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Língua Afiada

O fim do capitalismo está para breve

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Todos sabemos que este sistema económico está ultrapassado, serve interesses de muito poucos e explora muitos.

Numa era em que a informação é poder, será a informação a destronar o capitalismo, não o fará sozinha, mas é sem dúvida a arma mais poderosa.

Paul Mason, jornalista britânico, editor de economia do Channel 4 da BBC e colunista do jornal The Guardian é quem o diz e até batiza o novo regime económico de pós-capitalismo.

Segundo o autor a substituição do capitalismo pelo pós-capitalismo será acelerada "por choques externos e moldada pelo surgimento de um novo tipo de ser humano. E já começou."

O mesmo defende que esta evolução dever-se-á a três grandes mudanças provocadas pelas tecnologias de informação, a redução da necessidade de trabalho, nivelação entre trabalho e tempo livre e a diminuição entre a diferença de trabalho e salário. O autor refere ainda que a próxima onda de automação, atualmente num impasse, porque a infraestrutura social não poderia comportar as consequências, vai diminuir a enorme quantidade de trabalho necessário - não apenas para subsistir, mas para proporcionar uma vida digna para todos.

Em segundo lugar a informação está a corroer a capacidade dos mercados fixarem preços, os mercados são baseados em escassez quando a informação é abundante. Para contrariar estão a ser criados monopólios, que ele vaticina como frágeis.

(Eu tenho a teoria que um dia todos seremos contra empresas como a Google e Facebook que controlam a nossa informação e têm demasiado poder, se por um lado o Google democratizou a informação, acumulou e registou dados importantíssimos que não tem qualquer problema em vender.)

Em terceiro lugar, estamos a assistir à criação espontânea da produção colaborativa: aparecem bens, serviços e organizações que já não respondem aos valores do mercado e das hierarquias. O maior produto de informação no mundo - Wikipedia - é feito por voluntários gratuitamente, abolindo o negócio enciclopédia e privando a indústria da publicidade de cerca de US $ 3 bilhões por ano em receitas.

“Ao criar milhões de pessoas conectadas, financeiramente exploradas, mas como toda a inteligência humana a um clique de distância, o info-capitalismo criou um novo agente de mudança na história: o ser humano educado e conectado.”

 

A ignorância torna fácil a manipulação das massas, numa altura em que até a informação mais secreta e supostamente impossível de aceder é divulgada na Internet, é impossível impedir que a informação chegue às pessoas.

Espero que seja para os nossos dias que tirem da gaveta todos os projetos de automação, robots e máquinas que nos permitam viver sem trabalhar e tornar o planeta mais sustentável, acabar com a fome e muito possivelmente com a guerra que é financiada por dinheiro.

Num mundo ideal e tecnologicamente avançado não haveria necessidade de dinheiro, os bens seriam repartidos igualitariamente e as hierarquias seriam apenas uma formalidade.

É claro que teríamos sempre os problemas religiosos e culturais, às vezes seria bem mais fácil dividir o mundo em fações, desde que se pudesse mudar de fação se assim o desejássemos. A verdade é que a religião e o fanatismo que provoca impede que que sejamos de facto aquilo que todas as religiões pregam, sermos iguais aos olhos de Deus, independentemente de qual Deus e do que se tenha de fazer para isso, matar, converter, evangelizar ou apenas tolerar.

 

A Humanidade está a mudar e com ela muita coisa mudará, a informação encarregar-se-á de nos conduzir ao caminho do conhecimento, somos muitos pobres para um 1% de ricos, é impossível que nesses 99% de explorados não existam Homens suficientes para se revoltarem contra os capitalistas que dominam o mundo.

Esperemos que desta vez haja realmente uma evolução e não uma revolução que apenas faz com que o poder mude de mãos.

Karl Marx escreveu algo muito próximo disto, é claro que forçar o Comunismo não é a mesma coisa que ele aconteça naturalmente. Não será comunismo mas algo parecido acontecerá nos próximas décadas, a menos que inventem uma escassez ou uma catástrofe qualquer para nos continuarem a distrair das coisas importantes.

 

Artigo original completo aqui.

Tradução aqui.

 

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