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Língua Afiada

5 Dicas para poupar em 2018

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Poupar é uma das resoluções mais frequentes no início do ano, talvez porque no final do ano anterior se faça a contabilidade e se perceba que não se amealhou nada ou muito pouco e isso nos dê um arrepio na espinha, pois em caso de algum percalço estamos descalços.

Todos os anos poupo dinheiro, aliás todos os meses poupo dinheiro, nuns mais do que outros, conforme tenha ou não despesas inesperadas, mas nem sempre foi assim, mas rapidamente percebi que nunca conseguiria viver tranquilamente sem poupar e a poupança passou a fazer parte da minha forma de viver.

O primeiro passo para poupar é ter consciência do dinheiro que ganhamos e do que ele nos permite fazer, é importante não vivermos acima das nossas reais possibilidades, só assim conseguiremos efetivamente poupar, existem vários truques e desafios para poupar, na minha opinião isso não constitui de facto uma poupança verdadeira porque não é constante e organizada, não resolve o problema de fundo que é gerir o orçamento eficazmente.

Posto isto deixo-vos cinco dicas simples para que façam uma melhor gestão do vosso orçamento mensal e consequentemente anual.

 

1 – Saber quanto entra e quanto sai

A primeira coisa a fazer é somar os valores que entram e saem todos os meses da conta bancária, pode parecer complicado, mas não é, dividam os valores por rubricas, no meu caso uso as seguintes rubricas:

- Despesas Casa

Constituídas maioritariamente pelo valor que gasto no supermercado mas englobam tudo o que é necessário para a casa, não só alimentação.

- Despesas fixas aqui podem incluir luz, água, gás, renda ou prestação bancária, no fundo as despesas que invariavelmente temos de pagar todos os meses, no caso das contas da luz e da água façam a média do ano anterior para calcularem o valor mensal.

- Transportes

No meu caso é uma rúbrica que pesa bastante no orçamento, sempre que atesto o carro, que é praticamente todos os meses, resmungo dos preços, sempre a subir, cada vez mais incomportáveis.

- Despesas pessoais

Incluem todos os outros gastos que possa ter, restauração, cabeleireiro, compras de roupa, tudo o que não se encontra nas rubricas anteriores.

Façam uma média para perceberem quanto gastam por mês em cada uma das rúbricas.

 

2 -Detetar potenciais focos de poupança

Quando sabemos em que gastamos o dinheiro é muito mais fácil percebermos onde conseguimos poupar e a verdade é que conseguimos poupar em quase todas as rúbricas se tivermos alguns cuidados.

- Despesas Casa

A conta de supermercado é uma das principais despesas de uma casa, para poupar neste item é necessária muita organização, o meu segredo? As promoções, não compro quase nada fora das promoções, a não ser os produtos frescos, tudo o resto, mercearia grossa, produtos de higiene e limpeza, bebidas, congelados, tudo é comprado quando se encontra em promoção.

Antes de visitarem o supermercado façam uma lista de compras e pesquisem os folhetos dos diversos supermercados online, cruzem informações, analisem sempre o preço por kg ou unidade e façam compras conscientes, tenham também um valor base para cada tipo de produto, dessa forma terão sempre a noção se é ou não boa compra, acreditem vale a pena o esforço.

- Despesas fixas

Todos sabemos que existem pequenos truques para poupar água e energia, substituir eletrodomésticos com classes energéticas altas por aparelhos mais eficientes, substituir as lâmpadas tradicionais por lâmpadas LED, fechar as torneiras, eliminar uma fuga de água, aplicar redutores de caudal, preferir um autoclismo com sistema duplo, algumas exigem investimento, mas terão o seu retorno a curto prazo.

- Transportes

No meu caso, optamos sempre por fazer as viagens mais longas no carro mais económico, além disso fazemos uma condução cuidada, arranques, reduções e travagens bruscas só contribuem para o desgaste do veículo e para gastar mais combustível.

Quem tem passe pode verificar se existe alguma opção mais económica, como por exemplo apanhar o transporte uma estação mais à frente.

Sempre que possível façam os pequenos trajetos a pé, é uma forma de poupar e de exercitar o corpo.

- Despesas pessoais

Por norma é aqui que as coisas se complicam, um café aqui, um lanche ali, uma revista na papelaria, uma raspadinha, uma ida à cabeleireira, um jantar fora, uma peça de roupa que está a bom preço, é muito fácil, mesmo muito fácil gastar dinheiro em pequenas coisas que no final do mês se traduzem numa verdadeira fortuna.

Durante um mês apontem o dinheiro que gastam em tudo, no final do mês somem tudo, 95% das pessoas perceberão que gastam muito mais do que esperavam em coisas sem importância. Procurem reduzir nos gastos supérfluos e insignificantes para se permitirem depois gastar mais numa atividade ou objeto mais caro, prefiram qualidade a quantidade.

