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Língua Afiada

Aprender com a vida dos outros

Não devemos criticar, julgar e muito menos comentar a vida privada das pessoas com quem convivemos, é falta de respeito e falta de educação, no entanto, nem só pelas nossas vivências aprendemos, podemos e devemos aprender muito com as dos outros, observando, absorvendo e tirando as nossas conclusões.

Através da observação é fácil compreender algumas situações e perceber o porquê de algumas realidades, não existem formas certas de estar na vida, cada um vive do modo que considera melhor e mais adequado à sua personalidade e felicidade, mas independentemente do feitio de cada um há um conjunto de estratégias que facilitam a vida a qualquer pessoa e que infelizmente não vejo as pessoas a recorrerem a elas.

 

Não sou uma ditadora da organização e do planeamento, tento ser descontraída e relaxada até ao ponto que isso não me cause constrangimentos, stress e despesas desnecessárias, é precisamente neste terceiro ponto que tenho percebido que muitas pessoas falham, a falta de organização e planeamento por exemplo das compras pode elevar os gastos de uma família para o dobro.

É do conhecimento geral que os portugueses têm dificuldade em poupar, em primeiro lugar os baixos salários dificultam a poupança, mas a falta de organização e a falta de consciencialização para a importância da poupança dão uma grande ajuda, juntando a estes fatores o crédito fácil, temos uma população endividada e sem poupanças constituídas.

Decidir gastar o que se ganha por opção ou por necessidade é um direito de quem ganha o seu dinheiro, embora pessoalmente possa considerar um comportamento irresponsável, cada um vive como quer, o que me causa estranheza são as pessoas que se queixam que não conseguem poupar quando nada fazem com vista à poupança.

 

Com os anos fui aprendendo que não é preciso passar pelas situações para saber o que fazer, ouvir os conselhos de quem as viveu e observar o seu comportamento dá-nos uma ideia de como agir e de como prevenir alguns problemas.

Quando somos jovens valorizamos os sonhos, esquecendo muitas vezes o lado funcional e prático da vida, com a maturidade as prioridades invertem-se, os sonhos mudam e o simplificar passa a fazer parte do nosso quotidiano.

Já vivi o suficiente para perceber que o que nos faz falta e nos faz felizes é quase sempre o que não conseguimos comprar, é o que está próximo e o que não conseguimos muitas vezes controlar, mentiria se dissesse que isso não mudou a minha visão da vida e do mundo.

Não obstante, há mínimos de organização e planeamento para conseguirmos ter uma vida tranquila, não conseguimos evitar um sem fim de percalços e problemas, mas os que podemos prever só quem é irresponsável não previne, se podemos usar estratégias e truques para termos uma vida mais tranquila porque não fazê-lo?

 

É precisamente por ter aprendido com a vida dos outros que há muito que sei que nada nesta vida é certo, que tudo muda numa fração de segundo, que não podemos contar com o ovo no cu da galinha e que os planos devem depender apenas de nós.

Os planos são cada vez mais simples, os sonhos cada vez mais concretizáveis e a vida cada vez prática, porque com a idade os problemas que nos vão surgindo são cada vez mais e mais frequentes por isso há que simplificar ao máximo para minimizar os danos.

 

Não ignorem os conselhos dos mais velhos, há uma espécie de sabedoria que só se adquire com a idade, ouçam as opiniões quem já sabe mais e melhor, até podem não seguir as sugestões e fazer exatamente o contrário, mas ouçam primeiro, tirem as conclusões depois.

Será que temos cuidado suficiente com o sol?

Depois de um Verão tímido que se mostra e depois se esconde, espera-se para os próximos dias uma vaga de calor intenso, embora tenha sido largamente anunciado e se tenham também dado indicações para lidar com o calor e com as temíveis radiações, será que os portugueses tomarão as respetivas precauções?

Acredito que uma larga percentagem faça ouvidos moucos aos avisos e se estenda sol ao estilo camarão grelhado com medo que o sol se acabe antes de conseguir o tão almejado bronzeado.

