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Língua Afiada

Não sou mãe, não posso ter opinião

Parece que como não tenho filhos não tenho direito a ter opinião sobre crianças e muito menos sobre a sua educação, aliás é quase sacrilégio opinar sobre isto.

Os pais sabem mais do que os especialistas na matéria, sabem mesmo mais do que psicólogos e sociólogos que passam anos e anos a estudar o comportamento humano.

Quem não é pai não tem direito a ter uma opinião sobre como se deve educar porque não tem experiência e não se fala mais nisso.

As clássicas frases feitas de quem não tem mais argumentos.

Basicamente é este o argumento que dão, estranhamente nenhuma dessas pessoas comentou os comentários de pais que deram o testemunho que educaram e educam os seus filhos sem palmadas.

Se este argumento é válido sugiro a estas pessoas que dão tanto valor à experiência que:

Procurem apenas médicos que já tenham tido as vossas doenças, porque o que saberá um médico sobre a vossa doença se nunca a teve?

Deixem de ir a pediatras que não tenham filhos, porque é óbvio que não entendem nada de crianças.

Procurem professores e educadores também eles com filhos, pois como vão ensinar e educar crianças se não têm filhos?

Aliás criem creches, infantários e escolas cujos professores e, especialmente, educadores tenham como pré-requisito obrigatório ser pai, mas de pelo menos de seis, porque lidar com um é muito diferente do que lidar com uma turma inteira.

Apliquem isto a tudo na vossa vida e serão muito felizes a conviver e a falar apenas com pessoas que tenham exatamente as mesmas experiências que vocês.

 

Sacudam o pó à vontade às fraldas, deem palmadas, puxões de orelhas, o que bem entenderem aos vossos filhos, mas tenham esperança de morrerem sem antes ficarem senis, pois não vão os vossos filhos acharem que quando vocês estiverem qual bebés só poderão entender que cuspir as papas é feio se vos derem uma palmada.

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