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Língua Afiada

Razões para recorrer a um Simulador de Crédito Habitação

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Quando pensamos em comprar casa, quase imediatamente pensamos em crédito. A verdade é que a maioria dos portugueses recorre ao crédito habitação para comprar casa, por isso, é importante ter a certeza que temos toda a informação que necessitamos para conseguirmos a melhor proposta do mercado. Assim, nada como recorrer a um simulador de crédito habitação para saber quais os futuros encargos.

Se perdemos imenso tempo a procurar a habitação ideal, se tentamos obter sempre o melhor negócio para a nossa casa de sonho, faz sentido que depois também procuremos a melhor solução, aquela que melhor se adequa às nossas necessidades para a pagar. O crédito habitação deve ser cuidadosamente escolhido e essa escolha pressupõe perceber como funciona.

 

Em primeiro lugar não devemos ir pela via mais fácil e muitas vezes não devemos dar demasiada atenção aos conselhos dos amigos e conhecidos, por melhor intencionados que sejam. Na verdade, tem-se propagado uma série de mitos sobre crédito habitação que nem sempre são verdadeiros e que podem conduzir a maus negócios, como decidir imediatamente pelo nosso banco atual para evitar perder muito tempo e burocracias ou focar-nos apenas no spread, sem ter em conta todos os outros custos, muitos deles que não são percetíveis no imediato.

Outros dois conselhos que tenho ouvido são para dar o mínimo de valor de entrada e para estender o prazo do empréstimo o mais que conseguir. Mas não convém esquecer que uma entrada significativa reduz substancialmente o risco do empréstimo e permite-nos negociar melhores condições. Também um prazo mais curto, apesar de implicar uma prestação mais alta, no final representa menos juros e uma poupança considerável. E quando se fala em dinheiro o importante, pelo menos para mim, é poupar e fazer o melhor negócio possível.

 

Comprar uma casa é um passo muito grande e implica muitas vezes um grande esforço financeiro, no nosso caso pretendíamos saber que custos poderíamos esperar ainda antes da escolha do imóvel, para decidirmos qual seria a melhor opção para nós, depois de alguma pesquisa encontrámos uma instituição, que nos garantiu uma pré-análise do nosso caso, um serviço que permite assegurar a compra de um imóvel adequado às nossas necessidades e um plano de financiamento adequado à nossa capacidade financeira.

 

Ao analisar o Crédito Habitação percebemos ainda que há outros fatores que fazem a diferença:

Decisão rápida de financiamento – desde o início o processo de decisão deve ser rápido e objetivo, pois a rapidez do processo pode ser decisiva para garantir que não perdemos o negócio. Por isso é importante escolher alguém que seja capaz de uma resposta rápida.

 

Sem vinculações e sem mudar de banco  – porque temos de abrir uma nova conta ou contratar vários produtos financeiros se apenas queremos um Crédito Habitação? Há instituições que não obrigam a ter de domiciliar o ordenado, contratar cartões de crédito e outros produtos que não necessitamos. Se não é necessário e não queremos, porque devemos ficar com produtos e obrigações que não precisamos?  

 

Simplicidade e Apoio - ler aquelas letrinhas pequeninas dos contratos e perceber o que realmente querem dizer nem sempre é fácil. É importante poder contar com alguém com capacidade de esclarecer todas as dúvidas.

 

Confesso que quando li que não tinha de contratar uma série de produtos que não necessito, até porque estou farta dos bancos e das suas comissões, fiquei logo agradada com as soluções da UCI. Se a casa dos nossos sonhos aparecer já sei a quem recorrer, pois não tenho tempo, nem paciência para andar de banco em banco a discutir TAEG’s e Spreads.

Ainda no fim-de-semana passado falávamos com uma amiga sobre a sua prestação ao banco, cerca de 500€, dos quais quase 200€ eram produtos adicionais como seguros, como é possível? Pessoalmente, estas situações sempre me assustaram e é por isso que fico mais descansada com uma solução que seja mais transparente e com a qual sei exatamente quanto vou pagar.

Agora falta o mais importante, escolher o imóvel, encontrar a nossa casa de sonho não será fácil, a profissão do meu marido e a sua atenção aos detalhes eleva a procura para níveis difíceis, quase impossíveis, além disso o mercado imobiliário está em alta e os valores que pedem chegam a ser obscenos, por isso estamos a avaliar as opções.

