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Língua Afiada

Pedaços de vida - À velocidade da luz

O meu cérebro anda a trabalhar (queimar) à velocidade da luz, passei os últimos dois dias a deambular entre:

- 3 Línguas

- 3 Estratégias

- 3 Calendários

- 3 Orçamentos

Três projetos que se cruzam, dois estão intimamente ligadas, mas sem estarem, outro completamente distinto dos outros dois.

Pelo meio lá consegui marcar uma semana de férias, mas enquanto a minha mente quer fugir para delinear planos de férias, atividades, visitas, o meu sentido de responsabilidade prende-me aos prazos e aos trabalhos.

 

Ontem enquanto fazia o jantar o Moralez pesquisava e discutia com um casal amigo as melhores opções, avança um dia, recua um dia, aumenta mais uma noite, altera o voo para de manhã, tudo para encontrar a opção ideal.

Pelo meio passa pela cozinha e vê o frango preparado para grelhar.

 

- Frango grelhado novamente? Estou a ficar enjoado desta receita.

- Queres que faça como?

- Assado por exemplo.

- Ok, faço assado então.

 

Onde estava eu com a cabeça, já era tarde, o forno ainda não estava pré-aquecido, já tinha adiantado a calda para o arroz de tomate, que a propósito não conjuga nada bem com frango assado, mas disse que fazia o remédio era fazer.

Entretanto, paro o arroz e o esparregado e coloco o frango no forno.

Pelo meio faço uma pesquisa no portátil, estávamos cada um no seu a pesquisar, enquanto o Moralez fazia a pesquisa combinada eu fazia a pesquisa à parte para comparar preços e verificar opções de voos.

Estava tudo mais ou menos decidido, vou à cozinha viro o frango e vou tomar banho.

 

Tomo um banho rápido, visto-me, enrolo uma toalha no cabelo, chego à cozinha o frango estava pronto, até demasiado pronto, desligo o forno, mas não retiro para não arrefecer.

Termino o arroz e o esparregado. Quando retiro o frango o molho estava torrado, o frango escapava, mas longe de estar um frango como gostamos.

O arroz também não ficou lá grande coisa porque fazer arroz malandro aos poucos e com pouca atenção nunca deu e nunca dará bom resultado, há toda uma ciência exata para a quantidade de líquido e a altura de parar a cozedura.

Jantamos a contragosto, lá em casa aprecia-se boa comida e bem confecionada, somos uns críticos gastronómicos exigentes.

 

Marcamos as férias, menos uma preocupação, mesmo a tempo de vermos o episódio de The Walking Dead, pensava que iria relaxar, mas o raio da série não desenvolve e está sempre a prometer e nunca cumpre.

Deitei-me preocupada, primeiro pensei no trabalho, mas rapidamente o meu pensamento fluiu para o meu tio que infelizmente se encontra hospitalizado, dei por mim a rezar, não sei explicar porquê, perdi esse hábito há tantos anos.

 

Tive dificuldade em adormecer.

Toca o despertador, sinto-me igualmente exausta, a noite também deve ter passado à velocidade da luz porque acordei como se não tivesse dormido.

O Moralez abraça-me, quem me dera acordar assim bem-disposta, recolho-me no conforto do seu colo, mais cinco minutos, toca novamente o despertador, só me apetece atira-lo contra a parede, mas em vez disso sorrio é impossível não sorrir para o meu marido de manhã.

Preparo-me para mais um dia longo e preenchido.

 

Olho agora para este pedaço da minha vida como se fosse uma estranha, é um pedaço da minha vida, mas poderia ser o pedaço de tantas outras vidas, com pequenos e grandes problemas, azáfama, preocupações, obrigações, família, mas acima de tudo uma vida com amor.

O amor, o amor esse elemento que dá todo um outro significado ou mesmo o próprio significado em si à vida.

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