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Língua Afiada

Mulheres destacam-se nos Globos e não foi pelos vestidos.

A passadeira vermelha vestiu-se de preto em protesto e solidariedade com as vítimas de assédio e agressão sexual do meio cinematográfico, as atrizes desfilaram quase todas de negro e a larga maioria estava até melhor do que o habitual, porque todas sabemos “com simples vestido preto nunca me comprometo”.

Mas existiu uma declaração ainda maior e que parece ter passado despercebida, a noite foi ganha pelas mulheres e pelas suas histórias.

 

Melhor filme dramático - Três Cartazes à Beira da Estrada

Passaram-se sete meses sobre o brutal assassinato de Angela, a filha adolescente de Mildred Hayes. Inconformada com a actuação das autoridades, que parecem pouco empenhadas em encontrar o culpado, Mildred resolve chamar a atenção para o caso alugando três cartazes à entrada da cidade de Ebbing, no estado norte-americano do Missuri. As frases que publica em cada um questionam directamente a competência de William Willoughby, o chefe de polícia. Essa atitude vai desencadear uma espiral de violência na cidade, com a polícia a querer demonstrar a falsidades das acusações e Mildred a tentar a todo o custo que seja feita justiça.

 

Melhor mini-série – Big Litle Lies

Big Little Lies conta a história de três mães que se aproximam quando seus filhos passam a estudar juntos no jardim-de-infância. Elas aparentemente têm vidas perfeitas, mas os acontecimentos que se desenrolam levam as três a extremos como assassinato e subversão.

Já falei da mini-série aqui, acreditem vale a pena ver.

 

Melhor série - Handmaid's Tale

Depois de um atentado terrorista ceifar a vida do Presidente dos Estados Unidos e de grande parte dos políticos eleitos, uma facão católica toma o poder com o intuito declarado de restaurar a paz. O grupo transforma o país na República de Gilead, instaurando um regime totalitário baseado nas leis do antigo testamento, retirando os direitos das minorias e das mulheres em especial. Offred é uma "handmaid", uma mulher cujo único fim é procriar para manter os níveis demográficos da população. Na sua terceira atribuição, ela é entregue ao Comandante, um oficial de alto escalão do regime, e a relação sai dos rumos planejados pelo sistema.

Sem dúvida foi a série de 2017, prende-nos ao ecrã enquanto nos dá constantes murros no estômago, forte, violenta é imperdível.

 

O que estes três títulos têm em comum? Todos eles relatam histórias de mulheres fortes, resilientes que se provam capazes de ultrapassar episódios dramáticos e traumáticos, que encontram forças para continuar a viver independentemente da sua história.

Há muito que várias atrizes reclamam a si o direito a papéis de destaque na sétima arte, na literatura temos vários exemplos, as séries parecem ter acordado mais cedo para o poder das histórias femininas, esperemos que o cinema lhes siga as pisadas e que existam mais filmes protagonizados por mulheres, afinal não é só a vida dos homens que merece ser contada.

2 comentários

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    Psicogata 09.01.2018 09:21

    Tal e qual, tenho muitos para ver, só vi um ainda dos nomeados :)

    As nossas histórias também merecem ser contadas.
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