 

Em relação ao crédito deixo-vos um conselho importante, tenham em conta a taxa de esforço que têm para comprar uma casa e tenham sempre em conta imprevistos para que não fiquem impossibilitados de pagar a prestação ou ficarem extremamente condicionados a nível de finanças. Como em tudo na vida o segredo está no equilíbrio.

A indignação por alguém ter a casa paga em 5 anos

Os portugueses são mesmo mesquinhos e invejosos, não conseguem ficar felizes com as conquistas dos outros e são incapazes de aprender com elas, acredito mesmo que é precisamente o contrário, o seu desporto favorito é rebaixar e arranjar justificações completamente absurdas para tentar diminuir essas conquistas.

Os portugueses perdoam tudo aos ricos, aos que têm tachos, aos que têm cunhas, justificam a sua miséria com a sorte dos outros e são incapazes de sair da sua concha e perceber que é possível fazer diferente, mesmo que eles não consigam há pessoas que conseguem, se pode parecer um milagre nesta sociedade castradora de mobilidade social, pode, mas que é possível é.

Este texto vem a propósito desta imagem no blog Contas Poupança, imagem inicialmente publicada no Facebook do blog e que gerou uma onda de comentários completamente absurda.

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É impressionante a quantidade de pessoas que sentem incomodadas com o facto de um casal conseguir liquidar o crédito habitação aos 35 anos, a par das incomodadas estão as incrédulas e as que tentam arranjar justificações, que não sejam as dadas pelo casal, para que isso tenha acontecido.

A pessoa escreveu que foi “ com muito trabalho, muita poupança e muita organização”, mas ninguém consegue acreditar nisso e dão as desculpas mais inusitadas e parvas, há mesmo quem fale em incapacidade e doença oncológica, mas está tudo doido?

Não sei que realidade conhecem, mas eu conheço casais que tinham a casa paga até antes dessa idade e não receberam nenhuma fortuna e não viveram reféns em casa como alguns sugerem, mas são pessoas muito organizadas, poupadas e ponderadas e espantem-se até têm carros novos.

Não tenho casa própria, mas tenho capital para a pagar uma (e isto é relativo pois depende muito do tipo de casa que estamos a falar) não recebemos nenhuma herança e não recebemos ordenados milionários, não vivemos fechados em casa e tivemos uma infelicidade na vida que nos privou de ter agora mais capital.

Esta postura irrita-me profundamente porque sofro com ela algumas vezes, assim como pessoas que conheço também sofrem, só porque escolheram organizar a sua vida de forma a não dependerem de créditos, nem todos temos essa escolha, é verdade, mas também não é preciso andar a pagar um crédito em 40 anos só porque o banco permitiu, mas se conseguem estar bem com essa situação, quem sou para dizer que fizeram uma má opção.

Cada um gasta o seu dinheiro como quer e leva a vida da forma que bem entende, as prioridades e escolhas de cada pessoa ou casal apenas a eles dizem respeito, não há formas piores nem melhores de viver, existem apenas diferentes formas de viver e encarar a vida, o dinheiro, por mais que nos custe admitir, faz parte da nossa vida e é uma parte importante, é o dinheiro que define muito do que somos, porque aquilo que somos também depende do que fazemos e o dinheiro condiciona o que fazemos e como nos relacionados, não tenham ilusões, o dinheiro até as nossas amizades condiciona.

O que me espanta é a dualidade de critérios, de uma forma geral, do que vou ouvindo, todas as pessoas dizem que o facto de não terem casa paga e de terem essa obrigação todos os meses lhes condiciona muito a vida e as escolhas, curiosamente não vejo nenhuma dessas pessoas interessada em estabelecer o pagamento da casa como prioridade, preferem gastar o dinheiro num sem fim de coisas à sua escolha, mas amortizar o crédito não é opção, e é simples de explicar, muito simples, financeiramente compensa, especialmente a quem tem filhos, porque neste país tudo favorece quem deve e não quem poupa.

Deixem-se de lamentos se querem estar livres desse fardo psicológico que é ter um crédito habitação, estabeleçam como prioridade a sua liquidação, se não é isso que pretendem deixem de criticar e atacar quem o faz, queriam agora o melhor de dois mundos, ter a casa paga e ter a dedução do crédito nas prestações da creche, no cálculo dos subsídios e dos abonos, era espetacular, mas não é possível.

Deixo-vos um conselho, analisem o vosso crédito, se calhar até poderiam pagar bem menos se fizessem um esforço para entenderem o que é pagam.

