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Língua Afiada

E estamos no final do ano 2017

Ainda falta quase um mês inteiro para o final do ano, mas à velocidade que 2017 passou, pelo menos para mim, amanhã quando acordar já será 2018.

2017 foi um ano que foi medido por prazos, esperar por determinado dia e depois por outro e entre uma espera e outra passaram-se primeiro 4 meses e depois mais 5 e estamos no final do ano.

 

O meu único objetivo para 2017 era ser feliz, confesso que comecei o ano sem grandes esperanças e termino sem as ter encontrado, se fui feliz?

Fui, tive momentos de felicidade plena e momentos em que me senti terrivelmente infeliz, foi um ano de contrastes, de picos, entre altos e baixos que apesar de intenso, carregado, não operou qualquer mudança na minha vida, que esta exatamente no mesmo patamar que estava em Dezembro de 2016.

 

A minha vida não mudou, mas eu sinto que ao longo deste ano eu mudei, cresci, amargurei, endureci e perdi, perdi muitas ilusões mas em contrapartida ganhei muitas certezas.

Reencontrei-me, mas nunca me senti tão perdida, não me importo, embora não faça a mais pálida ideia de para onde me encaminho, sei o que sou e não há nada, nem ninguém que vá mudar isso.

Não encontrei todas as respostas, não fiz sequer todas as perguntas, desisti da maioria dos planos e a vida continuou e eu continuei vivendo um dia de cada vez.

 

Para 2018 não espero nada, desejo muito, mentiria se escrevesse que não, mas não quero desejar, quero apenas abraçar o que a vida estiver preparada para me dar e pela primeira vez em 4 anos não pedirei desejos, não farei resoluções, no bater das 12 baladas fecharei os olhos para os abrir em 2018, nada mudará, apenas um número no calendário, mas quero começar o ano em claro, sem nada no pensamento.

Dos planos megalógonos, da ilusão de uma gota fazer um oceano fica a lição, que não devemos extrapolar, imaginar, pedir demais, temos que valorizar o que temos e aceitar o que não podemos ter.

Não há como mudar o que não pode ser mudado, essa é grande lição da vida, quanto mais depressa aceitarmos os factos mais depressa os superamos.

 

O que será, será, aconteça o que acontecer a vida continuará a correr, por isso não vale a pena ficarmos parados num momento que não podemos mudar.

O único caminho é seguir em frente por mais curvas que a estrada possa ter, só nos resta continuar em frente.

Carnaval e Óscares

Nada como estar de volta com esta chuvinha que insiste em arruinar-me o cabelo (como se ele algum estivesse impecável) e com este ar cinzento-escuro que não deixa que o sol apareça.

Tiveram bom Carnaval?

Mascaram-se?

Com pena minha tive que usar a mesma careta que uso todos os dias, não houve tempo (disposição) para mais e diga-se de passagem que esta careta é muito melhor que muitas máscaras.

Atiraram muitas serpentinas? Aproveitaram para sujar o carro daquela vizinha que não gostam com farinha e ovos?

Não?! Fizeram mal deviam ter aproveitado a onda do – É Carnaval ninguém leva a mal.

 

A não ser o São Pedro, esse aproveita sempre a ocasião para se vingar de nós, andámos o ano todo a culpa-lo pelo tempo, ora está quente, ora está frio, ou porque chove ou porque está demasiado sol (assim de repente não me lembro de ninguém se queixar disto, mas isso agora não interessa nada), vai daí brinda-nos sempre com uns belíssimos salpicos de chuva.

Uma maravilha para os cortejos, é ver os carros alegóricos a desfazerem-se pelo caminho, as roupas a ficarem coladas ao corpo, a maquilhagem a escorrer pelo corpo, uma coisa linda de se ver, os babados (tarados) de serviço ficam todos contentes assim não têm de pagar para ir à discoteca da aldeia verem os concursos de Miss T-shirt Molhada.

Há sempre os engraçadinhos que gostam de rebentar bombas, estalinhos e petardos.

Petardos rebentados por retardados.

Coisa mais linda.

 

A Academia também entrou no espírito do Carnaval e resolveu atirar (meter) água, que valente balde de água fria deram a La La Landa.

