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Língua Afiada

Este homem tira-me do sério #3 – As portas

Uma situação lá em casa nunca vem só e, depois do drama do aspirador que podem ler aqui, e que o MQT fez questão de responder aqui, sucedeu-se logo outro.

Enquanto tinha a carne a assar no forno enchi-me de coragem para enfrentar o frio polar e saí para a varanda do quarto para apanhar a roupa. O MQT seguiu-me juntamente com uma das gatas, não sei explicar este fenómeno, mas sou várias vezes seguida em casa.

Saímos os dois, mas como estava frio ele entrou logo de seguida e como é hábito encostou as portadas e a porta para que não entrasse frio no quarto.

Terminei de apanhar a roupa, coloco a mão na portada e esta não abre, pouso o cesto da roupa e volto a tentar não abre.

Chamo-o, não ouço resposta, coloco a mão no bolso estou sem telemóvel, volto a chamar, sem resposta novamente.

Não acredito que me fechou aqui fora, mas ele é doido, como este frio, ninguém merece.

Volto a chamar nada. Faço nova tentativa, a portada podia estar só bem encostada, nada, não abria estava mesmo fechada.

Agradeci a todos os santos o facto de a varanda dar acesso ao jardim, enterro as pantufas na relva molhada pelo orvalho, escalo o muro e dou a volta à casa pelo jardim a rezar que nenhum vizinho visse a minha triste figura, já que estava enchouriçada num robe rosa choque.

Entro pela cozinha e ele muito espantado diz-me.

MQT – Afinal és tu? Estava a ver quem seria a entrar sem bater.

Não proferi uma palavra mas pela minha cara ele percebeu.

MQT – Fechei-te lá fora outra vez? Desculpa!

Língua – Eu deixo as portas abertas e tu fecha-as demasiado. Se não tivesse acesso ao jardim bem que lá ficava até te questionares onde estaria!

Estamos a jantar e ouve-se um barulho de unhas a agarrar uma porta.

O MQT levanta-se a correr e só o ouço a dizer:

- Livra-te, livra-te de teres feito asneiras aqui dentro!

Fechou-me a mim na varanda e a pobre da gata no quarto e depois berra com a bicha para disfarçar.

E depois eu é que sou a distraída e a esquecida?

 

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