 

Crédito mal parado, bolha imobiliária, matemática, uma lição

A partir de 1 de Julho de 2018 entram em vigor três novas medidas propostas pelo Banco de Portugal para combater o crédito mal parado.

Serão impostos 3 limites ao crédito:

 

1 - Ao rácio entre o montante do empréstimo e o valor do imóvel dado em garantia (LTV – loan-to-value):

- De 90% para créditos para habitação própria e permanente;

- De 80% para créditos com outras finalidades que não habitação própria e permanente;

- De 100% para créditos para aquisição de imóveis detidos pelas instituições e para contratos de locação financeira imobiliária.

 

2 – De 50%, ao rácio entre o montante da prestação mensal calculada com todos os empréstimos do mutuário e o seu rendimento (DSTI – debt service-to-income), com as seguintes exceções:

- Até 20% do montante total de créditos concedidos por cada instituição abrangidos pela presente medida, em cada ano, pode ser concedido a mutuários com DSTI até 60%;

- Até 5% do montante total de créditos concedidos por cada instituição abrangidos pela presente medida, em cada ano, pode ultrapassar os limites previstos ao DSTI.

 

3 – À maturidade original dos empréstimos:

- De 40 anos nos novos contratos de crédito à habitação e crédito com garantia hipotecária ou equivalente, e convergência gradual para uma maturidade média de 30 anos até final de 2022;

- De 10 anos à maturidade nos novos contratos de crédito ao consumo.

 

Estas medidas aparecem em boa hora certa, depois da preocupação crescente com o aumento dos créditos e com o aumento dos preços dos imóveis, aumento esse que já despertou a atenção do FMI que alertou para o perigo de se estar a criar uma nova bolha imobiliária, sendo necessário colocar alguns limites ao endividamento das famílias.

Há dois pontos sobre os quais não deveria ser necessário legislar, qualquer instituição financeira saberá fazer contas e não precisa de regras para uma boa gestão, não é prudente emprestar um valor igual ou superior ao imóvel, em caso de incumprimento o que acontece ao banco? Fica com um imóvel que vale menos do que o montante em dívida.

 

O mesmo se passa com o rendimento disponível fixo, se uma família tem rendimentos de 1000€ não faz sentido que tenha um empréstimo de 600€/mês, mesmo que existam rendimentos não declarados (infelizmente ainda acontece) ou rendimentos suplementares como prémios e remunerações por horas extra, rendimentos não garantidos e que podem desaparecer, foram os primeiros a ser cortados com a última crise.

 

O crédito mal parado não é apenas culpa dos portugueses quererem viver acima das suas possibilidades, é também dos bancos que incentivaram durante anos e anos o consumo desenfreado, aliás têm estes mais responsabilidade, pois se uma entidade financeira nos diz que conseguimos pagar, se nos apresenta tantas facilidades é normal que o cliente se deixe levar pelas contas desta, supostamente ninguém quer perder dinheiro, só que os bancos não fizeram contas e esqueceram-se de avisar.

Este aumento de consumo, em especial o aumento de compra de casa própria preocupa-me, sei que é uma questão de tempo até que a bolha rebente nas nossas vidas, as pessoas ver-se-ão confrontadas com imóveis de valor inferior ao da dívida, os bancos com mais imóveis que dinheiro e o ciclo da crise repetir-se-á.

 

A solução parece-me fácil, repetir até à exaustação que as pessoas precisam de fazer ou aprender a fazer contas, é tudo uma questão de matemática, se ganho 100 não posso gastar 110, da mesma forma que precisam de aprender que na vida nada é garantido e não é sustentável adiantar todo um futuro na esperança que tudo corra bem e que se vá ganhar muito dinheiro.

 

O Joãozinho tem 4 maças no cesto, na macieira estão mais 4 maçãs por colher, a mãe pergunta-lhe:

- Quantas maçãs tens Joãozinho?

- Tenho 8 mamã.

- Tens 4, só vejo 4 maçãs no cesto.

- Tenho 4 que já colhi, mais 4 que irei colher.

- Então ainda não tens 8.

 

Entretanto o Joãozinho decide subir a macieira para colher as outras 4 maçãs, mas a meio percebe que não chega ao topo, o tronco é demasiado frágil para suportar o seu peso e os braços demasiado pequenos para alcançar as maçãs.

Desce cabisbaixo e diz:

- Afinal só tenho 4 maçãs mamã.

- Sim filho, só tens 4 maçãs. Que te sirva de lição, na vida só podemos fazer contas ao que temos e nunca ao que esperamos ou sonhamos ter.