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Língua Afiada

Reclamar ou não reclamar de educadores, amas, creches e escolas.

Queremos o melhor para os nossos filhos e isso implica escolher cuidadosamente as pessoas e instituições que os acolhem, nas quais depositamos a nossa confiança, acreditando que são capazes de lhes proporcionar uma educação adequadas.

Quando existem problemas entre pais e educadores a probabilidade da maior prejudicada ser a criança é enorme, especialmente quando é pequena e não tem ainda ferramentas para se defender, é por isso que os pais, munidos de uma capacidade de encaixe brutal, colocam os interesses da criança em primeiro lugar e toleram algumas situações e agem com a maior das diplomacias, tratando tudo com delicadas pinças, não dando passos em falso como se estivessem a caminhar em cascas de ovos.

Tenho conhecimento de várias situações em que os pais se encontram de mãos e pés atados por diversas circunstâncias, num dilema entre a queixa, o protesto e a contestação e o garantir que a criança não sofra represálias, é o pior dos dilemas, é a pior das situações, porque façam o que fizerem a criança é que sofre.

Infelizmente em muitos casos as escolas, creches, instituições e infantários protegem os funcionários e em vez de tomarem medidas de proteção em relação às crianças e evitar que as situações se repitam, inventam desculpas e tentam esconder o lixo debaixo do tapete, mesmo sabendo que basta uma corrente de ar mais forte para ele voltar a aparecer.

Este comportamento das chefias faz com que os pais se sintam incapazes de fazer valer os direitos dos filhos e faz com que as pessoas que têm comportamentos não apropriados se mantenham nos seus empregos sem uma mácula, felizes, protegidos e munidos de um espírito de quero, posso e mando porque sou intocável.

E são intocáveis, porque sem o apoio das direções os pais não conseguem fazer nada, à exceção de casos graves que são facilmente objeto de prova, os pais ficam sem conseguir fazer valer os seus direitos e é por isso que alguns nem sequer protestam e têm até o comportamento oposto o de bajular e fazer as vontadinhas todas para garantir o bem-estar dos filhos.

Quando escolhemos o local para a nossa filha ficar tivemos em conta diversos fatores e depois de recebermos indicações de outros pais e da pediatra resolvemos optar por uma ama, como não conhecíamos nenhuma particular que nos inspirasse confiança optamos por uma do serviço social de amas da Segurança Social precisamente para termos algum apoio no controle da pessoa e foi a melhor opção que tomamos.

A senhora é extremamente asseada, limpa e cuida muito bem das crianças, mas tem um feitio impossível, não demoramos a perceber que era teimosa e insolente, mas tentamos sempre tratar as coisas com simpatia e com proximidade, pois acredito que as pessoas se forem tratadas de um certa forma acabam por retribuir o tratamento e assim foi e as coisas estavam a correr dentro da normalidade, até ao dia que lhe fiz um reparo, não demorei a perceber que tinha começado uma guerra, uma guerra que claramente ela está habituada a ganhar.

Claramente foi sempre ela a impor as regras e a levar os pais para o caminho que ela quer, não estava de todo à espera de encontrar uns pais que lhe dissessem, não, a filha é nossa e vai fazer como nós queremos e vai cumprir as regras da instituição que representa.

Munida do tal espírito de impunidade e da capacidade de manipulação e chantagem emocional que faz aos pais, ela própria em vez de se remeter ao silêncio e cumprir as regras, resolveu falar com os chefes, poupando-nos o trabalho a nós de fazermos uma queixa, levou em primeira mão um sermão.

Não há nada melhor do que uma chica-esperta que tem a mania que sabe mais do que os outros queimar-se a ela própria.

Perguntam-me se estou descansada ou confortável em deixar a minha filha com ela depois deste desentendimento? Claro que não, estou desconfortável, mas não tenho receio que prejudique a minha filha, em primeiro lugar porque apesar do seu mau-feitio com os adultos, ela gosta de crianças e penso que não seria capaz disso, em segundo lugar ela gosta do que faz e valoriza o seu emprego e já percebeu que se andar fora da linha arrisca-se a ficar desempregada.

