Sem paciência
O meu nível de paciência tem andado no menos vinte, ou seja, ainda ninguém disse ou fez nada e eu já estou irritada e não há quem se sinta pior com isso do que eu própria, porque isto de estar constantemente prestes a explodir não é uma sensação boa.
Se na esfera privada a situação se compõe com umas respostas mais ríspidas e pedidos de desculpas, já no trabalho é mais complicado, se tivessem uma câmara a filmar as minhas expressões tínhamos matéria para rir durante horas.
Ao telefone vale tudo desde suspiros enfadados, revirar olhos, bater com o lápis no caderno, riscar furiosamente as folhas, enrolar o fio do telefone, tudo para não demonstrar a quem está do outro lado que estou prestes a ter um colapso nervoso, ontem estive 17m e 23s ao telefone com um fornecedor, uma chamada que se resolveria em 2m, o meu nível de paciência passou do menos 20 para o menos 50.
A minha reação aos e-mails não é muito melhor, já é hábito receber as coisas mais estapafúrdias por essa via e normalmente geram gargalhadas e abanões de cabeça, nestas alturas geram uma espécie de indignação pela estupidez humana e comentários sarcásticos.
A única coisa positiva é que lá vou arrancando umas belas gargalhadas, tenho de me rir de mim própria, o humor é a única coisa capaz de me dar sanidade mental e gargalhar descomprime.
Tenho-me mantida afastada do blog porque o meu nível de fúria anda nos picos e até a escrever se nota. Não estou doida, como costumam dizer só tenho mesmo de deixar os comprimidos, mas infelizmente não o posso fazer, só me resta respirar fundo e tentar ao máximo não me deixar levar pelo stress.
O que mais me afeta é não ter um sono de qualidade o que seria essencial para me sentir melhor, acordo com o corpo dorido e cansado, como se não tivesse dormido e após alguns dias o cansaço acumula-se.
Espero por dias mais calmos, para me voltar a reconhecer na leveza que sempre tive, tenho saudades de mim, porque esta não sou eu.