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Língua Afiada

As mamas de Luísa Sonza e de todas nós.

Mulheres de uma vez por todas aprendam a respeitar-se umas às outras, deixem de apontar os defeitos de cada uma, foquem-se nas qualidades, deixem de priorizar o físico, priorizem a mente, não se deixem levar pelo ímpeto de encontrar uma falha noutra mulher para elevarem a vossa autoestima.

 

 

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Uma publicação compartilhada por Luísa Gerloff Sonza (@luisasonza) em

 

Os comentários deixados na foto de Luísa Sonza são uma lamentável vergonha alheia, primeiro porque ninguém tem o direito de criticar e julgar os atributos físicos de outra pessoa, segundo cada pessoa tem o direito de gostar e aceitar o seu corpo tal como ele é e não é porque é uma pessoa de posses que tem de se submeter a cirurgias para o mudar.

Há dias li imensos comentários negativos sobre a rainha de Espanha por ser “viciada” em cirurgias plásticas, porque persegue a perfeição e não quer envelhecer. Pergunto-me, se assim não fosse quais seriam as críticas apontadas?

 

Criticamos as outras mulheres independentemente de as considerarmos bonitas ou feias, inteligentes ou limitadas, morenas ou louras, haveremos sempre de lhes encontrar defeitos numa competição parva que só beneficia uma classe, os homens.

Digladiamo-nos pela atenção dos homens como se disso dependesse a nossa sobrevivência, não depende, longe vão os tempos, felizmente, em que as mulheres careciam de proteção física e monetária por parte de um homem, somos fortes, independentes e capazes.

 

Infelizmente, mesmo tendo ao nosso dispor todo um mundo de possibilidades de brilhar naquilo em que decidirmos, os velhos estigmas pairam sobre nós, continuamos a ser vistas como objetos sexuais, parideiras e donas de casa.

Criticamos a aparência umas das outras, fazemos da maternidade um dever sagrado de todas as mulheres e continuamos a criticar quem não tem qualquer apetência para tarefas domésticas.

 

Não se trata só das mamas de Luísa Sonza, tratam-se das mamas de todas nós e de tudo o que faz parte de nós, peso, altura, cor, biótipo, temos o direito de sermos como somos e devemos ser aceites como tal, basta de perseguir um estereótipo de beleza, que muda a cada década, há beleza em cada uma de nós, a única coisa que precisamos é de abrir os olhos à verdadeira beleza.

 

Não sou hipócrita, nem tão pouco seria coerente se escrevesse que a aparência não conta, tudo em nós conta, porque tudo em nós comunica, continuo e continuarei a pensar que cada pessoa dentro do seu estilo próprio e do seu estilo de vida deve estar apresentável e que é sempre bom cuidarmos de nós, não pelo que outros pensam, mas porque nos faz bem.

A premissa pode parecer a mesma, mas exigir um dress code é muito diferente de exigir um tipo de corpo, aconselhar cirurgias e enxovalhar atributos físicos que nascem connosco e que não controlamos é o mesmo que criticar e julgar alguém que tem uma doença.

 

Esta necessidade de rebaixarmos os outros para nos sentirmos bem é uma doença, uma doença que as redes sociais disseminam, porque a distância dá falsa coragem aos covardes.

Mulheres respeitem, só assim serão respeitadas.

 

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