Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Língua Afiada

Irritações – tudo faz falta até açúcar!

Oh mentes desvairadas, desinformadas, retrógradas, atrasadas e estúpidas* quem é ainda acredita que o açúcar processado e adicionado artificialmente faz falta?!

* Desculpem os insultos mas se estas mães têm tempo para comentar posts de treta nos grupos de mães, também têm tempo para abrir o Google e pesquisarem sobre o que o açúcar faz ao nosso organismo.

A propósito de uma pergunta sobre se aconselham dar ou este composto lácteo da Cerelac:

media.jpg

Hoje li isto “ Açucar para ter força” – com direito a erro ortográfico e tudo.

Numa alimentação diversificada e em conta, peso e medida não faz mal nenhum, só faz é bem. Necessitamos de tudo para viver. As bebidas gaseificadas, mc donalds, molhos, fritos também fazem mal e no entanto também comemos

Pela lógica desta mãe vamos lá dar tudo e mais alguma coisa às crianças porque o argumento é “também comemos”, só que nós escolhemos o que comemos e um bebé come aquilo que lhe oferecem, não escolhe.

A situação só piora quando percebo que há bebés com 5 meses a beber isto, quando na embalagem diz a partir dos 6 meses, a desculpa? A pediatra disse que não fazia mal. Fico na dúvida se a pediatra sabia qual era o produto ou se disse que sim porque já sabia que a mãe a ia ignorar, uma mãe que lê numa embalagem a partir dos 6 meses e espeta com o produto a um bebé de 5 meses deve dar a mesma importância à pediatra que dá às recomendações do produto.

E depois a quantidade de mães que dizem que os filhos adoram! Pois claro que adoram é extremamente doce, quem é não gosta de um docinho.

Isto mexe-me com os nervos, mexe porque sei que terei imensa dificuldade em controlar o que os outros dão à minha filha, já falei com a ama para não lhe dar nada com açúcar, mas claro que já provou bolacha Maria.

A ama da minha filha teve exatamente a mesma resposta, que precisamos de tudo até de açúcar, revirei os olhos, respirei fundo e expliquei-lhe que não precisamos de açúcar adicionado, mas sim dos açúcares naturalmente presentes nos alimentos. Para já acho que não vai inventar, mas terei de estar vigilante pois tenho a certeza que não terá problemas em dar-lhe alimentos doces quando for mais velha.

Um drama, parece que estamos constantemente a lutar contra a sociedade quando na verdade só queremos o melhor para os nossos filhos, e é efetivamente o melhor, está completamente desaconselhado dar açúcar a um bebé, especialmente até a 1 ano de idade, se conseguirmos prolongar até aos 2 anos, melhor ainda.

Sinceramente não sei o que estas pessoas têm na cabeça, dar bebidas com glúten antes dos seis meses? Substituírem leite materno ou de fórmula por um composto de leite com bolacha Maria?

Não venham com a desculpa de que se não são saudáveis, não deveriam estar à venda, como também li como desculpa, como se as pessoas fossem obrigadas a comprar e não tivessem oportunidade de ler os rótulos, é fácil sermos enganadas, mas podemos estar atentas, também comprei iogurtes naturais com sacarose, mas não volto a comprar.

Nos supermercados encontramos um pouco de tudo e não é por isso que tudo é recomendável, no caso dos alimentos para bebés deveria existir mais controlo, pelo menos nos alimentos dados a partir dos 6 meses.

Há uma marca de iogurtes para dar a partir dos 6 meses que tem sacarose e não deveria ter, devemos ser mais exigentes e recusar essas opções, as marcas, acreditem, vendem o que queremos comprar e não o contrário.

Sejam conscientes e se não se sentem capazes de avaliar os produtos falem com os pediatras, não peçam opiniões em grupos.

 

Corpo saudável X Corpo Plus Size

Vivemos tempos inusitados e este combate é um dos combates do século, de um lado a promoção de um corpo saudável proveniente de hábitos alimentares saudáveis aliados a exercício físico, do outro a inclusão de corpos “Plus Size” na moda.

Não deixa de ser paradoxal que o Estado, não só em Portugal, mas em vários países tenha de intervir com recomendações e até mesmo legislação, em alguns casos, para que as pessoas tenham hábitos alimentares saudáveis e evitem doenças como a Diabetes e a Hipertensão prevenindo gastos desnecessários em saúde que poderiam ser facilmente evitados.

 

Vejo muitas pessoas a reclamaram cuidados dentários gratuitos, o facto de essas pessoas serem as mesmas que dão de lembrança gomas nos aniversários os filhos de dois anos não deixa de ser curioso.

Nunca existiram tantas recomendações, tantos alertas, tantos estudos sobre alimentação e a sua importância, nunca a informação esteve tão acessível, o que fazemos com ela? Guardamo-la numa gaveta bem distante do nosso cérebro, fechamo-la e deitamos fora a chave.

