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Língua Afiada

A roubar que se roube em grande, só em Portugal.

O que se passou em Tancos é grave, gravíssimo, não o roubo, mas a facilidade com que se permite um assalto destas dimensões.

Cinco Comandantes foram exonerados, mas teriam eles a capacidade de decisão para mudar o que aconteceu?

Como é possível que material sensível como o que foi frutado estar sem videovigilância?

Porque em Portugal confiamos sempre que ninguém quer nada connosco, somos um país pacífico, quem se lembraria de assaltar uma unidade militar em Portugal, nem temos grande armamento.

A culpa não foi da falta de vigilância e manutenção, a culpa foi dos ladrões, que são muito inteligentes e estavam muito bem informados. Ninguém tem culpa dos ladrões saberem aproveitar janelas de oportunidade nas falhas de segurança.

Os ladrões supostamente são pessoas más e estúpidas, desleixados e com pouca capacidade de planeamento, alguém se lembraria de fazer um assalto elaborado, cirúrgico e minucioso ao Exército? Isso é coisa de filmes.

Em Portugal, apurar culpados e prender os grandes chefes criminosos, os mafiosos e vilões também é coisa de filmes, esses finais felizes só acontecem no grande ecrã, na vida real nunca se apuram responsabilidades, os criminosos passam incólumes, quanto mais importantes forem e maior for o roubo, maior é a garantia que não serão dados como culpados.

Já o pobre senhor que rouba um kg de arroz para dar de comer aos filhos vai direto para a esquadra, é presente a tribunal e como não tem dinheiro para um advogado que tenha uma reputação a defender ainda vai preso, que é para aprender que a roubar rouba-se muito que é para depois ter dinheiro para comprar a liberdade.

 

Já sabem se estão a pensar roubar, roubem muito, em grande, que é para garantirem que não são apanhados.

14 comentários

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    Psicogata 03.07.2017 17:33

    Isto diz muito das autoridades de Portugal e da sua organização.
    Mas uma coisa é os militares levarem as armas que usaram para casa, outra muito diferente é desaparecer este tipo de armamento!
    Quem o levou?
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    Andy Bloig 03.07.2017 17:42

    Não é assim tão diferente... lembra-te que muitos dos militares fazem comissões de 3 anos. No final do contrato, alguns passam pelo paiol e levam uma granada (ainda há poucos meses atrás, tiveste a situação de uma criança que matou o irmão com uma arma, sendo que tinha uma granada activa na mesma gaveta), levam um lançador para pendurar em casa ou uma munição para enfeitar. Só que isto é ilegal. Quando é feito o inventário, é fácil dizer que foi um erro do oficial de logística de um exercício e que disparam 11 em vez das 10 assinaladas. Assunto arrumado. Ou que uma das caixas vinha danificada e foi para reciclar. Sem inventários... podem passar meses com pessoas a entrar e sair daquelas casernas, sem ninguém controlar o que vai na mala e o que falta. Quando vão fazer o inventário, é preciso uma forma de desviar as atenções...
    Muito deste material estará espalhado, outros terão sido enviados para a América (onde se podem vender livremente nas feiras de armas) ou para os países africanos.
    Há menos de 1 ano, aconteceu algo semelhante em França, encontraram uma caixa de granadas enfiada num contentor de Kiwi que ia para a Arábia Saudita. O resto das coisas, nunca li que tinham sido encontradas ou que apanharam culpados.
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    Psicogata 03.07.2017 17:48

    Mas há algum maluco que leve um lança granadas para expor?
    Eu acredito mais que levem para vender.

    Mas isso explica porque é que a NATO está mais preocupado do que as autoridades portuguesas, já que saberiam que o assalto é para tapar os olhos.
    Este país é uma anedota!
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    Andy Bloig 03.07.2017 17:53

    Olha que já estive em casas de militares e tem por lá muita coisa que só podes ver pela televisão. Um lança granadas pendurado numa parede, dá um belo troféu e se olhares para ele achas que é um objecto de enfeite.

