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Língua Afiada

Multas em Palma de Maiorca – Palmas para eles.

As autoridades de Palma de Maiorca declararam guerra contra o que apelidam de "turismo excessivo", que consiste em beber, nudez e comportamento anti-social.

Os comportamentos abusivos dos turistas levaram a que o Ayuntamiento de Palma aprovasse um Regulamento para o Uso Cívico dos Espaços Públicos. A partir de Setembro na ilha vai ser proibido exibir o dorso e as nádegas fora da praia, as multas podem ir até aos mil euros e o seu pagamento é exigido no imediato.

O consumo de bebidas fora de estabelecimentos comerciais passa a constituir contraordenação, aos comerciantes é proibida, entre a meia-noite e as oito da manhã, a venda de bebidas alcoólicas que não se destinem a ser consumidas no interior do estabelecimento ou na esplanada, a multa pode chegar aos três mil euros.

 

É caso para dizer palmas para Palma por terem a coragem de implementar estas medidas que com certeza espantarão parte da clientela da ilha, certamente uma clientela não muito desejada e bem acolhida pelos residentes.

Na verdade em Palma de Maiorca algumas zonas são muito mal frequentadas e pouco recomendáveis às almas mais puritanas ou sensíveis, para além de uma quantidade exagerada de pessoas alcoolizadas, cujos comportamentos deixam muito a desejar, a nudez dos turistas é absurda.

Quando se veem turistas nas ruas mais despidas que as strippers que estão à porta dos estabelecimentos de diversão noturna que promovem não é preciso dizer muito mais.

 

Magaluf, uma das zonas mais procuradas e com mais oferta turística, é caótica, uma pena porque é um local que combina uma praia bonita com oferta hoteleira acessível, mas sair à noite em Magaluf é um ato de coragem, é um local onde a degradação humana fica a olho nu e é possível ver os comportamentos mais absurdos e nojentos, desde atividade sexual na praia a vômitos e desmaios, as queimas das fitas portuguesas são programas para bebés comparadas com o cenário dantesco de Magaluf à noite.

 

A Ilha de Palma é lindíssima, vale a pena conhecer as suas belas paisagens, montanhas e vales, há uns anos estivemos cerca de duas semanas na ilha e percorremos grande parte do seu território de carro, ficámos maravilhados, não pelos locais mais conhecidos, mas pelos mais recônditos, uma pena que numa viajem idílica tenha sido possível ver tanta degradação dos turistas.

 

Espero sinceramente que esta nova lei seja aplicada à risca e que o ambiente mude, gostava muito de regressar a Magaluf, mas a uma Magaluf sem excessos, quando é preciso legislar para existir civismo é porque há muito que se caiu no ridículo.

Pode parecer exagerado não poder estar numa esplanada de calções e bikini nas férias, mas se for essa a solução para ter um ambiente descontraído mas com civismo, totalmente de acordo em fazer esse sacrifício.

Shoppings, saldos e odores.

É verdade, os saldos desta estação são uma valente desilusão, em algumas lojas nem sequer chegam a ser desilusão porque nem se encontram, a julgar pelas montras eles estão lá, mas estão em modo onde está o Wally, estão lá mas ninguém os encontra à primeira vista.

Cada vez estou mais fã das compras online, tudo muito mais simples, rápido, sem confusões, sem pilhas de roupa desalinhadas, sem bolas de cotão a voar, sem o cheiro a chulé nos provadores e o cheiro a suor por todo lado.

 

Pessoas, os shoppings são lugares quentes, têm Ar Condicionado em todo lado, aquilo mais parece que entramos num avião e aterramos num país tropical, por isso não precisam de levar camisolas de lã, gorros, cachecóis e casacões lá para dentro, é que depois ninguém aguenta o fedor que o vosso corpo expele por causa da tortura calorífica a que o submetem.

Estive para desmaiar duas vezes, quase que caia redonda no chão tal foi a baforada que me atingiu as narinas, estivesse eu noutro país e pensaria que estavam a cometer um atentado com algum gás paralisante.

Mas claro que ninguém se mete com os portugueses, o mais certo seria alguém ludibriar o terrorista e impedir o atentado sem querer, depois começam a pensar nos impostos que teriam de pagar, nas luvas, nas cunhas e nem as penas baixas de Portugal os seduzem.

 

Voltando aos odores, nem o aroma intenso que trespassa das perfumarias atenua os cheiros, chega-se a um ponto que mau cheiro parece que nos segue, e segue mesmo, o cheiro efetivamente seguia-me porque tive o desprazer de me cruzar com a mesma pessoa mal cheirosa diversas vezes, tenho para mim que me estava a seguir, deve ter percebido o meu olho clínico para detetar pechinchas e pumba, colou-se qual carrapato mal cheiroso.

 

Ah e tal se não gostas não vás a shoppings!?

Pois eu por mim até não ia, mas esses sacanas dos shoppings não têm muita gente porque é moda, qual moda qual quê?

Têm muita gente porque reúnem uma série de comodidades dentro do mesmo espaço, para começar há onde estacionar, depois de uma loja para a outra não é preciso sair à rua e convenhamos com chuva e frio andar na rua às compras é para esquecer, despe/veste casaco não é compatível com uma ida aos saldos.

Eu sei que existem pessoas que vão passear para shoppings mas essas pronto, temos de lhes dar um desconto, claramente desconhecem que existem outras atividades, bem mais interessantes, para entreter.

 

Resumindo, fui comprar roupa de Inverno e comprei roupa de Verão, os saldos são praticamente inexistentes e os que existem são assim para o ridículo, o shopping continua a ser um local a evitar ao fim-de-semana e as pessoas continuam sem noção de espaço, claramente não estão familiarizadas com o conceito bolha privada e fazem questão de a estar sempre a furar, quer seja com cotoveladas, encontrões, a surripiar uma cruzeta ou com o seu odor, levar com perfumes enjoativos é mau, mas levar com o aroma produzido pelas glândulas sudoríparas é um pesadelo.

Estar em locais públicos, especialmente fechados, fora do contexto da prática de exercício deveria ser crime sujeito a coima.

Deixo a sugestão para o debate público, penso que seria uma causa digna de defesa, muito mais importante do que mudar a designação de Cartão de Cidadão para Cartão de Cidadania.

 

Por um Portugal com bom cheiro em todo lado e nos shoppings em particular.