 

3 – Estabelecer uma meta de poupança realista

Agora que sabem quanto ganham e quanto gastam, como o gastam e têm uma ideia de onde podem cortar, estabeleçam um objetivo de poupança mensal, pode ser um objetivo ambicioso, mas convém que seja exequível mesmo que implique algum esforço e muita organização.

Para facilitar estabeleçam valores a gastar para todas as rubricas, deixem uma margem para pequenos imprevistos e tentem não ultrapassar nenhum dos valores.

 

4 – Controlar os gastos

Definir objetivos e traçar planos é fácil, difícil é mante-los, por isso é necessário ter uma estratégia para controlar os gastos, há quem prefira levantar o dinheiro e ir gerindo-o ao longo do mês, há quem pague tudo por multibanco para saber sempre onde gastou o dinheiro.

No meu caso combino as duas coisas, levanto o orçamento para as despesas da casa que vou gerindo durante o mês e levanto dinheiro para pagar pequenas coisas, como um café ou um lanche, estes levantamentos são sempre do mesmo valor, assim no final do mês sei sempre quanto gastei nas pequenas coisas, tudo o resto pago com multibanco para ficar registado.

Independentemente do sistema que se use é importante consultar regularmente o saldo da conta e avaliar as despesas das diferentes rubricas, só assim podemos ter a certeza que não estamos a derrapar.

 

5 – Fazer da poupança um hábito

Independentemente do que se ganha deve-se sempre poupar algum dinheiro todos os meses, tenho consciência que algumas pessoas fazem uma verdadeira ginástica orçamental para que o dinheiro chegue até ao final do mês, mas acredito que há sempre algum dinheiro que se possa colocar de lado, não importa se são 5€, 10€ ou 100€, por menos que seja é algum que fica do nosso lado para uma eventualidade.

Os portugueses não são um povo poupado, é a sensação que tenho e é o que dizem os especialistas e os estudos, o nível de endividamento dos portugueses aumentou, entre 2005 e 2010, cerca de 95% segundo o estudo ‘25 anos de Portugal Europeu’, dados mais recentes da Nielsen dizem que “13% dos portugueses referem poupar com regularidade mensal, um aumento considerável comparativamente a 4% em 2016, é realmente um aumento notável, mas ainda longe do desejado e recomendado.

Só 13% dos portugueses poupam todos os meses, é muito pouco, ou não somos muito bons a gerir as nossas finanças ou não nos preocupamos muito em poupar, independentemente dos motivos, a verdade é que sem uma boa gestão das nossas finanças pessoais não é possível planear a longo prazo, nem fazer face a despesas inesperadas.

Viver conforme as nossas possibilidades e planear a vida de acordo com o que está ao nosso alcance, em vez de gastar e tentar viver de acordo com o que gostaríamos que a nossa vida fosse é o primeiro passo para termos realmente a vida que sonhamos, com o bónus da estabilidade financeira e um pé-de-meia nos ajudarem a viver com mais tranquilidade.

Poupar é o primeiro passo para poder gastar o dinheiro naquilo que realmente gostamos e nos faz felizes, já diz o ditado “ O dinheiro não é de quem o ganha, é de quem o poupa.”

Boas poupanças.

Nova estação –back to basic

Esta tem sido a minha tendência nos últimos tempos para descomplicar na hora de vestir, cansada de saber que um guarda-roupa bem equilibrado aposta em peças básicas e clássicos de qualidade consegui mesmo assim ignorar esta regra durante anos por sucumbir aos encantos de peças tendência ou mais marcantes.

Faz parte de mim olhar para a peça mais marcante na loja, quer seja por ter uma cor rica, um corte irreverente ou um tecido diferente.

Conclusão: uma mistura de peças marcantes que não combinam com nada.

 

Depois de anos assim cheguei a uma altura em que nada me encantava, as coleções deixaram de me fazer vibrar, deixei de ter vontade de correr para ver os avanços de temporada e deixei de ter paciência para as maratonas dos saldos.

Eu, a especialista em desencantar pechinchas sem paciência para compras, difícil de acreditar mas é verdade.

 

Neste momento os meus olhos estão centrados nas peças mais básicas e intemporais, em cores neutras, padrões tradicionais, cortes clássicos. E ondem andam essas peças?

Desapareceram juntamente com a minha paciência.

Podem existir mais motivos para ter deixado de ser tão consumista, nomeadamente perceber que existem coisas bem mais enriquecedoras com as quais gastar dinheiro e também as mudanças que o meu corpo foi sofrendo, mas o maior motivo sem dúvida foi o desencanto com a moda.

