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Língua Afiada

64 vítimas ou mais de 100? Queremos a verdade!

Não venham com a história de só contabilizarem as vítimas de "consequência direta" do fogo, e que outros eventuais casos não se integram nos critérios "definidos".

A notícia publicada no jornal I é avassaladora da nossa paz – “Última Hora: Incêndios. Empresária contou mais de 80 mortos em Pedrógão Grande”.

 

Na notícia são descritos relatos de várias pessoas que falam em mais 100 mortos, descreve ainda um clima de pressão e medo para que as populações afetadas não falem sobre o caso e reforça a ideia que penso a maioria dos portugueses já tem que os donativos e ajudas não estão a chegar a quem e direito.

 

O que se exige?

Transparência, verdade e uma explicação cabal sobre este assunto.

Os portugueses estão hoje mais atentos, mais informados e certamente munidos de mais ferramentas de contestação, as redes sociais, tantas vezes descritas como um flagelo social, têm também esta forte componente de divulgação e protesto.

Não podemos deixar este tema cair no esquecimento, não podemos deixar que nos manipulem e que nos escondam a verdade.

Não podemos deixar de falar sobre Pedrógão Grande, é imperativo que as autoridades esclareçam o que aconteceu e ainda acontece.

 

Apelo ao sentido de cidadania e solidariedade de cada um para que as vítimas e as suas famílias não sejam esquecidas, falem do assunto, escrevam, partilhem, vamos fazer-nos ouvir enquanto povo, afinal quando as autoridades do país se unem para abafar dados e factos, todos nós estamos a ser vítimas da mentira, hoje foram eles, amanhã seremos nós.

A tragédia não se esgotou no incêndio e a nossa ajuda e responsabilidade não se esgotou na transferência bancária, na ida a um concerto, é imperativo que as vítimas sejam reconhecidas e ajudadas devidamente.

É o mínimo que este Governo pode fazer, depois de anos e anos de governações negligentes, exige-se decoro, decência, responsabilidade e ética, esclareçam os portugueses e ajudem verdadeiramente as vítimas da tragédia.

Tenham a hombridade de reconhecer os mortos como vítimas do incêndio, pois caso não lavrasse um dantesco incêndio todos eles estariam ainda aqui a viver as suas vidas, junto das suas famílias.

 

O meu profundo agradecimento a Isabel Monteiro, empresária de 57 anos, natural de Lisboa que meteu os pés ao caminho e não teve receio de represálias, obrigada por ajudar a que a verdade seja encontrada.