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Língua Afiada

A ressacar da Internet e claro do Blog

Isto de estar horas e horas sem acesso ao blog e sem ler nada do que se escreve na blogesfera dá ressaca! Acreditem que dá mesmo.

Estar sem Internet só é bom se estivermos a relaxar, em todos os outros contextos é uma seca.

Estar com PC à frente e não conseguir fazer se quer uma pesquisa é tortura, até a minha criatividade parece depender daquilo que os meus olhos encontram por esse mundo Google fora.

Agora vão desculpar-me mas tenho de perceber onde anda o grilo que ouço a cantar antes das minhas gatas, aparentemente tenho um animal novo a habitar cá em casa e parece que está a gostar pois canta que se farta. 

Não gosto do Pastgram

As redes socias têm-se revelado uma desilusão, o Facebook serve apenas para me recordar dos aniversários dos amigos, para trocar mensagens com alguns deles e ver as últimas notícias.

É raro o dia em que consiga estar no Facebook mais de cinco minutos.

A minha rede favorita era o Instagram, mais impessoal, mais bonita, mais simples, mais clean, onde podia seguir quem em apetecesse sem estar sempre a levar com notificações, publicidades, pedidos de jogos, comentários parvos, smiles, frases idiotas e tudo o que o Facebook tem de mau.

Mas eis que o Instagram foi comprado pelo Facebook e tudo mudou, primeiro apareceram as publicidades, que sinceramente não incomodavam muito, eram curtas, adequadas ao formato da rede social e facilmente ignoradas, mas o Mark resolveu meter o dedinho no algoritmo do Instagram e fazer a mesma conspurcação que fez no Facebook decidir o que é que nós queremos e devemos ver.

A particularidade mais interessante do Instagram era precisamente vermos apenas as últimas publicações, as fotos instantâneas, sabíamos sempre que veríamos as últimas fotos tiradas pelas pessoas que seguimos.

O insta deriva de instantâneo, o formato da foto quadrado, outra coisa que mudaram e não deviam ter mudado era o das fotos das antigas máquinas instantâneas, os filtros assemelhavam-se às fotos antigas que os nossos pais tiravam, o próprio logo da aplicação era baseado numa máquina instantânea.

A beleza do Instragram era entrar e ver todas aquelas fotos com o mesmo formato, perfeitamente alinhadas e instantâneas que se não consultássemos todos os dias poderiam passar-nos ao lado.

Conseguiram estragar a rede social mais interessante ao torna-la num produto comercial, cheio de interesses em que o interesse do utilizador é o único que não conta.

Para acabar definitivamente com o conceito conseguiram estragar o branding da aplicação e transforma-lo numa máquina de lavar roupa manchada de detergentes de várias cores.

Este é o exemplo típico de uma grande empresa que compra uma empresa mais pequena e arruína completamente a sua essência, descarateriza-a, desconstrói-a e configura-a apenas com vista ao lucro.

O Facebook fez do Instagram um Pastgram, um mural onde vemos o que eles acham que queremos e devemos ver sem nenhuma ordem cronológica específica.

 

Não gosto do Pastgram.

Quero o Instagram de volta.

 

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O Dia Mundial da Internet e as Tecnopatologias

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Hoje comemora-se o Dia Internacional da Internet, a data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Janeiro de 2006, visa fazer uma reflexão sobre as potencialidades e desafios das novas tecnologias na sociedade.

Muito se tem falado dos malefícios da Internet, em especial das redes socias, e a sua influência na vida das pessoas, já aqui falei da inveja aumentada pelo uso do Facebook, do ridículo que é quando a notícia passa a ser a quantidade de likes e não o problema em si, a crença que o Facebook é sagrado para as empresas.

Tenho a perceção que Internet mudou e moldou as nossas vidas, pois ainda sou do tempo em que não existiam redes sociais, não existia Google e a Internet era tão lenta que eu não tinha paciência para esperar pelos resultados do Altavista.

Como todas as grandes mudanças a Internet tem coisas boas e coisas más, infelizmente demorou-se algum tempo a perceber as más, mas já se começa a falar no assunto e a estudar as consequências, consequências essas que se traduzem em doenças causadas pelas novas tecnologias e se desigam por Tecnopatologias.

