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Língua Afiada

Resoluções em Março

Estou convencida que deveríamos gerir a nossa vida como gerimos uma empresa, especialmente a parte financeira, mas começo a acreditar que talvez não seja pior aplicar o conceito a todos os outros campos.

Decidi em 2018 não fazer resoluções, depois decidi que deveria deixar de ser ingénua e esperar que as coisas se acertassem só porque sim, se na verdade há problemas que se resolvem a eles próprios e outros há que não têm resolução, há outros que obrigam a que sejamos enérgicos e proactivos na procura da solução.

 

O que sei é que enfiar a cabeça na areia não resolve nada, Janeiro foi um mês mau que nunca mais terminava, Fevereiro apesar de ter passado mais rápido, é mais pequeno, não foi melhor, Março continua igualmente mau, com a diferença que começo a ficar calejada.

Já diz o ditado que o que não mata, torna-nos mais fortes, esqueceram-se da parte que nos deixa mais tristes, ficamos realmente mais fortes, mas também mais fragilizados, parece um contrassenso mas não é, podemos enrijecer a carapaça mas por dentro estamos estilhaçados e cada tombo os estilhaços dão origem a estilhaços mais pequenos e acredito que se as pancadas forem muitas há quem vire pó, mas por fora fique mais duro que um diamante.

 

O primeiro trimestre de 2018 é para esquecer, mas o segundo pode ser melhor e o terceiro e quarto também, fico sempre reticente a fazer planos, depois de vários planos completamente furados é difícil planear, mas estou decidida a não me deixar abater pela frustração.

2018 apesar de tudo começou com mudanças e com abertura de algumas perspetivas profissionais, confesso que me empolguei e não soube gerir expetativas e essa má gestão saiu-me cara, estamos sempre a aprender.

O tempo está mau, o meu humor anda péssimo, a criatividade deve ter ido de férias para os trópicos e está a banhar-se juntamente com a iniciativa, duas grandes amigas que se devem estar a divertir à brava deixando para trás a procrastinação e a preguiça.

 

Março é o mês que começa a Primavera e é o mês em que quero abandonar juntamente com o Inverno o desleixo e a preguiça a todos os níveis, colocando as desculpas de parte, sem inventar justificações, a vida não para só porque me dou ao ócio, por isso chega de adiar a vida.

Quero que Março seja o mês em que começo a cuidar mais de mim, a fazer coisas que gosto e acima de tudo o mês de regresso à atividade, aos planos, às iniciativas, à loucura que sempre foi a minha vida, porque só assim me sinto feliz e realizada.

 

Isto implicará esforço e disciplina, não será fácil, preciso de férias, não é desculpa, preciso mesmo, mas não posso tirar férias por isso os fins-de-semana terão de ser muito bem aproveitados e rentabilizados ao máximo.

Existe uma relação direta entre a forma como me visto e como me apresento e o meu estado de espírito e a minha autoestima, quando tenho roupa com etiqueta à espera de vontade para a usar é sinal que não tenho cuidado bem de mim, acabar com este desleixo é o primeiro passo para uma mudança interior mais profunda, preciso de me reinventar, mas para isso preciso de recuperar a autoestima e a confiança, só assim consigo convencer a criatividade e a iniciativa a regressarem a casa.

 

Março é o mês em que quero mudar, mudar especialmente de atitude e deixar de viver centrada no que não consigo alcançar para me centrar naquilo que consigo fazer e atingir.

É nos piores momentos que nos conhecemos e a forma como os superamos é o que nos define, às vezes é preciso bater no fundo do oceano para aprender a nadar.

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