Nunca coloquei em questão que a técnica pudesse ficar do lado dela, uma vez que sabia que tinha razão, mas fiquei agradavelmente surpreendida com a preocupação que demonstraram e os quão diligentes foram para resolver a situação.

Agora estaremos mais vigilantes que nunca, nós e as técnicas, e ela sabe disso é por isso que tratará impecavelmente a nossa filha e quer-me parecer que não voltará a dar palpites que não lhe competem.

O que me deixou triste é perceber que a maioria das pessoas na nossa situação optaria por fazer o que ela queria para evitar chatices, é por isso que se enchem de poder, mas não podemos ir por esse caminho as regras e as obrigações são para serem cumpridas.

A todos os pais que se encontrem em situações complicadas e que não recolhem apoio das chefias ou dos outros pais, a minha solidariedade, não é fácil, não é fácil mesmo quando temos a certeza que estamos cobertos de razão.

Coisas que acontecem lá em casa #12 – Eletrodomésticos

A lâmpada do forno fundiu e parece ser impossível retirar a proteção para a mudar, depois de um olhar atento ao estado geral do forno enquanto o limpava no sábado à tarde, pensei – Acho que vou comprar um forno novo.

O dito já tem quase 11 anos e nunca me encheu as medidas, especialmente no que toca à confeção de bolos, a ideia pareceu-me boa e estava já com o discurso aprumado para dar a notícia ao meu marido.

Entretanto a eletricidade foi-se abaixo, o Moralez diz-me que pelo disparo tinha sido um curto-circuito, pois tinha tentado ligar novamente e não tinha conseguido.

Inspeção a todos os aparelhos eletrónicos lá de casa, descobriu que tinha sido a máquina de lavar roupa, que após inversão a posição da ficha voltou a arrancar e a trabalhar sem problemas.

Só que não, uns 20 minutos depois chega a triste notícia da sua morte anunciada.

Moralez – A máquina de lavar roupa avariou e acho que é o controlador.

Eu – Já não vou comprar um forno novo.

Moralez – Forno?

Eu – Estava a pensar comprar um forno novo, agora já não há forno para ninguém.

 

Ontem na hora de almoço uma colega de trabalho pergunta:

– Então já decidiste Bimby ou Yammi?

Eu – Máquina de lavar roupa.

 

Planos adiados, nem forno, nem máquina de cozinhar que agora o mais importante é mesmo ter a roupa lavadinha.

A boa notícia para vocês? É que provavelmente terão aqui um guia para adquirir uma máquina de roupa em breve, porque sou vossa amiga e vou partilhar convosco a pesquisa exaustiva que fizer ou então vou só comprar a mais económica e não se fala mais no assunto.

Coisas que acontecem lá em casa #11

Há muito tempo que não partilho as peripécias lá de casa, o que aconteceu hoje?

Troquei de telemóvel com o Moralez!

É o que dá comprar modelos iguais em cores parecidas, o que é estranho é não ter acontecido antes, pois esta confusão já era de prever.

Não é um grande problema porque vamos gerindo os contactos um do outro, o mais engraçado é atender uma chamada supostamente minha, olhar para o ecrã e ver a minha foto é muito estranho, como tivemos de falar várias vezes a sensação foi-se repetindo. Claro que sei quem está a ligar, mas mesmo assim a imagem manda ao nosso cérebro uma informação contraditória que causa alguma estranheza.

Quando os dias começam assim com percalços raramente correm bem e talvez tenha sido por isso que o meu dia está a ser caótico a nível de trabalho e eu me sinta tão queixosa e birrenta.

Hoje também entornei um capuchino, felizmente consegui afastar-me o suficiente para não estragar os sapatos e esqueci-me de uma parte do lanche em casa.

Espero mesmo que os percalços fiquem por aqui.