    Para vender podem ir parar a qualquer lado. As g3 roubadas cá, encontraram uma parte na Alemanha na posse de um colecionador. (Acho que nunca descobriram onde é que ele as obteve...)
    A mesma coisa com as armas da PSP. Achas que um "terrorista" iria querer a arma, com estojo e os produtos de limpeza? Neste caso é a mesma coisa. As granadas ainda podem servir para rebentar com cofres ou carrinhas blindadas, o resto, é material muito técnico que só mesmo especialistas sabem usar.
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    Psicogata 03.07.2017 17:56

    A menos que tenha sido um assalto por encomenda que duvido, foi pessoal interno, disso não há dúvidas, mas é grave, gravíssimo que os militares retirem armamento desta forma.
    Tinha total desconhecimento destas coisas, estou boquiaberta.
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    Andy Bloig 03.07.2017 18:06

    Antigamente, os militares denotavam a farda e levavam para casa os cartuchos vazios, um óbus que dispararam num treino ou aquela arma que se estragou e ia ser destruída (foi destruída, segundo os registos). Agora, com contratos, empresas e pessoal que fica lá a trabalhar durante uns anos e vai embora, há sempre quem deite a mão a estas coisas. Nuns sítios são dados como perdidos ou destruídos. Noutros, a coisa engloba demasiada gente e quando há suspeitas, acontece algo como um assalto ou uma explosão acidental.
    Se dissessem que assaltaram o paiol e levaram 2 caixas de granadas, acreditava. É possível de fazer rapidamente. Agora aquele material todo de uma só vez? Nem que tivessem camiões estacionados no matagal e um batalhão de carregadores, a trabalhar a noite toda, tiravam tanta coisa daquelas 2 casernas.
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    Psicogata 03.07.2017 18:09

    E as autoridades não fazem essas contas? Ninguém fala disso? Vão deixar passar isto?
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    Andy Bloig 03.07.2017 18:14

    Isso já deve estar tudo feito não vais é ouvir os meios de comunicação social a falar disso, pois é disciplina militar. Nesta altura já toda a gente da logística (e que passou pelos paióis) deve ter sido interrogada e andam a verificar dinheiros recebidos ou contactos feitos. Se ainda existir material em Portugal, vão querer recuperar o que seja. Pode demorar, pois basta um dos militares ter vendido algo pela internet, que é preciso confirmar o que foi. Ou se esteve com alguém que despachou um contentor para um destino diferente do habitual.
    Entretanto, até ajuda os "especialistas" continuarem a colocar as bandeiras ao vento, a falarem em demissões, a concentrar-se em exonerações e nas análises dos atentados que as armas possam provocar.
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    Psicogata 03.07.2017 18:20

    Mais uma vez falar-se-á muito mas não do que importa e a culpa morrerá solteira.
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    Andy Bloig 03.07.2017 18:55

    Provavelmente não morre... podemos é nunca saber quem foi apanhado, quantos foram condenados ou que percursos as armas terão feito e onde foram parar.
    Nestas coisas, muito dificilmente a comunicação social arranja forma de ter dados, pois a nível da PJM ninguém pode falar. Os advogados são internos do exército, também não falam. Restam os arguidos e famílias... que não vão querer aumentar as penalizações.
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    Psicogata 03.07.2017 20:16

    Mesmo que sejam apanhados não saberemos e continua o engodo! Esta nossa conversa ainda me deixou mais zangada com as autoridades.
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    Andy Bloig 03.07.2017 21:44

    Deixa que daqui a 2 semanas, já ninguém se lembra que desapareceu um paiol de material.
    Isto sempre aconteceu... a diferença é que era lidado fora dos meios de comunicação social. Agora, tens 2000 horas, por semana, a falar do mesmo assunto, com 100001 suposições.
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    Psicogata 04.07.2017 09:20

    Este sensacionalismo sempre serve para alguma coisa, nem que seja para que se falem destes assuntos.
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