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Língua Afiada

Donas Brancas no Facebook

Em diversos grupos de vendas e trocas da rede social Facebook têm aparecido ofertas de empréstimos de entidades não financeiras e de particulares.

Este tipo de oferta é uma fraude, não é legal, é uma burla, uma forma de enriquecimento ilícito à custa de pessoas que atravessam dificuldades e recorrem a estes créditos quando não os conseguem em entidades financeiras.

 

Em primeiro lugar é de estranhar que se divulgue um negócio ilegal online, mas eles são amplamente disseminados em sites de venda, nas redes sociais e pagam mesmo anúncios para aparecem nos primeiros resultados das pesquisas, com tanta divulgação é lamentável que não exista uma fiscalização e um maior controlo destas situações.

Em segundo lugar é espantosa a quantidade de pessoas que responde às propostas, se em outros locais não é possível verificar se os burlões estão ou não a ter sucesso, no Facebook pela quantidade de comentários é possível ter uma ideia do quão mal informadas e/ou desesperadas estão as pessoas.

 

A lei, e a prudência, avisam que um empréstimo entre particulares deve ser celebrado por meio de um contrato para que ambos os intervenientes vejam salvaguardados os seus interesses, não faltam também notícias e avisos que avisam dos problemas causados por empréstimos sem contrato, mas ainda há quem acredite que é boa ideia aceitar um empréstimo de uma “empresa” ou “pessoa” que anuncia o serviço no Facebook e que ainda específica:

“sem burocracias, liquidez imediata, sem recurso a crédito”

O facilitismo e a rapidez são as supostas vantagens destas ofertas, mas são apenas um ardil para incentivar o endividamento.

 

Agiota até pode parecer uma palavra bonita, lembra uma gaivota, mas nunca se esqueçam que as gaivotas que embelezam os céus das praias são as mesmas que espalham o lixo nas ruas, sujam carros e pessoas, são carnívoras e quando encontram um alvo não o largam, são assim tão bem os agiotas bem vestidos, bem-falantes, cheios de confiança e boas intenções, mas que só querem explorar as vossas fraquezas e quando encontram o vosso ponto fraco nunca mais vos largam.

 

O sucesso deste negócio ilícito só pode ser explicado pela ignorância e pela falta de atenção das pessoas, com tanta informação disponível uma simples pesquisa demoveria quem quer que fosse a recorrer a estas situações.

As pessoas que se sentem tentadas a recorrer a dinheiro fácil para satisfazer um pequeno luxo ou desejo não têm desculpa, estão a ser apenas irresponsáveis, as que se encontram com dificuldades financeiras e perante um aperto antes de se colocarem numa posição ainda mais frágil deveriam procurar ajuda, há empresas especializadas no assunto que ajudam a gerir as finanças, a negociar créditos, é tudo uma questão de procurar informação.

 

Infelizmente as pessoas não conseguem distinguir o que é correto do que não é, tal como não distinguem uma notícia falsa de uma verdadeira, antigamente o que diziam na televisão era lei, hoje, infelizmente, é o que dizem nas redes sociais e é por isso que se disseminam mentiras, calúnias a par de negócios ilegais e diversos esquemas que escapam ao controle das autoridades.

O que se passa nas redes sociais é o espelho da nossa sociedade, se na sociedade existe corrupção, mentira, falta de ética, esquemas financeiros, contrafação, as redes socais só vieram alargar a rede de contactos e potenciais clientes para os corruptos, burlões e ladrões, abrindo um sem fim de possibilidades com a proximidade ilusória de quem está ali sempre contactável, mas que no dia seguinte se esfuma sem deixar rastro.

 

É urgente que as autoridades fiscalizem páginas de negócios ilícitos e que se infiltrem nestes grupos, que são na maioria fechados, para que os autores dos crimes sejam punidos e impedidos de ludibriar as pessoas, é uma forma também de combater a economia paralela que como todos sabemos é um problema gravíssimo para a saúde financeira do país.

 

 

 

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