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Língua Afiada

Street Style - Exemplos a seguir ou de fugir

Duas coisas se perderam com a evolução dos tempos a classe e elegância das mulheres e o charme e cavalheirismo dos homens, sinal dos tempos, evolução natural, vontade de cortar com o passado, a verdade é que olhando para a moda do passado dos dourados anos 20 até aos anos 70 a moda tinha imenso glamour depois vieram os anos 80 e o glamour deu lugar às purpurinas e ao predomínio das licras e dos poliésteres, tecidos do demo.

 

Já há muito tempo que as tendências não me seduzem, mas pesquisando bem ou vasculhando bem as lojas lá encontramos opções mais básicas, clássicas e menos datadas, pode ser um verdadeiro desafio, por exemplo, encontrar uma boa t-shirt branca que não pareça um saco e que não diga o nome da loja ou marca.

 

Se sempre achei que no passado as mulheres se vestiam melhor, desde que tenho visto a série Timeless, que aproveito para recomendar, não é uma La Casa de Papel, mas vê-se muito bem, na série os protagonistas saltam no tempo e aterram em diversas épocas no passado, o fantástico guarda-roupa é um ponto a favor da série e desde que sigo esta saga que tenho confirmado que ao longo do tempo perdemos um requinte que nos favorecia tanto.

 

É claro que ainda existem bons exemplos, verdadeiros ícones de estilo e classe, mas tenho cada vez mais dificuldade em encontrar essas mulheres, porque ou encontramos contas de instagram onde o vulgar e coleante são a palavra de ordem ou encontramos uns pavões coloridos traçados com vespas e zangões.

 

Parece que no Inverno e na Primavera o que é bom é camadas, sobreposições, padrões e coisas que firam as vistas, quanto maior for a mistura melhor, vale tudo, nada temam podem misturar as peças menos improváveis é garantido que estarão na moda.

 

Fui espreitar o site Style do Monde para me inspirar e tudo o que consegui foi um guia do que não usar.

Se estes são os exemplos a seguir? Não quero imaginar os que não devemos seguir.

Penso que há um concurso só para as hit girls de traje mais absurdo, eu resolvi dar uma ajuda ao júri e reuni aqui os melhores coordenados candidatos ao título – Demorei cinco horas a vestir-me, mas parece que só escolhi peças ao acaso e o resultado é esta desgraçada.

 

Ora atentem e depois digam lá qual é o vosso favorito (o que mais odeiam, que não se deixariam fotografar nesses preparos nem por um milhão de euros) para ganhar o concurso.

Ainda falam das red carpets e disto ninguém fala? Falo eu.

 

1 - A do cachecol do sporting

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2 - A do casaco chinês

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3 - A dos prints e a amiga

Parece que o plástico está moda. Não sabiam?

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4 - A do tudo à mistura.

Riscas, flores e padrão tropa no mesmo coordenado quem diria.

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5 - A das meias.

Meias com sandálias só por si é arriscar muito, agora com estas adidas!?

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6 - O casaco do guarda-costas, deve adorar o filme do Kevin.

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7 - O casaco da namorado de ir para a neve.

Vi duas com este casaco! WTF?

E o que aquilo ali nas calças ligado aos botins?

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8 - A do saco de plástico. Podem copiar, mas  só sacos de marca, Continente e Pingo Doce não vale.

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9 - A do chachecol do Arsenal a completar um look que precisava de cor, tadinho tão apagado.

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10 - A do Poupas.

Coitado do Poupas está ali raptado.

 

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11 - A soldada de chumbo. Que raio de casaco é este?Giovanna-Engelbert-Battaglia-by-STYLEDUMONDE-Street-Style-Fashion-Photography_48A9128.jpg

 

12 - A mau-feitio em tudo na cara e na roupa.

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13 -  A das botas de plástico misturadas com lantejoulas, tudo a ver.

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14 - A Maria-Laura achou por bem mascarar-se de, nem sei de quê, não quero insultar nenhuma profissão.

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 15 - Ok, está compostinha, mas qual é a utilidade de usar um impermeável por baixo de outro casaco!?

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16 - A do colete de forças.

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17 - A do plástico e a do money. Supostamente o dinheiro é que devia estar no saco, certo?

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18 - A criativa. Há muitas formas de usar um bomber, está não é uma delas.

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19 - A pantera cor-de-rosa do Texas. Passa-se ali algo estranho entre pernas.

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20 - A incógnita, que raio de sapatos, serão sandálias, chinelos, pantufas?

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Qual é gostam mais? Usariam algum?

Já sabem o que não vestir durante a semana e para todo o sempre.

 

Bronde a tendência de 2015 para 2018

Não é brincadeira é mesmo uma tendência para os cabelos em 2018, não é novidade, mas parece que agora se popularizou e creio que veio para ficar porque é assim o melhor de dois mundos e passo a explicar:

Bronde hair é a técnica de madeixas perfeita para mulheres que desejam manter a cor natural do cabelo e sem depender de manutenções frequentes.

O efeito cria um visual 'nem morena, nem loira', com fundo e raiz escuras e madeixas mais claras que dão volume e profundidade ao visual. O termo nasceu da junção das palavras brown e blonde (morena e loura em inglês), mas também pode ser usado por louras fazendo o processo ao contrário.

Resumindo é transformar as morenas em louras e as louras em morenas, mas sem perda de identidade e sem idas frequentes à cabeleireira porque não interfere com a raiz e não é uma mudança drástica.

 

Ando há muito tempo com vontade de mudar o cabelo, mas não me apetece cortar e não me apetece usar coloração total porque o meu cabelo tem a sua cor natural e a minha cabeleira revira os olhos sempre que lhe falo em fazer coloração, só se fizermos umas nuances para dar brilho é sempre a resposta dela.

