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Língua Afiada

Coincidências ou condicionamentos?

Tinha planeado na hora de almoço fazer um convite de aniversário para a festa da filha de uma amiga, o convite tem como tema a Minnie, a cor predominante é o rosa e não faltam as famosas bolinhas tão caraterísticas das roupas da namorada do Mickey.

Há pouco quando descia uma escadaria olho para baixo e não contive o riso, imaginem o que trago vestido? Uns sapatos cor-de-rosa, umas calças pretas e uma blusa preta com bolinhas cor-de-rosa, inconscientemente vim praticamente vestida de Minnie.

Não, não é coincidência ontem enquanto planeava o que vestir tudo me levava para o rosa, bem sei que a cor até está na moda, mas o nosso cérebro é maravilhoso a condicionarmo-nos.

 

P. S. Não pensem que os sapatos rosa e bolinhas é algo muito chamativo, o conjunto é muito sóbrio e até discreto já que a base é o preto e o rosa muito clarinho, só para que não pensem que ando vestida de Barbie.

Trabalho a dois

Novos projetos colocaram-me a trabalhar para o meu marido, uma associação que tem tudo para correr mal e passo a explicar porquê.

A nível criativo ele é objetivo, eu gosto de divagar.

Ele inicia imediatamente o projeto, eu gosto de definir primeiro as bases.

Ele dá importância ao global, eu estou sempre focada nos detalhes.

Ambos somos teimosos.

Ambos perfeccionistas.

Ambos exigentes.

A este cenário juntemos-lhe problemas técnicos, falta de tempo, stress, problemas de saúde e ansiedade e temos uma semana caótica.

Nunca tive uma semana tão improdutivamente produtiva, porquê?

Ficou muito por fazer, ficaram para trás outros projetos para abraçarmos este, mas pelo caminho definimos um processo, aprendemos a ceder, afinamos pontos de vistas, ajustamo-nos e aprendemos a trabalhar em equipa.

Estou muito orgulhosa de ti meu Amor, sempre soube que para ti nada é impossível, tudo o que precisas é de motivação e de um projeto aliciante.

Ainda não terminou, mas os alicerces já estão edificados, são sólidos e robustos, o próximo projeto será bem mais fácil e fluído.

Possivelmente o Moralez não lerá este texto a menos que o avise já que não tem visitado o blog, mas senti que tinha de deixar aqui um testemunho para a posterioridade, já que este blog acaba por acompanhar as nossas derrotas e as nossas vitórias, faz sentido relatar esta, sei que o texto não diz muito, mas a mim, a nós diz tudo.

Resoluções para 2018

Afinal quero fazer uma lista de resoluções para 2018, já estamos em Fevereiro, mas acho que ainda vou a tempo, até porque Janeiro valeu por um ano inteiro em tantos aspetos negativos que só quero risca-lo do calendário.

 

1 - Deixar de ser crente

Como se diz aqui no Porto – fia-te na virgem e não corras, pois nunca fiando, nunca fiando, por isso vamo-nos deixar de ingenuidades e correr, as pessoas são más, as pessoas não mudam e por isso acabou-se a crença nas pessoas e no bem, é preciso deixar de ter fé na esperança que tudo acabará bem, a vida não é um conto de fadas.

 

2 - Eliminar as expetativas

Este ano é que vai ser, agora é que vai correr tudo bem, finalmente parece que vejo luz, afinal é só a vista a ficar cansada do escuro, não vai nada correr bem porque a vida corre mal naturalmente como corre bem outras vezes, não há propriamente um calendário, já devias saber disso. - Voltar ao ponto 1.

 

3 – Deixar de sonhar com o que poderia ser

Ninguém sabe disto, mas sonho, muito, sonho muitíssimo acordada, não é preciso muito, eu do pouco faço muito, basta uma pontinha de esperança para eu sonhar todo um filme, antevejo todo um futuro promissor, cheio de sucesso, felicidade, harmonia, como sou feliz nos sonhos que tenho acordada. Para quê? Só para criar expetativas que nunca se concretizarão. – Voltar ao ponto 2.

 

4 – Deixar de construir realidades alternativas

É um escape e uma prisão, quando algo não corre como eu espero eu construo toda uma realidade alternativa, ou outras realidades, pode variar consoante o dia, faço uma espécie de plano B, isto é tão critico que chego a ver a minha vida até ser velinha, dá medo mas imagino-me muitas vezes a morrer de diversas formas, em diversas idades e em diversas vidas alternativas? Para quê perder tempo com o que nunca acontecerá. – Voltar ao ponto 3.

 

5 – Dar às coisas a importância que elas têm

Viver intensamente, sentir intensamente cada dia, pois isso é muito bonito quando estamos de bem com a vida, quando a vida nos corre mal é só uma grande frustração, por isso nada melhor do que a apatia, as coisas correm mal paciência, nem tudo pode correr bem, é seguir em frente e assobiar para o lado e cantar para espantar os males, nem vale a pena fazer planos alternativos, eles saião igualmente furados, é assim a vida. – Voltar ao ponto 4.

 

Estes cinco pontos têm sido a receita para tentar conviver pacificamente com a vida, é triste, é verdade, mas os sonhos criam-nos demasiadas expetativas e estou cansada de nada ser como eu esperaria que fosse, olho para a minha vida e não há uma única coisa que esteja como eu queria ou ambicionava.

O que faço para mudar? Nada, parece que há uma relutância que me impede de lutar, como se achasse que é a vida que mereço, não me reconheço, mas também não me quero encontrar, no entanto, nunca me conheci tão bem, talvez seja essa a minha maior desilusão, conhecer-me e não gostar de mim, aceitar que me acomodo, que me escuso de mudar, que prefiro ficar quieta a sair da minha zona de conforto enquanto encorajo os outros a mudar é o grande paradoxo da minha vida.

Resoluções para 2018 sobreviver a este turbilhão de sentimentos contraditórios, a esta bipolaridade de emoções, encontrar um caminho e ter coragem de o seguir, porque às vezes é preciso dar um passo atrás para correr em frente, não sejas crente. – Voltar ao ponto 1.