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Língua Afiada

As partidas da vida

Consciencializei-me e responsabilizei-me, a vida pode pregar-nos muitas partidas, mas é a forma como lidamos com a adversidade que nos define, por isso tomei consciência do que estava mal e daquilo que era minha responsabilidade, o que dependia de mim e sobretudo o que dependia da minha atitude.

Defini que Março seria um mês de mudança, mesmo que se não auspiciassem ventos de renovação, a mudança seria em mim, num pensamento mais positivo, numa atitude mais proactiva, este era o plano.

A vida não tem empatia pelos nossos planos, não se compadece com os nossos desejos, nem sequer tem compaixão do nosso desespero, porque a vida é a vida e faz o que bem entende e tem o curso que ela quer.

 

Nos últimos tempos a minha tem sido feita de azares e contratempos, consegui lidar com as adversidades e com as frustrações profissionais, consegui ultrapassar desilusões com pessoas e reinventei relações e descobri novas amizades, voltei às origens e percebi que o que procurava esteve sempre ao meu lado, percebi que a desilusão, o fracasso e a derrota fazem parte da vida e dão mais fervor à felicidade, à conquista e à vitória.

Consciencializei-me que não existem nem vidas, nem pessoas perfeitas, somos um conjunto de muitos verbos, adjetivos e sentimentos, a felicidade encontra-se mais depressa nos pequenos momentos do que nos grandes acontecimentos cuja energia se esgota na euforia fugaz com que os vivemos e esquecemos.

 

Aceitarmo-nos como somos e convivermos com o que conseguimos extrair das oportunidades que a vida nos dá é o caminho para sermos felizes, mesmo que seja necessário desconstruir castelos, moldar sonhos, redefinir prioridades e traçar caminhos alternativos.

Fiz tudo isso, mudei ao longo do processo, fiquei mais triste, mas mais forte, mais empática, mais solidária, mais preparada.

Abalei os alicerces da minha personalidade e alterei os padrões, convenci-me que poderia operar uma mudança, acreditei no poder da minha mente, na minha resiliência e perseverança.

Esqueci a esperança, baixei as expectativas, aprendi a viver um dia de cada vez, porque a ansiedade era o combustível da minha tristeza e desolação.

 

A minha vontade inabalável de ser positiva caiu por terra em poucos dias, sucederam-se uma série de eventos que a esmagaram, consigo lidar com quase tudo, mas não consigo lidar com a doença, problemas de saúde comigo e com os meus sugam-me qualquer vitalidade, positivismo ou força.

O meu sistema imunitário está um caco, o stress prejudica-o, sinto-me pior fico ainda mais stressada e o sistema imunitário piora.

Não me abro, não falo sobre os problemas, há assuntos dos quais não consigo falar com ninguém, engulo-os e eles corroem-me por dentro, demoro muito tempo a processar alguns problemas e quando afloram devastam-me.

Março ainda está a meio, mas será preciso uma vontade de ferro e alguma ajuda para que seja o mês da mudança, porque hoje está muito distante de vir a ser um mês positivo.

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