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Língua Afiada

Obrigada Seleção

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Desde o início acreditei que seria possível, algo me dizia que este seria o ano de Portugal vencer o Campeonato Europeu, temi a Croácia, mas depois a fé na conquista cresceu e dominou e ontem sabia que a vitória seria nossa.

O jogo foi emotivo, um misto de esperança, desespero, nervos e alegria, quando Ronaldo saiu lavado em lágrimas os meus olhos marejaram, o nosso capitão não mereceria terminar assim a competição.

Acredito que a agressão foi propositada, a estratégia deles era clara, aproveitar o favorecimento do árbitro para jogar duro e lesionar os jogadores portugueses, um jogo sujo, baixo, reles que só demonstra o quanto temiam a seleção portuguesa.

Mas a guerra nem sempre é linear, existem capitães que depostos os soldados entregam o jogo, quebram e baixam as armas, os franceses esperavam que ao ferirem o capitão os soldados entregariam o jogo, enganaram-se, porque os portugueses são feitos de uma fibra que eles não conhecem, nervos de aço, coragem, bravura, empatia, paixão, entrega e generosidade para sacrificarem tudo para vingarem o seu capitão.

A seleção sofreu e eu sofri com ela, os nossos jogadores deixaram, suor, sangue e lágrimas, lutaram com um Golias que ignorou a astúcia, o engenho e o talento de David.

Nunca uma vitória foi tão justa, nunca uma vitória foi tão poética, num dia em que Portugal ganhou tantas medalhas, ganhou a taça do Campeonato Europeu, aquela que tantas vezes perseguimos no horizonte, quase lhe tocamos, mas nunca alcançamos.

Estava escrito que seria ontem e foi, chegamos, vimos e vencemos com a nossa raça, com a nossa força, com a nossa perseverança, humildade e consistência, aguentamos, sofremos, nivelamos, crescemos e vencemos.

A França curvou-se perante a nossa persistência, a nossa garra, a nossa capacidade de sofrimento, foco e resistência.

Só os fracos procuram ganhar pela forma mais fácil e vil, Portugal mostrou que é mais forte e contra todas as previsões ganhou e ganhou merecidamente e com mérito.

Ronaldo para mim és e sempre serás o melhor do mundo, sei que sentes o sangue português a correr-te nas veias e que este sonho era de todos nós, mas para ti era ainda mais, maior, mais importante. O melhor do mundo não ganha sozinho, mas levou esta equipa às costas, não a jogar mas a motivar, foste um verdadeiro capitão, o melhor capitão que poderíamos ter.

Fernando Santos obrigada pela sabedoria, tática e fé, sempre acreditou e nós acreditamos consigo, foi o Eng.º. deste Euro e ficará para sempre na história como o primeiro a levar a Seleção das Quinas à vitória.

Rui Patrício foste grande, uma muralha, deste a confiança necessária aos teus colegas, seguro e confiante empurraste Portugal para a frente.

Nani obrigada pelo espírito de sacrifício que demonstraste, superaste-te, foste o capitão que precisávamos que fosses, estiveste sempre no local certo a encorajar os teus colegas e a guia-los à vitória.

Éder obrigada pelo belíssimo golo, pela emoção, pelo grito que fizeste explodir do meu peito.

Pepe obrigada pela firmeza, regularidade e omnipresença, és grande.

Quaresma obrigada pela raça e por aquela gargalhada imensa que me fizeste dar quando agarraste pelo pescoço o jogador francês, assim se mostra como que se agarra um touro pelos cornos, fizeste uma afirmação, mostraste que não estavas ali para brincar, ficou a pena de não ter festejado como golo aquele fantástico pontapé de bicicleta, mas fica o registo da tua garra.

Raphael Guerreiro o teu nome diz tudo, foste sem dúvida um grande guerreiro, uma grande revelação, um talento que dará ainda muito que falar.

Cédric obrigada por aquela joelhada, senti o meu joelho a empurrar um bocadinho junto contigo.

Renato Sanchez irás escrever muita história ainda, já não és promessa és certeza.

João Moutinho e Ricardo Carvalho obrigada pela experiência, sabedoria e exemplo que deram aos mais novos, a vossa qualidade é infinita.

Obrigada William, Adrien, Danilo, João Mário, André Gomes, Eliseu, Vieirinha e Rafa Silva por serem uma equipa coesa, unida, capaz, por se entregarem sem vedetismos, peneiras ou atritos, foram a base para que a magia pudesse acontecer.

Uma menção para Anthony Lopes e Eduardo, os únicos jogadores que não jogaram, mas que sofreram e acreditaram como os outros, ser suplente de um guarda-redes é sempre uma missão ingrata, mas estavam lá, são equipa e são campeões.

Obrigada Seleção Portuguesa de Futebol, sóis grandes, obrigada por me fazerem sonhar durante todos estes anos e obrigada por ontem me terem dado a vitória, um feito que pensei nunca viver para ver.

Sinto uma alegria imensa, um orgulho desmedido nesta seleção e em todos os portugueses que acreditaram e sofreram com a sua seleção. Haveria muito, tanto a dizer mas não tenho palavras suficientes para vos agradecer.

Juntos somos mais fortes.

OBRIGADA

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