 

Paradoxal é também que se reclame a presença de modelos “Plus Size” no mundo da moda, a moda deve ser inclusiva e pessoas com excesso de peso devem poder comprar as roupas que bem entendem, curiosamente as marcas esquecem-se muitas vezes desse mercado, um mercado bem vasto infelizmente, mas devem reclamar a presença de modelos “Plus Size” na divulgação dos produtos?

Se faz sentido que se divulgue por a oferta existir, falando puramente do negócio, faz, convém informar o nosso público que temos produtos para ele, mas fará sentido pelo lado da mensagem? Fará sentido promover o “Pus Size” só porque ele existe? Fará sentido promover o “Plus Size” como sendo o exemplo de um corpos reais, normais?

Não devemos excluir as pessoas com base nas suas caraterísticas físicas, mas devemos inclui-las só por isso?

 

Quando é que começou a ser mau ser-se alto e magro? Não estamos a avaliar se as modelos fazem sacrifícios ou até loucuras para manterem o corpo esbelto, estamos a referir-nos a pessoas magras no geral? Elas por acaso fizeram cometeram algum atentado à sociedade por terem nascido assim ou por se alimentarem corretamente e fazerem exercício físico e por isso manterem-se magras e saudáveis?

Serão menos reais, menos normais, as mulheres que são magras?

Todos os dias somos bombardeados com sugestões e recomendações para sermos saudáveis e depois somos confrontados com notícias como esta da Vitorias’s Secret que lançou uma campanha de inclusão com uma modelo “Plus Size”, mas que não é um “Plus Size” suficientemente grande para agradar ao público, a modelo escolhida Ali Tate-Cutler, que veste o tamanho 46, não é suficiente porque para uma grande parte das pessoas o 46 nem sequer devia ser considerado “Plus Size”.

 

Escrevi “Plus Size” entre aspas porque não sei o que considerar plus size, já que o tamanho 46 em algumas pessoas pode significar obesidade e noutras um peso normal, dependerá muito da estrutura física da pessoa, mas a modelo selecionada Ali Tate-Cutler parece-me estar na medida certa para uma campanha de inclusão, é curvilínea, não sendo gorda, não é de todo magra e tem um aspeto saudável.

Saudável, saudável é a palavra mais importante, promover a inclusão e acima de tudo não fazer com que as pessoas se sintam mal no seu próprio corpo é importante, mas para que as pessoas se sintam bem não é, não pode ser necessário promover o excesso de peso como normal, porque não é, se fosse não seria chamado de excesso.

Não entendo esta perseguição aos corpos magros, na minha adolescência e juventude sempre fui bombardeada com corpos perfeitos, peles imaculadas e não foi por isso que ficamos obcecadas com essa ideia, é claro que algumas adolescentes sofriam, aliás todas as adolescentes encontram defeitos no seu corpo, mesmo que eles não existam, mas não havia esta necessidade de afirmação dos corpos “reais”.

 

Esta é mais uma consequência das redes sociais, as pessoas perceberam que afinal um corpo saudável não está só ao alcance das geneticamente abençoadas e às famosas, não faltam exemplos de casos de sucesso de pessoas comuns que fizeram uma verdadeira revolução nas suas vidas para serem saudáveis e magras. Esta recordação constante de que é possível, chateia, mete o dedo na ferida, lembra-nos que afinal há um caminho alternativo, mas como esse caminho é muitas vezes penoso e requer muito sacrifício é mais fácil atirar pedras às pessoas magras e defender que ditos corpos “reais”.

Gosto de pessoas bem resolvidas, que dizem eu sei que podia ser mais magra e mais saudável, mas não me apetece fazer esse sacrifício em vez de arranjarem desculpas esfarrapadas, com as devidas exceções, nomeadamente problemas de saúde todas as pessoas podem ter um peso saudável.

 

Tenho neste momento 10 kg a mais, fui mãe recentemente e não é por isso que justifico esses 10kg, não posso propriamente fazer dieta, mas posso fazer exercício, não faço, posso fazer escolhas mais saudáveis na alimentação, muitas vezes também não o faço, se teria de abdicar de outras coisas para o fazer, sem dúvida, mas com esforço tenho essa possibilidade, se é preciso muita força de vontade e foco, é!

Não pensem que todas as pessoas magras são magras só porque sim, muitas delas conseguem manter o peso porque são disciplinadas e o melhor de tudo é que essa disciplina é ter um modo de vida saudável.

Não critiquem quem é gordo, quem tem excesso de peso, quem é obeso, mas para defender essas pessoas não ataquem as pessoas magras é um contrassenso e uma hipocrisia.

A Bimby, as suas primas e quem não sabe cozinhar

As máquinas de cozinhar são vendidas como a oitava maravilha do mundo, numa era em que o tempo escasseia é esperançoso ter uma máquina que nos poupa tempo e essencialmente trabalho ao supostamente cozinhar por nós.

