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Língua Afiada

“Acção Pé na Areia” WTF?

Este Governo é realmente fértil em ideias para sacar dinheiro, a fiscalização das atividades balneares faz sentido, as concessões, alugueres de guarda-sóis, desportos náuticos, são empresas como as outras por isso devem ter as mesmas fiscalizações que todas as outras e não uma operação dedicada, quanta honra.

A fiscalização às vendas ambulantes de bolas de Berlim, torrões, batatas fritas, caladinhos, gelados e afins parece-me um completo desperdício de recursos, com tanta coisa para fiscalizar vão alocar recursos a estas vendas?

Também vão fiscalizar as senhoras que vendem páreos que compram sem fatura? Não seria mais fácil acabaram com a distribuição de roupa sem fatura que é feita por empresas grandes e ricas do que apertar quem a vende depois e que mal ganha para comer?

E as senhoras que fazem tranças também precisam passar fatura?

 

Já estou a imaginar o cenário:

Uma praia algarvia, apinhada de gente, os agentes avistam uma fila de 100m de comprimento, não há que enganar, estão a vender bolas de Berlim, estudam o terreno, projetam o melhor caminho por entre toalhas e guarda-sóis e avançam confiantes.

É vê-los correr vestidos pela areia aflitos, um chega mesmo a tropeçar, desculpe, desculpe, mil pedidos de desculpa depois chegam ao local e as pessoas estão na fila, mas já não existe ninguém a vender, e não há nem uma bola de Berlim para amostra.

- Onde está o vendedor das bolas de Berlim?

- Vendeu tudo e foi-se embora.

Regressam no dia seguinte à paisana, mas misturam-se tão bem no ambiente que acabam por se esquecer que estão a trabalhar e aproveitam para fazer um perfeito dia de praia que termina em pleno com a degustação de uma bola de Berlim.

 

Para vender na praia é necessário cumprir uma longa lista de exigências e passar por várias entidades: Câmara Municipal, ASAE, Delegado de Saúde, Fisco, Segurança Social. Os candidatos têm realizar exames físicos e psicológicos para provarem que têm condições para trabalhar várias horas sob o sol quente e a carregar peso. Depois de cumprida esta lista têm de se dirigir à Capitania local para que lhes seja atribuída a tão desejada licença.

A fiscalização destas atividades é da responsabilidade da Polícia Marítima que apuram se os vendedores têm licença e se cumprem os requisitos impostos.

Qual é a necessidade de colocaram agora o Fisco a fiscalizar o que já é fiscalizado?

Com uma economia paralela tão grande que ninguém consegue quantificar vão fiscalizar quem já é fiscalizado?

Em 2015, o Fisco deixou prescrever 137 milhões de euros em impostos, considerando que já não serão pagos e agora está preocupado com as receitas não faturadas das bolas de Berlim?

Claramente andamos com as prioridades invertidas, milhões e milhões desviados para o Panamá e o que decidem?

Fiscalizar os vendedores que usam um chapéu à Panamá.

Não confundam é só o nome do chapéu eles não vão enviar os lucros astronómicos da venda de bolas de Berlim para o Panamá quanto muito colocam os trocos debaixo do chapéu.

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