Uma pena não ter resistido até ao final da cerimónia para assistir em direto à gafe do ano, ainda estávamos em Fevereiro, mas duvido que que haja gafe maior do que esta em 2017.

Quase tão grande foi a minha gafe que consegui arrastar o Moralez para ver quase todos os filmes candidatos, mas consegui não ver o vencedor! Shame on me!

Mas depois de tantos filmes intensos e tristes tivemos de limpar o palato (os meus olhos estavam a ficar com papos) com filmes mais leves.

 

Continuando com os Óscares, nota positiva para o apresentador Jimmy Kimmel irrepreensível, piadas inteligentes, a piada com Meryl Streep foi espetacular.

Viola Davis emocionou-me, que discurso, nem tiveram coragem de o interromper e ainda bem, de todas as categorias esta era aquela que não tinha dúvidas de quem seria a vitória, era inquestionável.

Os restantes prémios foram divididos e ainda bem, com tantos filmes bons é natural que não haja só um grande vencedor.

 

E os vestidos? (Achavam que não iria falar disto!?)

Que desgraça, não houve nada, mesmo nada assim arrebatador, tudo sem sal.

E o Carnaval também desceu à passadeira que o diga Janelle Monae que foi mascarada de rainha do Carnaval, não, não copiei a Pipoca podem comprovar pela minha publicação no Instagram que fiz na hora em que ela pisou a passadeira, já agora aproveitem para seguir o instagram da Língua Afiada.

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Valeu-nos o vestido de Hailee Steinfeld, teve que ser uma menina a mostrar como se faz, já que as veteranas estão cansadas destas coisas.

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À semelhança do ano anterior os melhores vestidos ficaram reservados para a festa da Vanity Fair, e não são só os vestidos, mas também cabelos, maquilhagem e joias, o melhor ficou mesmo para depois, o melhor exemplo é Alica Vinkender que nos Óscares apareceu de cara lavada e coque apresado e depois com uma maquilhagem e penteados irrepreensíveis, mas não foi a única a melhorar, Naomi Harris apareceu num lindo vestido branco, não é nenhuma novidade, mas não deixa de ser bonito, para não falar de Dakota Johnson muito melhor na after party, até temos a Heidi a mostrar como se usam penas.

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Definitivamente a Red Carpet dos Óscares já não é o que era.

O Carnaval cada vez mais sambado também não.

Fences – Uma pequena grande produção

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Fences o filme que junta dois colossos Denzel Washington e Viola Davis é a prova que não é preciso recursos ilimitados, uma grande produção, efeitos especiais ou uma cenografia exuberante para se fazer um grande filme.

Tudo o que é preciso é uma boa história, dois excelentes atores, diálogos bem construídos e interpretados brilhantemente.

O filme retrata a história de Troy Maxson uma antiga promessa do basebol que trabalha na recolha do lixo em Pittsburgh, durante os anos 50, e das suas complicadas relações com a esposa, o filho e os amigos.

O filme, baseado na peça de teatro homónima, é intimista e denso, explora os sentimentos, as emoções e os dilemas das personagens sem subterfúgios ou lugares comuns, vive essencialmente das excelentes interpretações de todo o elenco.

Denzel Washington fiel a si mesmo, fantástico, gigante, é incrível como consegue estar uns cinco ou mais minutos seguidos a falar sem pesar, sem cansar, sem sequer dar vontade de pestanejar.

Se Denzel Washington é bom, Viola Davis é um colosso, é impossível fazer melhor, ela é imensa, enorme, enche o ecrã, envolve-nos e ocupa-nos de compaixão e empatia, a forma como deixa a alma a descoberto, a forma como expõe os seus sentimentos é simplesmente indiscritível.

Dos fimes nomeados apenas vi La La Land e Fences, gosto muito do Ryan Gosling mas Denzel Washington em confronto direto vence, Viola Davis nomeada para melhor atriz secundária sabe-se lá porquê, já que é tão ou mais principal que Denzel Washington merece ganhar sem margem de dúvidas e isto sem sequer ver as prestações das outras candidatas o óscar, porque simplesmente esteve perfeita.

Um filme a não perder.