Recordo-me de quando começaram a ser populares a ideia geral é que só serviam para quem não gostava de cozinhar, os amantes de cozinha diziam:

- Gosto de ser a eu a cozinhar.

- Uma máquina não cozinha melhor do que eu.

- Isso é para quem não sabe cozinhar.

Essa parecia ser a premissa e o preconceito subjacente à compra de uma Bimby, na minha opinião existia também outro motivo, o preço, as pessoas têm tendência a desvalorizar e a menosprezar os produtos que não estão ao seu alcance.

 

Com o aparecimento de diversas opções para todos os gostos e carteiras passou a ser comum ter-se um robot de cozinha ou máquina de cozinhar em casa, tem sido um produto com elevada taxa de penetração no mercado, um dos que mais cresce na gama dos pequenos domésticos.

Pessoalmente sempre tive curiosidade em relação à Bimby, sempre achei teria algo de especial para vender tanto mesmo tendo um preço tão alto, o marketing faz milagres, mas teria de existir algo mais.

Já assisti a uma demonstração da máquina e gostei, já tive a oportunidade de a usar e realmente é muito simples de utilizar e extremamente útil para preparar massas para pastelaria e padaria, molhos, cremes, purés, sopas, gelados, pastas e um sem fim de pratos e acompanhamentos que sem a ajuda de um robot demorariam imenso tempo.

Este fim-de-semana tive contacto com a Yammi e não tendo o visor da Bimby que nos dá a receita passo a passo é também de fácil utilização e no essencial é igual, colocam-se os ingredientes e ela faz o que lhe compete, confeciona.

 

Após a utilização das duas a conclusão é a mesma:

Quem não sabe cozinhar não vai cozinhar bem com nenhuma das máquinas, porque até para as receitas instaladas é preciso ter sensibilidade para temperar e ajustar. Nas sobremesas, se a receita for seguida à letra, esse problema não se coloca, há quase 100% de certeza que sairão bem, já os restantes pratos essa certeza cai para níveis muito inferiores e não é assim tão fácil como parece.

Para não falar da dedicação e gosto, cozinhar é uma forma de amor, se não gostarmos e se não o fizermos com carinho dificilmente obteremos resultados espetaculares.

 

Então qual a vantagem de uma máquina de cozinhar?

Não há uma, existem várias.

A maior é que podemos, depois de cumprirmos os passos da receita, deixa-la a cozinhar e ir à nossa vidinha tratar de outros afazeres. Se ela faz tudo? Claro que não mas é uma grande ajuda.

Não queima os alimentos, não corremos o risco desagradável de colarmos a comida ao fundo do tacho, podemos deixar um risoto em modo automático, algo impensável num tacho convencional.

Tritura e passa muito melhor e mais rápido do que uma varinha ou picadora, para quem não tem paciência para varinhas mágicas e para quem se arrepia com o seu barulho estridente tem aqui uma boa solução.

É mesmo uma máquina a fazer sobremesas, mas preparem-se para engordar nos primeiros tempos, pois algumas receitas são tão simples que é muito tentador experimentar tudo e mais alguma coisa.

Para além destas vantagens há quem diga que se poupa na alimentação e que facilita o processo de fazer a lista de compras, há quem refira que se come mais saudável, depende, uma das receitas mais famosas da Bimby leva batata frita palha de pacote o que é tudo menos saudável.

 

Não aconselho a quem não gosta de cozinhar adquirir uma, pois o mais certo é não a usarem e terem-na parada a apanhar pó, conheço vários casos.

Na minha opinião uma máquina de cozinhar mais do que cozinhar é uma ajuda preciosa para quem gosta de cozinhar, não é por acaso que é frequente vê-las nas cozinhas dos melhores Chefes, são no fundo o assistente que todos gostaríamos de ter na cozinha que prepara uma sopa e um acompanhamento enquanto tratamos do prato principal e que faz a sobremesa quando já estamos sentados à mesa com a família.

 

Equaciono a curto prazo adquirir uma, mas ainda não estou convencida do modelo e da marca, segundo a Deco a melhor do mercado é mesmo a Bimby, sendo que a escolha acertada é a do supermercado Lidl que apresenta a melhor relação preço/qualidade.

No entanto, há vários fatores a ter em conta como o número de acessórios de cada máquina e também a facilidade em obter receitas e claro a facilidade de manuseamento, mas preocupa-me acima de tudo a durabilidade e qualidade os materiais, porque apesar das alternativas à Bimby serem substancialmente mais em conta, não são propriamente um produto barato, pelo que obriga a uma escolha consciente.

Alguém tem? O que aconselham? Partilhem a vossa opinião e experiência, vale a pena a Bimby ou uma das primas é uma assistente igualmente boa?