Adoro um tipo de coloração em que se fazem madeixas de três cores em tons muito próximos que dão movimento e brilho ao cabelo só que esta mudança implica visitas frequentes ao cabeleireiro o que não é de todo compatível comigo.

Esta semana li um artigo sobre o bronde e pensei é mesmo isto que estou a precisar para mudar e animar o look, já tinha gostado do efeito mas não tinha investigado sobre o assunto, agora que já percebi o processo e as vantagens é só ganhar coragem e paciência para experimentar.

Deixo-vos aqui imagens de cabelos bronde, digam lá que não faz lembrar aquele toque especial do verão, acho que até ficamos com ar mais saudável. Pessoalmente gosto dos mais discretos, se forem muito carregados perdem a naturalidade.

 

Acusações de racismo marcam semana de Alta-Costura em Paris

Tudo começou nas redes sociais, mais concretamente no Instagram, quando Miroslava Duma, decidiu partilhar no stories o convite da designer Ulyana Sergeenko, para o seu desfile. A nota acompanhada com um ramo de rosas podia ler-se: «To my niggas in Paris» – “Para os meus niggas em Paris”.

A nota escrita à mão é uma referência a uma música de Kanye West e Jay-Z, N***as in Paris, e foi partilhada por Duma, que não se terá apercebido da questão moral relacionada com o facto de o termos estar a ser utilizado por duas mulheres caucasianas.

 

 

Instalou-se a polémica através da propagação do print screen da imagem do stories, entretanto eliminado, apesar de ser seguido por um pedido de desculpas, Ulyana Sergeenko não foi perdoada pela falha e Miroslava Duma também não.

Alvos de duras críticas e acusações de racismo as duas têm-se visto a braços com comentários de várias personalidades do mundo da moda numa polémica que não parece ter fim à vista.

Este é mais um caso que prova que não podemos partilhar ou comunicar o que nos aprouver nas redes sociais, especialmente as figuras públicas, que podem ver arrasada a sua reputação e ter seriamente a sua carreira ameaçada pelo uso de uma palavra.

 

Pessoalmente não vejo neste caso motivo para tanto alarme, em primeiro lugar claramente a palavra não foi usada de modo pejorativo, pelo contrário, trata-se obviamente de uma manifestação de carinho, de intimidade entre as duas amigas, em segundo lugar o termo é comumente usado na gíria nos Estados Unidos da América por jovens da comunidade Afro-americana e também por outros jovens, assumindo o significado não só de negro mas de mano, uma alternativa ao “Bro”.

O problema reside no background da palavra que deriva de nigger, um termo usado pelos sulistas com caracter altamente pejorativo e racista.

 

A grande questão pretende-se com o contexto, a palavra se for usada por negros não parece magoar ninguém, mas quando usada por brancos assume outro significado, passando a ser uma ofensa. Dada a história e o peso da palavra é perfeitamente aceitável, devemos respeitar que membros de uma determinada cultura e/ou grupo permitam certos tipos de tratamento que estão vedados a pessoas exteriores.

A questão aqui é que Ulyana Sergeenko não se estava a referir a nenhum negro, mas sim a uma amiga, numa clara imitação de um comportamento, nem sequer se pode acusá-la de ridicularizar a expressão, pois vê-se claramente que não era essa a intenção, aliás no pedido de desculpas entretanto apagado podia ler-se “nós usamos a palavra começada por «N» às vezes quando queremos acreditar que somos tão cool como os tipos que a cantam.”

Na minha opinião a existir indignação seria pela apropriação da expressão, no limite dizer que não é correto brancos usarem essa expressão e que não é certo um determinado grupo apropriar-se de expressões de outro, há que saber respeitar as diversas culturas e grupos.

Criticar a apropriação da palavra é uma coisa, acusar de racismo um branco por usar uma expressão de negros exatamente como eles a usam é só parvo.

Na minha opinião a utilização da expressão de forma carinhosa por brancos é sinal de respeito, admiração e de integração e globalização, num mundo cada vez mais global é impossível conter, restringir hábitos, linguagem a um só grupo, especialmente quando esse grupo divulga amplamente a mensagem em músicas cantadas por todos independentemente da raça, género ou credo.

 

O uso do turbante há anos que desperta contestação, historicamente símbolo das mulheres negras, um adereço religioso com muitíssimo significado tem sido alvo de críticas sempre que é trazido para a moda, não obstante tem sido utilizado por mulheres de todo mundo como acessório e basta fazer uma pesquisa para perceber que apesar do seu simbolismo para os africanos e seus descendentes, o turbante não é exclusivo da sua cultura.

As apropriações culturais são sempre complicadas, mas serão mesmo apropriações ou apenas sinais da globalização?

 

Chamar-lhe-ia inspirações sejam de moda, sejam de linguagem, o ser humano inspira-se nas mais variadas situações, a inspiração cultural é mais rica e mais diversa seja no âmbito da moda, da decoração, da arquitetura, no campo linguístico, bebemos influências dos ídolos, das pessoas que tomamos como exemplo, que admiramos.

Será assim tão estranho que se use uma expressão de uma música famosa numa cidade citada na música?

Não, pode ter sido uma má escolha de palavras, mas daí a ser racismo vai uma longa distância.

 

Este caso é diferente do da H&M por causa da simbologia das palavras e a forma como foram utilizadas, mas parece que há cada vez mais dificuldade em distinguir o certo do errado, parece que de um lado estão os que não veem mal em nada, do outro os que veem mal em tudo.