 

Techhive recolheu informação de vários estudos e identificou 8 patologias:

 

Depressão por causa do Facebook
Esta condição, que surge a partir de um estudo da Universidade de Michigan, afeta as pessoas que passam muito tempo na rede social. Baseia-se na teoria de que a grande maioria das pessoas postam unicamente boas notícia sobre si mesmos no Facebook, criando uma falsa perceção que todas as pessoas estão muito felizes e bem sucedidas do que verdadeiramente estão na realidade
 
Vício da Internet
O uso excessivo de Internet provoca a necessidade de estar constantemente conectado. Entre as doenças mais comuns associados com esta patologia são a dependência de jogos online e dependência de sexo virtual. Estas formas de dependência são frequentemente atribuídas a "baixa autoestima", entre outros fatores.

Dependência de Jogos online
Trata-se de necessidade doentia de estar online para competir com outros jogadores. O problema é tão grave que os Estados Unidos já surgiram grupos de ajuda para ajudar as pessoas a recuperar desta condição. No Japão, o governo proíbe o acesso a jogos online entre meia-noite e seis da manhã para crianças menores de 16 anos.

O telefonema fantasma
A figura é impressionante: estima-se que 80% dos utilizadores de telemóvel sofrem deste distúrbio, as pessoas acreditam ter recebido uma chamada, quando, na verdade, o seu telefone nunca tocou. Isso acontece porque o cérebro começou a associar qualquer estímulo que recebe ao telemóvel, especialmente quando estamos estressados.
 
Nomofobia
53% dos utilizadores de telemóveis têm esta fobia, de acordo com especialistas espanhóis. A palavra vem do Inglês "não móvel"; ou seja, sem telemóvel, e refere-se ao medo irracional de sair sem telemóvel, de o esquecer ou perder, ou ter bateria descarregada ou estar num local sem rede.
 
Cibermareo
Desorientação e vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem com determinados ambientes digitais ou realidades virtuais. Sintomas semelhantes ao desconforto sentido por algumas pessoas que se deslocam num meio de transporte, mas, neste caso, são imóveis.
 
Cibercondria
Diagnóstico atribuído a pessoas que se convencem sofrer de uma ou várias doenças depois consultarem a Internet. Por exemplo, uma pessoa que sofre de dor de cabeça pode encontrar a causa desta doença na Internet e descobrir que uma razão pode ser um tumor cerebral e automaticamente pensa que pode morrer em breve.
 
Efeito Google
Um estudo realizado por pesquisadores norte-americanos das Universidades Columbia, Harvard e Wisconsin indicou que acesso ilimitado à informação tem feito o nosso cérebro menos capaz de reter informação, a possibilidade de googlar a informação a todo o momento torna desnecessário ter de a memorizar.


Num estudo divulgado hoje na Marketeer para além destas patologias refere ainda duas outras:


Apneia do WhatsApp

Manifesta-se na ansiedade de consultar mensagens de maneira compulsiva.

 

Hipersensibilidade eletromagnética,

Um transtorno neurológico que afeta determinadas pessoas que reagem perante as radiações eletromagnéticas não ionizantes como aquelas que são emitidas pelos telemóveis ou antenas de rádio.

 

De acordo com o psiquiatra e premiado investigador Tiago Reis Marques, “nenhuma destas condições é reconhecida atualmente pelo meio médico. No entanto, a verdade é que o uso excessivo da internet pode interferir negativamente nas relações interpessoais, e esses indivíduos podem apresentar fenómenos de tolerância bem como sintomas de abstinência, muito semelhantes aos que as pessoas com adições apresentam.

As Tecnopatologias serão provavelmente as doenças deste século, juntamente com outras duas já reconhecidas pela comunidade médica, o stress e a depressão, especialmente porque se relacionam com elas, já que as Tecnopatologias têm como principais consequências precisamente o stress e a depressão.

 

Enquanto a comunidade médica não se decide sobre o assunto, é importante que as pessoas tenham conhecimento destas patologias e moderem não só o consumo da Internet mas especialmente previnam estas patologias nas crianças e nos jovens, através da monitorização e regulação do consumo que fazem da Internet.