 

Não tenho dados estatísticos, baseio a minha opinião no que vou observando nas praias portuguesas, ainda ontem constatei que um jovem casal achou boa ideia chegar à praia às 11:30h com uma criança que deveria ter uns dois anos e por lá ficar até às 16h, sem guarda-sol, estendidos na areia debaixo do sol a pique, vi a mãe colocar protetor na criança, mas será prudente estar debaixo do sol intenso no pico do calor com uma criança tão pequena?

Não faltam maus exemplos não só com crianças, mas também com adultos que torram ao sol o dia inteiro aplicando bronzeador ou óleo frequentemente para queimar mais rápido.

Ontem, não estavam temperaturas exageradas, mas onde estive, uma praia fluvial no Douro, o termómetro marcava 27 graus, estive pouquíssimo tempo ao sol, sempre com proteção 50 e mesmo assim consegui falhar uma pequena área de pele que queimou.

É normal que nestes dias de calor sejam realizadas várias reportagens em praias e o cenário é sempre idêntico, pessoas que ficam na praia o dia inteiro, às vezes sem uma sombra para se abrigarem e protegerem do sol.

 

Entendo que ir carregado de tralha para a praia não é uma ideia sedutora, nem é muito charmoso, é muito mais elegante chegar com a toalha debaixo do braço, um cesto de palhinha, um chapéu e uns óculos de sol, só que isso só é aconselhável quando temos a casa ou o quarto de hotel a 5m de caminhada podendo ausentar-nos nas horas de maior calor.

Lá em casa quando vamos à praia vamos carregados, porque tentamos que a nossa estadia seja o mais confortável possível e é impreterível ter sombra disponível, por isso não faltam cadeiras, chapéus-de-sol, para-vento, comida e bebida.

Se dá imenso trabalho preparar a saída? Dá, mas depois compensa.

 

Este medo de perder o sol não é exclusivo dos portugueses, aliás acho que até estamos uns pontos acima de muitas outras nacionalidades, especialmente com o cuidado com as crianças, a proteção exagerada da prole tinha de trazer alguma vantagem, quem nunca viu ingleses e alemães a descascar ao sol?

Já vi um senhor que parecia estar a desfazer-se e mesmo assim continuou a estender-se ao sol todos os dias durante o dia todo acompanhado do seu copo de Gin, creio que a bebida seria para suportar as dores.

Não consigo entender como com tantos avisos e alertas as pessoas continuam a confiar que correrá tudo bem, que os problemas derivados à elevada exposição solar não as afetará a elas, só aos outros e que “apanhar” vitamina D até faz bem.

 

Todos tivemos uma fase em que numa tentativa de conseguir o tão almejado bronze acabamos por apanhar um ou outro escaldão, especialmente na inconsciência da juventude, mas depois vem a maturidade, a definição das prioridades e a saúde passa a ser mais importante que o bronzear, os descuidos ocasionais já são mais do que suficientes para magoar a pele, não precisamos de ser sistematicamente descuidados.

Não vale a pena dizerem que cada um sabe de si, porque quando há neglicência com a saúde de uma forma geral somos todos afetados, pois os custos do SNS saem do bolso de todos nós.

 

Tenham sempre cuidado com o sol, mas tenham cuidados redobrados nos dias em os níveis de radiação estão no máximo, protejam-se, evitem a exposição solar nas horas de maior calor, usem protetor solar, óculos de sol e chapéu e não se esqueçam de beber muita água, água, refrigerantes e cervejas não contam para a hidratação.

Carta aberta aos comerciais deste mundo

Aos gestores e gestoras comerciais deste mundo,

 

([Des]larguem-me! Poderia ficar por aqui)

 

Vender é uma tarefa árdua que implica muito trabalho, esforço e dedicação, pregar porta-a-porta ou de telefone em telefone não é fácil, nem os emails vieram facilitar, porque a maioria deles vai para a pasta reciclagem sem ser aberto.

