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Língua Afiada

Ser mulher não é ser mais do que ser homem.

Ser mulher não é nada de especial, ser mulher não é ser mais do que ser um homem, é apenas e só ser mulher e viver com todas as vantagens e desvantagens disso.
É lamentável que no século XXI ainda faça sentido festejar o Dia Internacional da Mulher, que ainda exista tanta descriminação e tantas mulheres que são privadas dos seus direitos fundamentais enquanto pessoas.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi adotada pelas Nações Unidas em 1948, mas a carta que promove os direitos básicos de qualquer Homem está longe de ser cumprida.

“Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”

São ainda milhões de mulheres que se veem privadas da sua dignidade, direitos e liberdade, sempre que penso que algumas são consideradas propriedade de alguém sinto um nó no estômago. Mulheres transacionadas como mercadorias, mutiladas, violadas, assassinadas e o mundo assiste impávido e sereno. Aplicam-se sansões económicas por tudo e mais alguma coisa mas para se fazerem valer os direitos humanos não se aplicam sanções nenhumas.
Vivemos num mundo podre, fútil, governado por um capitalismo cego e obsoleto que cuida dos interesses de um punhado de privilegiados que o dominam, enquanto os outros 99% dos Homens passam pelo mundo sem deixar vestígio. Destacam-se algumas pessoas, homens e mulheres que assumem as penas do mundo às costas e lutam numa luta desigual para fazerem deste planeta azul um lugar mais bonito e harmonioso.

Agradeço por ter nascido num país onde tenho voz própria, opinião e vontade. Há muito ainda a melhorar em Portugal, mas é bom saber que posso falar abertamente sobre isso.
Lamento que a maioria das mulheres use este dia para a paródia em celebrações que em nada dignificam a sua condição de mulher, não há nada de mal em comemorar, mas se até no Dia Internacional da Mulher as mulheres se relegam para o direito de saírem sós, de não cozinharem, beberem demais e desculpabilizarem-se dos maiores disparates, como conseguem elas descolar-se dessa imagem?
Ser mulher não é encher a boca para dizer que somos melhores do que os homens, que somos mães, esposas e filhas, que somos mais inteligentes, multi-task e mais ponderadas. Ser mulher é defender o direito à igualdade, é lutar para que as nossas filhas nunca mais tenham as dificuldades que as nossas mães tiveram, é lutar para que no futuro ser mulher não seja uma sentença mas apenas uma questão de género.
Eduquemos as próximas gerações para a igualdade, tolerância e aceitação e talvez um dia o mundo possa ser governado por ideias de fraternidade e igualdade.
A todas as mulheres importantes da minha vida desejo um grande dia.

 

8 comentários

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    Psicogata 08.03.2016 10:49

    Eu tenho vontade de espancar mulheres várias vezes não digo por dia mas por semana.
    Vão lá ser burras, parvas e machistas para 1960! É que não há pachorra.
    Eu acho que hoje em dia há muito facilitismo em muitas coisas, mas não julgo as pessoas por isso, cada uma faz o que quer, só não gosto de ver as mulheres a fazer figuras tristes, acho que bom senso recomenda-se a ambos os sexos.
    E há idades para tudo.
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    Mula 08.03.2016 11:34

    Claro que sim! Do mesmo modo como acho mal um homem andar bêbado, acho mal uma mulher andar bêbada, não acho que o homem tem esse direito e a mulher não...

    Vivemos num país onde a igualdade tende a existir, e existem estes empecilhos que não merecem sequer o ar que respiram.
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    Psicogata 08.03.2016 11:39

    Eu fico furiosa quando ouço mulheres insultarem outras mulheres de libertinas, especialmente quando têm telhados de vidro. Fico possessa, como querem que as considerem como iguais quando elas próprias têm dois pesos e duas medidas para o mesmo comportamento.
    Ah são homens é diferente! É diferente porquê?
    Não tenho paciência.
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    Mula 08.03.2016 12:12

    Claro que somos diferentes, somos fisicamente diferentes. É normal que as mulheres sejam mais sensíveis, temos hormonas diferentes... uma fisionomia diferente... geramos vida... Mas isso não dá o direito a ninguém de dizer que é superior a nós!..
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    Psicogata 08.03.2016 12:16

    Claro que não. Acho que este estigma vem do tempo em que as mulheres não tinham acesso a contraceptivos e como elas engravidavam aparentemente sozinhas era um problema para elas, como se engravidassem por milagre.
    Lá está dava jeito aos homens que assim fosse e o pior é hoje algumas ainda vão nessa cantiga.

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    Mula 08.03.2016 12:25

    Lembro-me a primeira vez que saí à noite, tinha 16 anos e fui ao S. João, já trabalhava nessa altura, e foi o melhor argumento que encontrei: " se já sou crescida para trabalhar e para ajudar a pagar as contas, então também acho que já sou crescida para poder festejar o S. João com os meus amigos!", mas o meu pai disse logo "se fosses rapaz era diferente..." e era diferente porquê? "Porque os rapazes não chegam grávidos a casa"... Só que também os fazem... Estas mentalidades irritam-me!
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    Psicogata 08.03.2016 12:51

    Tive imensas discussões com os meus pais por causa de sair de casa à noite, como tenho um irmão mais novo roguei uma praga à minha mãe, disse-lhe quero ver como será com M o que farás? E ele deixar-te-á acordada até raiar o dia todos os fins-de-semana. E assim foi, e depois lá estava eu a dizer eu bem te avisei. A partir dos 18 anos foi quase impossível eles controlarem-me as saídas mas bem que tentaram.
    Tudo porque era mulher.
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