And the Winner is - “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri” brincadeira quem ganhou foi mesmo “The Shape of Water”
Este ano não consegui ver todos os filmes nomeados a tempo da cerimónia, culpa de uma série que ando a ver, tinha inclusive um post escrito com reviews sobre vários filmes a aguardar a visualização dos restantes para sair, mas o tempo não estica e por isso ficaram por ver vários filmes.
Sobre
The shape of water
O filme conta como Elisa, uma zeladora muda que trabalha num laboratório onde uma criatura estranha que vive dentro de um tanque aquático é mantida em cativeiro. Elisa apaixona-se pelo anfíbio e prepara um plano para ajudá-lo a escapar com a ajuda da sua colega e do seu vizinho, mesmo correndo o risco de perder o emprego ser presa.
E então qual é a opinião?
O filme é lindo, a interpretação dos atores fabulosa, tem um final espetacular.
Mas, estavam mesmo à espera de um mas, não estavam?
Falta ali qualquer coisa, qualquer coisa que prenda, que cative, basicamente habituamo-nos a murros no estômago, a despertares de consciências, a terminar o filme e ficarmos com a história na cabeça e uma bela história de amor por mais bonita e bem interpretada não é suficiente, pelo menos para mim, soube a pouco, como quando se espera com expetativa por um doce, que se come lentamente para saborear e no fim percebemos que afinal não é um doce assim tão especial, não deixa de ser doce, mas não é o doce.
Foi esta a sensação que fiquei ao ver o filme, gostei, mas não é daqueles filmes que me deixa a pensar na história.
Sobre:
“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”
Gostei muito do filme, se calhar porque me faz lembrar a série Fargo, Fargo o filme que curiosamente deu o primeiro Óscar a Frances McDormand, gosto deste tipo de enredos, densos, complicados, não lineares, para quem acusa o filme de confuso por não ser fiel a nenhuma categoria, aconselho a verem a série Fargo, inspirada em factos reais tem uma história mais rebuscada e impensável do que qualquer argumento original, com personagens impensáveis que nos levam a questionar a cada passo se aquilo realmente aconteceu.
Three Billboards Outside Ebbing, Missouri é assim simples e complicado, cheio de detalhes fantásticos, momentos de humor incríveis numa história que é um drama, muito próximo da realidade, não estamos sempre tristes, não somos sempre iguais, arrependemo-nos, somos seres complexos e o filme exemplifica isso mesmo.
Para mim, dos filmes que vi os que mereciam a estatueta de melhor filme seriam Three Billboards Outside Ebbing, Missouri ou Dunkirk.
O filme que ficou de fora:
“Roman J. Israel, Esq.”
Já no ano passado recordo-me de pensar que diversos filmes mereciam estar nomeados este ano ficou de fora “Roman J. Israel, Esq.” Denzel Washington estava nomeado, mas o filme não, num ano em que estavam nomeados 9 filmes, este na minha opinião merecia constar na lista, muito mais do que “Lady Bird” por exemplo.
Não havia nenhum filme absolutamente fantástico e talvez por isso os prémios se tenham dividido como já tem sido habitual, acaba por ser mais justo, já que não tivemos nenhuma obra-prima, nenhum favorito que reunisse consenso.
Talvez me tenha tornado mais exigente ao longo do tempo, mas no ano passado não gostei do filme vencedor e os filmes nomeados deste ano ficaram muito aquém das expetativas, espero que 2018 nos presenteie novamente com filmes poderosos e intensos.