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Língua Afiada

No Sul não gostamos só de mulheres

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, em entrevista afirmou:

 

"Como social-democrata, considero a solidariedade um valor extremamente importante. Mas também temos obrigações. Não se pode gastar todo o dinheiro em mulheres e álcool e, depois, pedir ajuda".

 

Referindo-se aos países do Sul da Europa, onde se inclui Portugal, apontado as mulheres e o álcool como motivos para as suas crises financeiras.

 

Em primeiro lugar, deixe-me dizer-lhe que em Portugal, e nos outros países do sul, nem toda a gente gosta de mulheres, eu por exemplo gosto de homens, eu e a grande maioria das mulheres portugueses, garanto-lhe que não gastamos um euro (tostão) em mulheres, esclarecido este ponto, vamos ao que interessa.

 

O que Jeroen Dijsselbloem tem é uma valente dor de cotovelo, não das nossas mulheres e do nosso bom vinho, também terá disso, mas do nosso povo, da nossa cultura, da nossa força.

Tem inveja da forma como fomos denegridos, rebaixados, diminuídos pelos países do norte da Europa, e que sob políticas de austeridade nunca vistas, debaixo do escrutínio do mundo, onde todos nos acusavam de despesismo, soubemos manter a cabeça erguida e, resilientes, encontramos força e coragem para continuar.

Sim, somos um povo de contrastes, temos a saudade entranhada na pele, na carne, nos ossos, na alma que nos dá melancolia, mas também temos o sol, o mar, o calor e o amor que nos aquece o coração.

Somos um povo temperado, tal como nosso clima, se é triste que nos contentemos com o que muitos acham pouco, é também um dom saber ser feliz com o que a vida nos dá.

 

É muito baixo, talvez seja por ter nascido num país baixo, aposto que não gosta destes trocadilhos, referir-se a um conjunto de países e acima de tudo de pessoas dessa forma pacóvia e brejeira, se foi uma tentativa de humor, deixe-o para os comediantes, que aos políticos exige-se seriedade e responsabilidade.

 

Pensa que por ser uma entrevista a sair ao domingo já pode usar um tom manhoso e descontraído? Não, não pode.

Não pode falar dos outros nesse tom arrogante, tolo e pacóvio e depois pedir que não o levem a mal.

 

 

 

Já os portugueses podem recorrer ao humor de dar-lhe presentes como este.

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