Vender não é fácil, a menos que se tenha nascido com um dom natural para vender gelo aos esquimós, mas não é por ser difícil e trabalhoso que se pode justificar e perdoar tudo.

Não, chega ali a um ponto que a nossa paciência e benevolência para com a profissão nos faz revirar os olhos e deitar fumo pela boca ao estilo banda-desenhada.

 

A nível pessoal gostava de me dirigir a dois tipos de comerciais:

Aos comerciais que fazem telemarketing, essa maravilhosa técnica de vendas agressiva.

A esses dou apenas um conselho, se a pessoa não se mostrar interessada, esqueçam e avancem para a próxima, é estatística, quantos mais contactos fizerem mais probabilidades têm de acertar numa pessoa que esteja com tempo e disposição para vos ouvir, insistir com alguém só leva a duas coisas: a perda de tempo de ambos e a irritação e frustração de ambos, não quer, não tem tempo, não está interessado, next.

 

Aos comerciais que fazem abordagens diretas em superfícies comerciais:

Não abordem pessoas que estão claramente cheias de pressa.

Não abordem as pessoas que estão carregadas de sacos, especialmente quando parecem pesados.

Nos supermercados falem com as pessoas à entrada, na saída há probabilidade de terem produtos perecíveis e ninguém quer chegar a casa com o gelado derretido.

Foquem-se nas pessoas que passeiam descontraídas, que olham para o vosso balcão e parecem interessadas, porque enquanto estão a pedinchar atenção a quem não vos quer ver nem pintados de ouro, potenciais clientes passam-vos ao lado.

Analisem antes de abordarem, não é física-quântica é bom senso. 

 

A nível profissional:

Quando alguém diz que não tem interesse, é porque não tem interesse.

Quando alguém diz que vai analisar e depois responder, aguardem pela resposta, aguardar significa esperar uns dias, não é para ligar ou enviar e-mails todos os dias a solicitar respostas.

Saibam isto, quando alguém esta a ponderar analisar a vossa proposta, quanto mais insistirem maior é a probabilidade de vos enviarem um e-mail com um garrafal – não estamos interessados.

Ninguém gosta de pessoas chatas, ter alguém a interromper constantemente o nosso trabalho não é agradável, é cansativo e muito prejudicial ao vosso trabalho.

Por melhor que seja o vosso serviço ou produto não forcem, porque nem sempre as empresas necessitam dos vossos serviços ou produtos, outras vezes não têm capacidade financeira para os adquirirem, não temos orçamento disponível, temos o orçamento fechado ou temos outras prioridades significam isso mesmo, não há disponibilidade porque existem outros assuntos mais prementes.

 

Nunca, mas nunca tentem passar por cima da pessoa de contacto, é um dos maiores erros que podem cometer, primeiro porque cada vez mais empresas disponibilizam contactos diretos de vários departamentos e segundo porque se essa pessoa se sentir melindrada irá minar-vos, ninguém gosta de ser menosprezado e pior do que isso ninguém gosta de interferências no seu trabalho. Podem ter sorte e conseguirem um novo contacto, mas na maioria dos casos serão reencaminhados para a primeira pessoa com quem falaram e não serão muito bem recebidos.

Não menosprezem quem vos dá as respostas, sejam assistentes, assessores, secretárias ou secretários, primeiro porque é falta de profissionalismo e segundo porque quem controla a agenda tem muito poder.

Num departamento com homens e mulheres não se apressem a bajular os homens, nem sempre são eles os chefes, e mesmo que exista um chefe nem sempre é ele que decide, felizmente há chefes que delegam e confiam no critério e nas capacidades dos seus colaboradores, tentem perceber quem tem mais poder de decisão e influência, mas tratem todos por igual, envolvam todos no processo.

 

Sejam educados, cordiais e respeitem todas as pessoas, arrogância, prepotência e ares de superioridade não combinam bem com estratégias de vendas.