 

Para esta coleção quero comprar poucas peças e de qualidade:

- Um sobretudo de lã preto

- Um blusão de pele preto

- Uma gabardina creme

- Uma carteira preta de pele

- Um cardigan de caxemira

- Duas ou três blusas de musselina

- Umas calças de ganga escura que não desbotem

- Umas calças pretas de tecido com corte clássico

- Uma saia lápis

 

Parece pouca coisa, mas como quero peças de qualidade e com cortes específicos não tem sido fácil encontra-las, ainda não fui às lojas, só andei pelos sites, mas pelo que vi, só encontrarei mesmo as duas primeiras opções, que são precisamente as que menos falta me fazem.

Se tiverem sugestões de lojas é favor de enviar links que ou ando muito distraída ou a moda anda muito fora de moda.

A abstenção, o futebol e a solução.

Depois de sucessivas recomendações da Comissão Nacional de Eleições (CNE) o Governo vai mesmo proibir os jogos de futebol nos dias de eleições, ou seja, vai criar uma lei que proíbe a Federação Portuguesa de Futebol de agendar jogos em dias de eleições.

Está é, na minha opinião, uma das leis mais estúpidas alguma vez criadas nos últimos anos, em primeiro lugar porque penaliza uma entidade privada, completamente independente do Estado e em particular, pois não proíbe todas as competições desportivas apenas as afetas à modalidade Futebol, logo uma lei discriminatória, em segundo lugar porque é completamente ineficaz, impedir as pessoas de assistirem a um jogo de futebol não faz com que as mesmas atendam às mesas de voto.

 

Em reação a esta decisão, a CNE saúda a posição do Governo, mas lamenta que tenha sido necessário recorrer à lei e que não tenha imperado o bom senso e o dever cívico.

A coerência é adjetivo que não assiste à CNE, pois se esperava que imperasse o bom senso e o dever cívico, nunca deveria ter feito tal recomendação à FAP ou ao Governo, deveria antes incentivar os cidadãos a exercerem o seu direito de voto.

Se é um direito, não é uma obrigação e como tal, só vota quem quer, se querem mesmo que todos votem tornem o voto obrigatório, só existe um problema isso não seria democrático.

A situação seria facilmente resolvida se os políticos colocassem os interesses do país à frente dos seus e em vez de promessas vãs, ideias megalómanas e doses massivas de ego, cumprissem o dever cívico de servir o país e levassem à letra o juramento que fazem diante do Presidente da República, juramento esse que é o único em Portugal escrito em contrato, assinado que depois de quebrado não apresenta quaisquer consequências.

Já alguém tinha pensado nisto? Coisas estranhas deste país. Livremo-nos nós de não cumprir um qualquer contrato, nem que seja de telecomunicações, e estamos metidos em sarilhos legais.

O que os políticos ainda não entenderam é que os portugueses não gostam de proibições, não resulta, somos o típico povo que gosta de pisar o risco, de ultrapassar os limites de velocidade, de fugir aos impostos, de passar a perna ao outro, no fundo, somos os políticos que nos governam.

 

Já estou mesmo a ver as conversas em dias de eleições:

- Não posso ir ver o glorioso… Vou marcar um jogo de solteiros contra casados, assim no final sempre comemos umas bifanas e bebemos umas cervejolas.

- Oh Manel, já que não tens que ir ver o Porto no Domingo podíamos aproveitar para ir dar um passeio?

- Sebastião não temos jogo do Sporting que tal marcarmos um almoço com a malta toda? O que dizes pá?

 

Não faltarão com certeza alternativas às pessoas que haja ou não futebol não têm a mínima intenção de votar.

Então qual a solução? Tão simples, mas tão simples que não consigo compreender como não pensaram nisto antes. A solução é um incentivo, mas daqueles bons, deixo aqui algumas sugestões, simples e fáceis de implementar:

 

- Raspadinhas

Toda a gente sabe que os portugueses adoram raspadinhas, façam do boletim de voto uma raspadinha. No fim entregam o boletim e recebem uma raspadinha verdadeira. A alegria, o frenesim que seria nas mesas de voto. O prémio? Nem precisava ser um Audi topo de gama, poderia ser um fim-de-semana no Algarve ou um cartão presente daqueles que televisões oferecem.

 

- Comes e bebes

Se há povo que gosta de comer e beber é o português, as mesas de voto são quase sempre nas escolas, nas escolas existem cantinas, porque não dar uma sandes e uma bebida a quem vota, um porco no espeto e uma barraca de cerveja é mais do que suficiente.

 

- Incentivo fiscal

Estamos constantemente a queixarmo-nos que pagamos muitos impostos, que tal ter uma bonificação nas deduções no IRS? Vote e receba mais 50€ de reembolso.

 

- Cheque dentista

Vote e receba um cheque dentista.

 

No fundo basta pensarem em qualquer solução que já usaram para angariar votos e aplicarem-na no incentivo aos votos.

Não é física quântica, é só oferecer o que estão fartos de prometer.