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Língua Afiada

A publicidade enganosa nos canais livres

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, na sua intervenção no fórum, "Medicalização da vida e política de medicamentos", que a publicidade ao cálcio é «um comércio criminoso».

Novidades?

A publicidade ao cálcio e a todos os suplementos milagrosos que prometem resultados fantásticos a curto prazo.

As publicidades a medicamentos não sujeitos a receita médica transmitidas a meio dos programas da manhã e da tarde dos três canais livres para além de parvas e hilariantes são enganosas, dissimuladas e um engodo para os milhares de idosos que assistem a estes programas.

Em Janeiro deste ano, a Ordem dos Farmacêuticos interpôs mesmo uma providência cautelar para suspender de imediato a publicidade ao suplemento alimentar “Calcitrin MD Rapid”, um produto que promete reforçar os ossos.

Uma promessa enganosa, tendenciosa e perigosa uma vez que o consumo excessivo de cálcio pode causar diversos problemas de saúde.

Não basta incluírem estes anúncios no meio do programa como ainda transmitem testemunhos comprados de personalidades tidas como credíveis.

 

Estes anúncios estão ao nível dos concursos de chamadas com promessas de um prémio que irá melhorar as suas vidas, os nossos idosos gastam as reformas em chamadas telefónicas que não podem pagar.

1000€ que irão mudar a sua vida. Já viu o que poderá fazer com 1000€?

Pagar as faturas das chamadas telefónicas em atraso.

Para não falar dos jogos digitais sem qualquer controlo ou supervisão que podem ser facilmente adulterados.

 

Existem cada vez mais cidadãos preocupados com estes temas, mas todos sabemos que é o dinheiro que fala mais alto, com a descida abrupta do investimento publicitário em televisão em formatos e anúncios ditos normais os canais tiveram de se financiar por outras vias. Qual a solução que encontram? Três invasões e três atentados à nossa inteligência:

- Concursos de chamadas telefónicas

- Anúncios a medicamentos milagrosos ao estilo televendas

- Product placement agressivo nas novelas

 

O product placement em alguma situações é tão notório que desvirtua toda a cena, uma parvoíce a meio de um episódio aparecer alguém a falar sobre as vantagens de um produto ou de um serviço, chegam ao cúmulo de manipular e alterar as cenas para dar a conhecer algo que em vários situações não faz o mínimo sentido.

Tenho perfeita consciência que um canal de televisão é um negócio como outro qualquer cujo objetivo é ser rentável. Mas a que custo?

Num país onde grande parte da população acredita em tudo o que vê na televisão e outra grande parte acredita no que lê no Facebook, é urgente existir um maior controle destas situações.

A televisão é muito mais do que entretenimento, é informação e formação e misturar informação e publicidade de forma promiscua e descuidada não deveria ser permito.

 

Onde anda a ética?

Pelas ruas da amargura.

 

É por estas e outras situações que cada vez menos se assistem aos canais livres, será que ainda não pensaram que a vossa audiência está a envelhecer e a morrer? Irão mudar os conteúdos quando? Quando todos tivermos canais por cabo e ignorarmos completamente a programação dos canais livres

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