vários exemplos de amigas que as filhas são o oposto daquilo que as mães esperariam e fomentaram.

Está confirmado

Depois de nos dizerem que tinha 75% probabilidade de ser, depois de começar a crescer em nós a ideia de ser, está confirmado é mesmo …

… Menina!

Desde o início que só olhava para cor-de-rosa, tenho comprado imensa roupa cor-de-rosa para mim e é com cor-de-rosa que me sinto bem, só consegui pensar e fazer lista de nomes de menina, na verdade se fosse menino iria ter um problema porque não tinha nenhuma ideia, nem uma lista para começar a riscar, bem lá no fundo acho que sempre soube que era menina.

Gosto mesmo de contrariar e contrariei a sina, o teste do recém-nascido, o teste da agulha e todos os demais, é mesmo uma menina.

Estamos tão felizes que não conseguimos pensar direito, temos ambos um sorriso incrível no rosto e um olhar carregado de brilho, estamos literalmente nas nuvens.

Agora é começar a planear tudo ao mais ínfimo detalhe para a sua chegada, será sem dúvida uma fase maravilhosa de escolher, comprar e decorar.

A bebé está saudável e que alívio que é quando a médica nos diz, está tudo normal com o seu bebé.

Este blog está a transformar-se num blog de bebés, prometo retomar à programação habitual assim que o meu estado de espírito o permita.

Avisos sobre a loucura das mães

Este é um tema sério e preocupante, apesar da minha vontade de escrever sobre ele de forma cómica e tom ligeiro, temo que a seriedade da situação não o permita.

Dos casais que nos rodeiam, família, amigos e colegas, somos praticamente os últimos a ter filhos, o que se tem traduzido numa clara vantagem para nós, para além de herdarmos muitas coisas, estamos a herdar e a partilhar conhecimentos e se isso pode ser terrível, no nosso caso tem sido bom, pois os conselhos e as dicas têm sido úteis.

 

Há, no entanto, um tema que tem sido recorrente e que me anda a preocupar, não é novidade para mim, tive sempre receio que isto um dia pudesse acontecer, os amigos do Moralez estão constantemente a avisa-lo que eu nunca mais voltarei a ser a mesma e que não mudarei necessariamente para melhor.

A maioria queixa-se essencialmente de duas coisas: do foco excessivo no bebé e do quero, posso e mando, eu é que sei e é assim que tem que ser, mães nazis do comportamento de toda a gente, menos do seu, verdadeiras ditadoras de regras, rotinas e vontades, usando muitas vezes os filhos para as fazerem valer a todo o custo.

Costumamos rir dos exemplos que lhe dão, muitos episódios são uma espécie de trágico-comédia, mas há outros que pela repetição e gravidade assustam, assustam porque verificamos uma mudança assustadora na personalidade da mãe e detetamos a crescente e justificada falha da paciência do pai.

 

A chegada de um filho muda tudo, é uma mudança de vida avassaladora e começa muito antes do nascimento, começa no dia em que sabemos que estamos grávidas, a partir desse momento acarretamos uma responsabilidade que ultrapassa a nossa vontade e é nossa prioridade cuidar para que o ser que carregamos tenha todas as condições necessárias para se desenvolver bem e saudável.

Mas é após o nascimento que a vida se transfigura, há um marco, uma linha, uma diferença que é tão marcante que nos obriga a estabelecer um antes e um depois de ter filhos, por menor ou maior importância que isso assuma na nossa vida, é incontornável há um antes e um depois desse momento.

 

Não podemos prever a nossa a reação, todos somos diferentes e uma mudança tão radical muda-nos, transforma-nos, deixamos de ser quem somos para sermos mães e pais, a mulher por questões biológicas mantém um vínculo e uma ligação essencial para a sobrevivência do bebé, ligação essa que transborda para o campo emocional, regada por uma overdose de hormonas e instinto protetor, uma mistura explosiva.

Como manter saudável a relação no meio deste caos? Sinceramente não sei, penso que depende muito das pessoas e da sua adaptação, mas penso que antecipar os problemas e pensar neles poderá ser uma boa estratégia, ter presente o que pensávamos antes de sermos mães talvez nos dê sanidade para não embarcar na loucura de viver exclusivamente para o bebé e perceber que há mais mundo para além dele.

 

Se me perguntarem como serei, responderei prontamente que não seguirei esse caminho, que não serei uma dessas mães centradas apenas no filho, que nunca viverei apenas em função dele, direi também que saberei separar as águas e que haverá sempre tempo para o casal, mas poderei eu ter certeza disso?

Não, nem eu, nem ninguém, porque por mais preparação, por mais experiência, por mais exemplos, será sempre a primeira vez que serei mãe e será sempre uma experiência à qual não sei como reagirei.

O que posso afirmar com certeza, porque isso faz parte de mim, é que serei assertiva nas minhas convicções, serei feroz quando alguém me tentar impor algo que não concordo e que provavelmente serei muito protetora porque já o sou com os meus sobrinhos e com as minhas pessoas em geral.

Espero não embarcar na loucura de colocar o bebé acima de tudo, espero não esquecer as minhas convicções e valores e espero, acima de tudo, ter a calma e a ponderação necessárias para saber gerir e equilibrar a vida.

 

Dificilmente serei uma dessas mães que deixam tudo para trás para cuidar dos filhos, mas há uma medida certa para tudo e encontra-la nem sempre é fácil, não podemos descuidar demais nem focar em demasiada, o segredo reside no equilíbrio, na moderação e no bom senso, espero que as hormonas não me roubem o bom senso, já me roubaram paciência, mas por outro lado deram-me moderação, espero que após o nascimento a situação se mantenha, havendo este equilibro entre o não ter paciência, mas ter o distanciamento necessário para me acalmar e afastar do que não é bom para mim e para a minha família.